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Filipe Nyusi: eis o candidato!

Por admin

O candidato da Frelimo às eleições presidenciais de 15 de Outubro próximo, Filipe Jacinto Nyusi, conclui hoje, escalando os distritos de Massinga e Morrumbene, a digressão que vinha efectuando desde semana finda às províncias de Gaza e Inhambane, com objectivo de dialogar com os membros e simpatizantes deste partido e população em geral, tendo em vista o enriquecimento do seu manifesto eleitoral.

Nos encontros mantidos com a população, Nyusi fez questão de sublinhar que não vai inventar nada, senão dar continuidade ao trabalho iniciado por seus antecessores, no que se refere à coesão e união entre os moçambicanos e, sobretudo, a solidariedade social e socialização da distribuição da riqueza.

Segundo defendeu, a paz, desenvolvimento social, emprego e socialização da distribuição da riqueza são os pontos fortes que vão nortear a sua governação, caso ganhe as eleições presidenciais aprazadas para 15 de Outubro próximo. Para auscultar e dialogar com a população, o candidato percorreu alguns distritos das províncias de Gaza e Inhambane, onde recebeu aconselhamento sobre o que fazer para se tornar um bom dirigente.

Aliás, nas reuniões que manteve com a população, a tónica do seu discurso girou em torno da situação política, económica e social que o país atravessa, sobretudo, o conflito na região central, bem como a questão da redistribuição da riqueza gerada com a exploração dos recursos naturais.

Neste contexto, Nyusi disse à população que esta questão em nenhum momento deve constituir motivo para a divisão entre os moçambicanos, visto que os seus frutos são visíveis um pouco por todo o país, através da construção de infra- estruturas sociais, tais como estradas, pontes, escolas, desde as do nível primário até ao superior, entre outros aspectos.

Acrescentou que além desta questão, tem um plano que consistirá na inclusão no Orçamento do Estado, dos ganhos obtidos a partir da exploração dos recursos naturais, “para permitir que mais moçambicanos tenham acesso aos recursos gerados por megaprojectos, de modo a melhorar as suas condições de vida, alcançando desta maneira o incremento do índice de desenvolvimento humano.”

Nwadjahane:

quilómetro zero

Entretanto, para não perder de vista os ideais dos seus antecessores, nomeadamente, Eduardo Mondlane, Samora Moisés Machel, Joaquim Chissano e Armando Guebuza, o candidato fez questão de escalar os lugares onde nasceram os primeiros três dirigentes deste país, para, segundo explicou,“buscar inspiração para conduzir melhor os destinos do país, caso seja eleito Presidente da República nas eleições de Outubro próximo.”

A aldeia de Nwadjahane, distrito de Manjacaze, terra natal do arquitecto da Unidade Nacional, o Doutor Eduardo Chivambo Mondlane, foi o ponto de partida da caminhada de Nyusi rumo à Ponta Vermelha.

Segundo explicou, a escolha daquele local para iniciar a sua caminhada rumo à direcção dos destinos do país está relacionado com o facto de Gaza ser o berço do país, uma vez os primeiros dirigentes são oriundos daquela parcela.

Acrescentou que não havia alternativa para iniciar a derradeira romaria para a condução dos destinos de Moçambique, a não ser ir buscar inspiração na terra onde nasceu o obreiro da Unidade Nacional.

Neste contexto, Filipe Nyusi fez questão de percorrer todos os lugares por onde andou Eduardo Mondlane, antes de partir para a Tanzania com objectivo de unificar os três movimentos de libertação, formando, deste modo, a Frente de Libertação Nacional (FRELIMO).

Intervindo no comício popular que orientou em Nwadjahane, Nyusi afirmou que conheceu Eduardo Mondlane ainda na tenra idade, aos nove anos, em Nachingwea, e dada a inteligência e capacidade interventiva que o fundador da Frelimo tinha, logo teve curiosidade de um dia seguir-lhe as peugadas, na construção de um Moçambique próspero.

“Sou um candidato da continuidade dos ideais de Eduardo Mondlane, que o conheci aos nove anos de idade em Nachingwea, onde eu era aluno. Como candidato da Frelimo, decidi iniciar o diálogo com os membros e simpatizantes do partido a partir deste lugar, que considero como sendo o quilómetro zero para dar continuidade aos seus ensinamentos”,disse Filipe Nyusi.

Na ocasião, o candidato fez questão de falar das suas origens e explicar o significado do seu apelido, tendo afirmado que Nyusi significa “abelha” na sua língua materna, o ximakonde. Ele é oriundo do distrito de Mueda, província de Cabo Delgado.

Explicou ainda que a abelha é um insecto que produz um alimento muito doce, apreciado por todas as pessoas, neste caso o mel. “Eu sou aquela abelha que vai produzir o mel doce para vocês e acredito que irão gostar. Não tenho medo de continuar com os pensamentos de Mondlane. Ele uniu o povo do Rovuma ao Maputo e eu vou defender a unidade nacional, tal como ele o fez”, acrescentou Nyusi.

“Portanto, quero produzir mel doce para o povo moçambicano e estou convicto que vai gostar. Como disse anteriormente vou me inspirar nos ideais de Eduardo Mondlane, porque era um homem muito inteligente, um dos poucos que na altura falava muito bem português, como se fosse um branco”, disse Filipe Nyusi.

Por sua vez, Edy Mondlane, falando em nome da família do arquitecto da Unidade Nacional, afirmou que o candidato não se enganou ao escalar a terra natal do seu pai para beber da fonte sobre como dirigir bem o país, caso saia vencedor nas eleições de Outubro próximo.

“Estamos particularmente honrados com a vossa presença e convictos que de facto trata se da passagem de geração na liderança do país e acreditamos que ele vai dar continuidade ao espírito de unidade nacional iniciado por Eduardo Mondlane”disse Edy Mondlane, para quem o facto de Nyusi ser oriundo de Cabo Delgado é encorajador para a prossecução da coesão entre os moçambicanos.

 

Malehice: paragem da esperança

No prosseguimento do seu périplo pela província de Gaza, Filipe Nyusi escalou de seguida o Posto Administrativo de Malehice, terra natal do Presidente Joaquim Alberto Chissano, onde fez questão de sublinhar que aquele lugar representava a terra de paz e esperança numa clara alusão aos esforços desempenhados por Chissano na busca da paz para o povo moçambicano.

“Considero este lugar como sendo a paragem da paz e esperança, porque foi aqui onde nasceu o líder que conseguiu conduzir os moçambicanos a se reencontrarem nos mesmos objectivos, depois de um longo período de confrontação armada. Portanto, nesta região vim buscar inspiração para continuar a manter a paz, tal como o fez Chissano”, disse Filipe Nyusi, sublinhando que conheceu Joaquim Chissano aos 16 anos de idade.

Em Malehice, o candidato referiu-se a alguns pontos que poderão nortear a sua governação, tendo se referido novamente à questão da redistribuição da riqueza gerada a partir da exploração dos recursos naturais, como, por exemplo, as areias pesadas de Moma, o gás do Rovuma, o alumínio da Mozal, entre outros.

Segundo defendeu, há que abandonar a ideia segundo a qual a descoberta dos recursos naturais pode dividir os moçambicanos. “Uma das coisas que irei fazer se for eleito Presidente da República é unir os moçambicanos em torno da questão dos benefícios gerados a partir dos ganhos da exploração dos  megaprojectos”, afirmou.

“Quer dizer, temos de abandonar a ideia segundo a qual as riquezas vão nos dividir. Ou seja, na minha óptica esta questão não constitui nenhum problema, porque todos beneficiamos destes recursos, através, por exemplo, da construção de infra-estruturas sociais, um pouco por todo o país: estradas, pontes, para não falar de escolas e hospitais”,disse Filipe Nyusi.

Luís Chissano, representante da família Chissano, disse que o povo de Malehice está orgulhoso pelo facto de o país vir a ter um dirigente da zona norte, o que demonstra que Moçambique é uno e indivisível. “Queremos enaltecer a confiança que o Comité Central teve ao apostar em si para dirigir o país em nome da Frelimo. A sua visita à nossa terra natal é sinal de reconhecimento de que esta terra vai-lhe inspirar no sentido de continuar a defender a paz e harmonia entre os moçambicanos ”, disse Luís Chissano.

 

Chilembene:

fonte de inspiração

Já em Chilembene, terra natal do saudoso presidente Samora Moisés Machel, o candidato da Frelimo afirmou que foi buscar a energia e inspiração para continuar a galvanizar o povo moçambicano rumo à cultura do trabalho, desenvolvimento integrado, tal como o fez o proclamador da independência nacional.

“ Considero este lugar como sendo o orgulho da nação e fonte de inspiração para a energia humana. Machel pegou em armas, libertou o país do jugo colonial e proclamou a independência nacional. Portanto, tenho muita admiração por este herói nacional que lançou o nosso país no mundo”,disse Nyusi, falando dos feitos de Samora Machel.     

Falando em nome da família Machel, Jossefate Machel disse que a luta contra a pobreza devia ser uma das principais bandeiras do candidato, caso vença o escrutínio de Outubro próximo.

“Não está perdido aqui na terra dos Machel. Sinto que veio buscar energia e inspiração para mais trabalho pelo que nós damos todo o apoio para que de facto seja eleito Presidente da República. Aliás, é como um filho que quer trabalhar. Antes de tudo vai ao pai para se aconselhar e no caso vertente conte com o nosso apoio para levar adiante os ideais de Samora Machel”, disse Jossefate Machel.

De referir que nos próximos dias, o candidato irá escalar outras províncias, principalmente, Nampula, para se deslocar a Murrupula, terra natal do Presidente da República, Armando Emílio Guebuza.

Em Murrupula, Nyusi diz que pretende buscar inspiração para prosseguir com a construção de infra-estruturas sociais, tais, como, estradas, escolas, hospitais e outro tipo de empreendimentos, tal como tem feito o actual Chefe do Estado, Armando Guebuza.

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