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Moçambicanos afluem em massa ao hospital de Mtwara

Por admin

O Hospital Regional de Mtwara, na Tanzânia, regista um fluxo invulgar de pacientes vindos de Moçambique. A unidade sanitária de referência de Ligula, em Mtwara, está a enfrentar o congestionamento de doentes, uma vez que atende não só pacientes da região, mas também do vizinho Moçambique, o que representa um sério desafio na prestação de serviços de saúde naquele país.

Mtwara está no sul da Tanzânia, junto a fronteira norte de Moçambique, e historicamente, as populações do lado moçambicano sempre recorreram as infra-estruturas sanitárias e escolares tanzanianas.

Dirigindo-se a Abdulrahman Kinana, secretário-geral do Chama Cha Mapinduzi (CCM), que visitou há dias aquela zona, o administrador de Mtwara, Wilman Ndile, disse que cinquenta por cento dos pacientes atendidos pelo hospital regional são provenientes de Moçambique, enquanto os restantes são residentes de Mtwara.

Apelamos ao governo para a construção de mais um hospital para resolver o problema de congestionamento no hospital regional”- disse o administrador Ndile durante a reunião com o secretário-geral do CCM, o partido no poder na Tanzânia.

Chama Cha Mapinduzi significa Partido de Independência em kiswahili, a língua nacional da Tanzânia, também falada em Moçambique, no Uganda e noutros países.

Ndile referiu que o atraso por parte do governo no desembolso de fundos para o hospital regional é outro desafio na prestação de cuidados de saúde. “Nós pedimos ao governo para injectar dinheiro directamente para o hospital a fim de evitar a burocracia”– disse ele.

Ndile observou que alguns investidores do distrito de Mtwara estão a pagar os impostos em Dar-Es-Salam, negando assim a renda ao distrito, e pediu ao centro de promoção de investimentos da Tanzânia para que autorize os investidores a pagarem os impostos e outras taxas localmente. “Algumas das empresas dos investidores estão sediadas em Dar-Es-Salam, mas desenvolvem as suas actividades aqui”, vincou o chefe distrital.

Ndile informou ao SG do CCM que as autoridades distritais de Mtwara projectam a construção de um sistema de abastecimento da água a partir do Rio Rovuma para fornecer água à sede distrital e a outras vinte e sete aldeias carentes do precioso líquido.

 Tanzânia e Moçambique partilham o Rio Rovuma, que igualmente serve de fronteiriça entre os dois países.

Em resposta, o Secretário-geral do CCM disse que o seu partido irá consultar o governo para ver como resolver os problemas apresentados, afirmando que em sua opinião os investidores devem pagar os impostos no respectivo distrito.

O governo deve orientar os investidores para pagar os seus impostos no respectivo distrito e transferir as suas sedes para a região, em vez de estarem em Dar-es-Salam”, disse aquele dirigente político.

Entretanto, o domingoapurou que a África sub-sahariana carrega consigo vinte e cinco por cento das doenças que devastam o mundo, para além de que o continente tem muitos desafios, incluindo a falta de médicos, de medicamentos e de equipamento hospitalar.

O ministro tanzaniano da Saúde e Bem-estar Social, Self Rashid, disse que a situação era pior, particularmente em relação à disponibilidade de especialistas em cirurgia, dizendo que o número de cirurgiões na Tanzânia e em África era extremamente reduzido.

Rashid observou que para inverter a situação, a região estabeleceu a COSECSA, Colégio de Cirurgiões do Leste, Central e Austral, com sede em Arusha, na Tanzânia.

Ele precisou que se trata de um órgão independente que promove cursos de pós-graduação sobre cirurgia e oferece formação cirúrgica aos Estados-membros.

COSECSA oferece um programa de treinamento cirúrgico com um exame e qualificação comum ”– disse ele.

 Acrescentou que o organismo opera em dez países da região sub-sahariana, nomeadamente, Moçambique, Burundi, Etiópia, Quénia, Malawi, Ruanda, Tanzânia, Uganda, Zâmbia e Zimbabwe.

Alfred Maringa, em Dar-Es-Salam

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