Reportagem

O escritor não deve escrever em função dos prémios

  • Marcelo Panguana, Prémio de Literatura José Craveirinha 2023, em entrevista exclusiva ao domingo

TEXTO DE PRETELÉRIO MATSINHE E FOTOS DE CARLOS UQUEIO

Marcelo Panguana, 72 anos, venceu o Prémio de Literatura José Craveirinha 2023, maior galardão da literatura nacional, em reconhecimento do seu empenho e dedicação, ao longo da sua vida, às artes. É autor de “As Vozes Que Falam Verdade”, “A Balada dos Deuses”, “Chão das Coisas”, “Os ossos de Ngungunhana”, “João Kuimba, Chico Ndaenda e outros contos”, “Como um louco ao fim da tarde”, “Conversas do fim do mundo”, “O vagabundo da pátria”, entre outros. Com uma carreira jornalística notável, colaborou com os jornais domingo e “Notícias”, com as revistas “Tempo” e “Diálogo”. Actualmente, além de escrever os seus próprios livros, tem-se dedicado a fazer crítica literária. Afável, aceitou conversar com o nosso jornal. Fala dos problemas da educação, do bom estágio da literatura nacional e revela: “tenho medo de escrever maus livros”.

Comecemos a conversa assim: como está depois de vencer o prémio?

Com 72 anos, sinto-me fisicamente bem e emocionalmente estável, com vontade de continuar a viver para poder sonhar e escrever os livros que estão dentro da minha cabeça.

São tantos?

Os livros sempre vão surgindo de acordo com a dinâmica pessoal, com as propostas que o país, a sociedade e o próprio mundo em que vivemos nos sugerem. As ideias para os livros vão sempre fermentando, vão nascendo e fazendo crescer esta vontade de querer intervir através da escrita. Os livros vão surgindo assim, uns atrás dos outros, uns melhores que os outros, uns mais intervenientes que os outros, mas vão surgindo…

Há eventos globais, mas que nos tocam porque somos uma parte do todo. As guerras e golpes de estado estão aí. Como escritor, para onde acha que isto nos leva? Leia mais…

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