O sector de agricultura na província de Manica prevê produzir 3.5 milhões de toneladas de culturas diversas na presente campanha agrária (2014/15). Esta cifra representa um incremento na ordem de 7.5 por cento, quando comparado com a safra finda, em que foram produzidos 2.7 milhões de toneladas de produtos, na sua maioria alimentares.
Para o alcance da meta foi preparada uma área calculada em um milhão e 109 mil hectares que será trabalhada por cerca de 47 mil produtores divididos por diversas áreas de actividades.
Comparados com campanha agrária finda, este número representa uma permanência em função daquilo que é o resultado dos produtores economicamente activos.
No quadro geral das actividades para assegurar que a campanha decorra condignamente, o sector está a alocar sementes diversas aos produtores. Sem especificar as quantidades, o chefe dos serviços provinciais de Agricultura em Manica, Zacarias Muzaja disse que, através de feiras de insumos agrícolas e outras actividades complementares, está decorrer a distribuição de sementes para garantir que o processo de produção de alimentos não seja ameaçado durante a presente campanha agrária.
Dentre vários programas de disponibilização de sementes, inclui-se o “Voucher” que é feito através da distribuição de senhas subsidiadas. Esta actividade está ser implementada em quatros distritos, nomeadamente, Báruè, Sussundenga, Manica e Gondola, beneficiando mil e 800 produtores.
Para além deste programa, já foram realizadas quatro feiras de insumos agrícolas nos distritos de Machaze, Guro, Macossa, e Sussundenga contemplando um universo de mil 400 camponeses.
Neste pacote de entrega de insumos, segundo o nosso entrevistado, são mobilizadas algumas empresas privadas e alguns comerciantes do ramo agrário para participarem nas referidas feiras que também servem para toca de experiências entre produtores.
Zacarias Muzaja referiu ainda que a província de Manica está privilegiada porque a campanha foi lançada numa altura em que o processo de mecanização agrícola já se torna uma realidade naquela parcela do país. Em toda província existem 183 tractores distribuídos por todos distritos, sendo 142 pertencentes a privados. As restantes 21 máquinas foram alocados aos centros de prestação de serviços nos distritos de Tambara, Macossa, Guro e Báruè, a norte da província. O financiamento deste equipamento foi da Agência de Desenvolvimento do Vale do Zambeze. Outros vintes tractores vêm do Fundo de Desenvolvimento Agrário. Estes foram distribuídos a alguns produtores singulares ao nível dos distritos.
Os tractores possibilitarão a abertura de 198.457 hectares, correspondente a um aumento em 18 por cento da área planificada, segundo deu a conhecer Zacarias Muzaja em conversa com a nossa reportagem em Chimoio.
Aquele chefe explicou por outro lado que as máquinas vão dinamizar a actividade agrícola na província fazendo com que os níveis de produção e produtividade planificadas sejam alcançadas, garantindo, deste modo, a segurança alimentar a população.
O subsistema de irrigação em implementação por algumas zonas também poderá ajudar para a boa produção na presente campanha agrária porque vai permitir fazer uma ligação entre a primeira e segunda época agrícola.
Este programa está ser levado a cabo pelo Projecto de Irrigação Sustentável (PROIRRI) está ser desenvolvido nos distritos de Sussundenga, Manica, Vanduzi, e Báruè onde foram concluídos três regadios dos oitos planificados para a campanha em curso, beneficiando108 produtores.
O nosso entrevistado referiu que estes são alguns desafios que concretizados poderão fazer com que a província atinja as metas traçadas na presente campanha agrícola.
Questionado se a falta de chuvas que se faz sentir nos últimos dias não pode comprometer o sucesso campanha em curso, Zacarias Muzaja respondeu que em relação a este fenómeno associado às mudanças climáticas, o governo provincial elaborou um plano de contingência que foi submetido ao Instituto Nacional de Gestão das Calamidades onde será criado um mecanismo para assegurar a disponibilidades de sementes de curta duração, assim como material vegetativo em função de cada distrito. Este plano já está aprovado, está acautelado e será colocado em prática quando for necessário.
Ele disse igualmente que o sector está preparado para todas eventualidades incluindo Kits que vão fazer face a monitoria das pragas migratórias que por vezes têm comprometido o sucesso da campanha.
“ Ao nível da província, nos nossos armazéns temos todos produtos e material para podermos fazer a profilaxia ao nível dos distritos. Qualquer eventualidade de eclosão de pragas pode ser comunicada às autoridades para uma pronta intervenção. Em qualquer local temos extensionistas preparados intervir em qualquer situação de aparecimento de pragas”.
Domingos Boaventura
