Início » Apenas dois por cento de crianças nascem seropositivas

Apenas dois por cento de crianças nascem seropositivas

Por admin

Mais de doze mil mulheres grávidas que vivem com HIV foram assistidas pela Comunidade de Santo Egídio no âmbito do programa Dream, implementado no país desde 2002. O programa visa a

 prevenção da transmissão vertical (passagem do vírus de HIV de mãe grávida ao bebé) e contribuiu até ao momento para redução do índice de infecção até cerca de 2 por cento.

 

O tratamento às gestantes privilegia a combinação de nevirapina, zidovudina e lamivudina, triterapia antiretroviral que tem revelado bons resultados em quatro províncias onde o programa está sendo implementado, designadamente Sofala, Manica, Gaza e Maputo.

Na cidade de Maputo o programa ajuda 1.239 mulheres e na província com o mesmo nome 4.511 mulheres beneficiam igualmente de tratamento com a triterapia.

Como resultado destas acções, no âmbito da transmissão vertical, 9.963 crianças, filhas de mães seropositivas, nasceram sem o HIV, tendo sido testadas desde o seu nascimento até aos 18 meses de vida.

De acordo com a coordenadora nacional do programa dream, Inês Zimba, o índice de crianças nascidas seropositivas é bastante reduzido, reflectindo casos de gestantes que não fizeram o tratamento antiretroviral ou que o iniciaram tardiamente, o que reduz a eficácia da triterapia.

 

MULHER AFRICANA NECESSITA

DE UM MODELO ESPECÍFICO

Mulheres grávidas de origem africana devem ter modelo adequado à sua realidade para a prevenção da transmissão do Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV) aos filhos.

Esta posição foi assumida por Inês Zimba, Coordenadora Nacional do Programa Dream, da Comunidade de Sant´Egídio, em serviço no país há 40 anos no âmbito da prevenção da transmissão vertical.

“Os factores tradicionais e culturais em África pesam muito sobre a mulher. Ela não planifica a sua gravidez, por essa razão estamos conscientes de que é difícil ter o controlo dela. É mais fácil tratá-la, ao invés de dizer para não engravidar”, explica Inês Zimba.

Ainda de acordo com a nossa entrevistada, as constantes gestações podem fazer com que a mulher esteja exposta ao risco de reinfeicção.

Mesmo para abordagem desta matéria, realizou-se recentemente, em Maputo, um encontro que juntou diferentes entidades de saúde de vários países africanos viradas para assistência a mulher grávida seropositiva.

No evento diferentes entidades chegaram ao consenso de que havia necessidade de implementar um tratamento específico para mulheres africanas.

Alguns países africanos já iniciaram com um tratamento denominado “B+”, uma abordagem inovadora da Organização Mundial da Saúde (OMS), em que todas gestantes com estado serológico positivo, quer tenham ou não sintomas de doenças oportunistas, iniciam o tratamento e depois de desamamentar não interrompem a medicação.

Este mecanismo permite à mulher ter uma cobertura de tratamento a tempo inteiro, o que permite a redução do índice de reinfecção, uma vez que o tratamento antiretroviral reduz a transmissão do vírus aos seus parceiros em 96 por cento.

Você pode também gostar de:

Leave a Comment

Propriedade da Sociedade do Notícias, SA

Direcção, Redacção e Oficinas Rua Joe Slovo, 55 • C. Postal 327

Capa da semana