“Que é o homem, para que tanto o estimes…” Job 7:17
Enquanto as forças nos permitem fazer do nosso corpo e do nosso pensamento tudo aquilo que nos vier na “real gana”, podemos autoproclamarmo-nos de Reis de Gado, Generais de Cinco Estrelas, Donos de Minas de Ouro e Mansões, Feiticeiros, ”Naparamas”, eu sei lá, tudo quanto nos perpassar pela cabeça. Mas, o dia chegará em que simplesmente seremos um cadáver, depois esqueleto e finalmente Pó, até cairmos no esquecimento de todos incluindo daqueles que nos foram muito queridos nos nossos dias áureos. Então, seria bom, enquanto estivermos conscientes, prepararmos um final condigno para nós próprios do que acabarmos desaparecidos numa mata desconhecida ou devorados por um incêndio. Só algumas doenças ou desgraças que nos acolhem de vez em quando, é que lembram-nos um pouco dessa nossa existência efémera neste planeta. Pessoalmente acabo de passar por uma provação dessas. Uma enfermidade que aparentemente parecia-me não provocar outras coisas, mas que acabou por me fazer sentir todo o tipo de dor possível e imaginário, só vivido pelo lendário homem sincero, recto e temente a Deus, natural da terra de Uz, cujo nome ficou conhecido por Job (Jó). Os religiosos também muitas vezes nos fazem cair na real. Participei há dias numa cerimónia fúnebre dirigida por um clérigo visivelmente inspirado. Com o título “Somos Pó e ao Pó Voltaremos”, o proeminente Religioso, aproveitou a despedia de um outro líder religioso em forma de elogio fúnebre, para mandar umas indirectas para nós outros, destacando e explicando detalhadamente o significado das seguintes palavras: Prepotência, vaidade, vingança, maldade, perfídia, perversidade, arrogância, mentira, calúnia, valentia, orgulho, ódio, inveja, vicio, roubo. Naquela altura, aquele clérigo fez-me recordar as declarações de alguém que, vangloriava-se nos seguintes termos: “Não existe em nenhuma parte da África, da Europa e do mundo inteiro alguma tropa capaz de defrontar a esta minha imbatível Guarda Pessoal. Por isso eu dispensei aqueles “Periquitos” que andavam a atrapalhar-me”. Estas palavras são do Líder da RENAMO proferidas há dois meses quando visitou a Província de Tete. Os “Periquitos” aqui assim desqualificados, são as Forças de Defesa e Segurança Públicas, responsáveis pela segurança não só dele, (Líder da RENAMO), como de todo o Povo Moçambicano, as mesmas a quem repetidas vezes são atribuídas as chamadas “Tentativas de Assassínio do Líder. Veio-me à lembrança tudo isto, a propósito dos recentes acontecimentos em Amatongas, que servem de uma prova inequívoca de que nenhum Homem, deve se vangloriar do que quer que seja enquanto estiver revestido de pele, esqueleto que apodrecem. Pessoalmente não entendo o que é que um velho caquéctico e pobre de espírito, com os dias bem contadinhos pode deseja senão ficar rodeado da sua família (mulher, filhos netos, noras e amigos) e gozar os últimos dias na terra que o Senhor seu Deus o deu! Na minha opinião, os piores culpados são os seus conselheiros, pois que proveito terá aquele desgraçado do que perder a vida em lugar incerto correndo o risco de o seu corpo ser devorado por animais ferozes nas matas!? Que o Diabo se encarregue de cuidar dele!
