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Verdade e os danos colaterais

Por admin

Foi triste ver a manipulação política do assassinato do professor Gilles Gistac, na marcha de repúdio ao seu assassinato.

Primeiro foi a deputada Ivone Soares da Renamo a mandar recados, dizendo que o partido Frelimo deve evitar o pior e aindas, … que foi a morte da constituição,     blás, blás,,…Enquanto isso lá ao norte, Dlhakama alinhava  sincronizado pelo mesmo diapasão, alegando que não vai precisar da aprovação  parlamentar para governar as ditas províncias autónomas, ou que vai vingar a morte do professor, et, etc.

Chantagem e apóstolos da desgraça, manobras dilatórias, parece ter  sito até ao momento os únicos legados da Renamo à democracia.Efectivamente em qualquer democracia as  diatribes de Dlhakama contra o poder constituído, já teriam tido a devida resposta da Procuradoria Geral, e a deputada Ivone Soares pelo parlamento, que tem um regimento próprio.É que a meu ver e até  prova ao contrário, a Renamo pode ter feito o trabalho sujo, de reforçar de forma (amoral ) o seu caso, que não tem pernas para andar em lado algum.

E conforme frisou Verónica Macamo, presidente da Assembleia da República, “Todos nós queremos justiça, e que o assassino de Gilles Gistac e outros assassinos sejam apanhados e levados à justiça.“

O principal adversário de Moçambique continua a ser o subdesenvolvimento, o receio de se tomarem medidas que permitam aos outros, olhar-nos como terceiro mundistas.Pergunto se existe um país mais livre, aberto e tolerante que o nosso? Dlhakama matou , regressou, e continuou o mesmo ignorante.Desafiante, fez uma campanha eleitoral  à base do tribalismo e regionalismo, a ver se separava os moçambicanos, e  não o tendo conseguido, recusou asumir a derrota eleitoral, pretendendo ser recompensado, reeditando uma velha idéia  dos ultracolonialistas de quem é  testa de ferro.Afonso Dlhakama com esta manobra ardilosa  de fraude eleitoral tenta enganar a todos, mas com esta  farsa  elevada ao extremo, pode não haver bilhete de regresso.

A percepção é elástica, e não se esgota na minha inteligência nem de outro analista, contudo na questão  do professor Gilles Gistac, e essa da Renamo de atirar a água do capote  antes do tempo, dá que pensar e meditar.A evidência pode apontar para um certo lado, mas não estamos a falar de política, mas  de crime e justiça.O crime organizado contra o estado deve ser combatido activamente  por todos , polícia , instituições ligadas à justiça, e pelo cidadão.Todo o cidadão é um potencial polícia,assim todos temos a obrigação cívica e moral de defender a lei e a ordem, e ajudar a preservar a imagem da pátria amada.

Quando ainda  miúdo frequentando o ensino primário na escola João de Deus, um colega meu negro como eu, foi-lhe perguntado pelo professor de que raça era.Ele ficou aflito, nervoso, e quase mudo.Passado uns minutos respondeu,.. Eu sou preto.O grau de dificuldade da reposta nada tinha a ver com o facto de ser negro, mas pelo facto de a conotação preto, carregar com ela toda a carga de preconceito racial.Embora mufanas tinhamos a noção exacta que o preto ocupava o escalão mais baixo da sociedade colonial.Graças ao partido Frelimo, e à independência nacional , conseguimos recuperar a dignidade e a auto-estima que nos define como pessoas, povo e Nação.Hoje temos orgulho da capulana, do nosso cabelo, da diversidade racial e religiosa , cultura, e da herança histórica, e quiçá das línguas nacionais.Edificamos uma pátria cheia de sol de que nos orgulhamos, onde o melhor de nós foi colocado no adorno das missangas, e ritmos quentes dançados na areia, sob o olhar do mar, do alvorecer ao anoitecer.

Inácio Natividade

 

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