“Eu sou um operário que virou gestor e depois político, filho da FRELIMO, com perfil adequado para ser o candidato a Presidente da República de Moçambique, neste Novo Tempo Político, com toda a dinâmica de crescimento.”
(Filipe Jacinto Nyusi)
A III sessão Ordinária do Comité Central da Frelimo – realizada de 27 de Fevereiro a 2 de Março de 2014 – ficará nos anais da história política nacional, pela invulgar capacidade de gerar consensos. Antes desta sessão não faltaram cavalos de Tróia com o fito de se tentar titânica, mas ingloriamente, criar-se a impressão de uma Frelimo dividida em alas irreconciliáveis. Gastou-se muito papel, tinta e massa encefálica para construir narrativas consubstanciadas em editoriais, artigos de fundos, posts nas redes sociais, sempre sob a capa de pseudónimos, anonimatos ou a soldo de “fontes bem colocadas” no seio da Frelimo. E para coroar ainda mais a capacidade criadora dos cultores de cisões insanáveis na Frelimo, fomos mimoseados por um mito a que se designou G40, com lugar cativo em todas as edições de um certo semanário da praça maputense. De tão famoso o suposto G40 passou a ser centro de atenções de muitos que se pretendiam candidatos a pertencê-lo, mesmo que à luz do dia se posicionassem na praça pública como os maiores críticos deste putativo grupo.
Na verdade, assistimos a uma sessão em que uma vez mais se vincou a competência exclusiva da Comissão política para propor nomes como pré-candidatos, mantendo-se a lógica estatutária. O Presidente Armando Guebuza e a Comissão Política saíram com a legitimidade mais reforçada, tendo ficado certo que as críticas que lhes eram dirigidas estavam eivadas de má fé. Aliás, o pré-candidato vencedor é um dos que fora proposto pela Comissão política na primeira leva. O Presidente Guebuza e sua equipa tiveram o mérito de permitir a entrada de mais pré-candidatos, sendo que quem não se apresentou como tal é porque não conseguiu reunir os 10% de assinaturas exigíveis. Acolheu-se tudo o que era proposta – mesmo a custa de violação de procedimentos – e nem houve limitação de intervenções (incluindo dos convidados), o que levou a que houvesse um debate franco e aberto. Em suma, foi uma sessão que produziu muitos consensos e garantiu uma cada vez maior coesão interna, uma verdadeira unidade na diversidade.
Graças aos consensos alcançados, o candidato eleito no quadro de um processo invejavelmente democrático foi e é havido como o candidato da Frelimo, no caso o Engenheiro Filipe Jacinto Nyusi. Se para os cultores da suposta cisão Filipe Nyusi não passava de “fauna companhante”, o processo resultante das dinâmicas internas da Frelimo demonstrou que ela não é dirigida de fora para dentro, como quereriam muitos inimigos naturais da Frelimo. Em outras palavras, o que era certeza para os autores das narrativa apocalípticas a respeito da Frelimo, foi simplesmente desmentido pelas dinâmicas internas. Ficou claro que muita gente fala da Frelimo, mas muito pouca estuda e a compreende.
Mas o que pode e deve ser perguntado é: porque razão se escolheu o Engenheiro para candidato da Frelimo?
A história reza que o sucesso da Frelimo se deve, em grande medida, à sua capacidade de auto-superação e regeneração constante, para responder aos desafios de cada momento hitórico. Aliás, a história da Frelimo confunde-se com a história de Moçambique. Assim é que para os desígnios da unidade nacional o Dr Eduardo Mondlane dirigiu a Frelimo, cabendo ao Presidente Samora Machel conduzir a luta de libertação e fundar a República. Incumbiu-se a tarefa de alcançar a paz ao Presidente Joaquim Chissano e a de lançar as bases para um desenvolvimento sustentável – por via da desoncentração de recursos e edificação de infra-estruturas – ao Presidente Guebuza. Foi na mesma lógica, de responder aos desafios do momento específico, que emerge a figura do Engenheiro Nyusi.
Assim é porque o Engenheiro Nyusinasceu, cresceu e estudou dentro dos valores identitários da Frelimo e, por isso, apresenta-se como conhecedor e continuador do MESMO IDEAL seguido pelas sucessivas lideranças deste cinquentenário partido.
Nyusi tem o condão de ser um dos poucos jovens que treinou no emblemático Centro de Preparação Político-Militar de Nachinguea. Por outro lado, fez parte do grupo dos continuadores convidados para abrilhantar a Proclamação da Independência Nacional, no dia 25 de Junho 1975, no Estádio da Machava. Do ponto de vista partidário, teve o privilégio de inciar-se como membro do Comité Provincial de Nampula, sendo hoje membro do Comité Nacional da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacionaç e membro do Comité Central, eleito pelo Décimo Congresso, em Muxara.
Pelo facto de ter frequentado em instituições de ensino nacionais e estrangeiras, em Mariri, Beira, Maputo, na antiga Checoslováquia, no Reino Unido, na Índia, na Suazilândia, na África do Sul e nos Estados Unidos da América, para além de ter participado em inúmeras conferências, permitindo alargar a sua rede de amizades e enriqueceram o seu conhecimento sobre as dinâmicas do mosaico cultural moçambicano e sobre questões de âmbito internacional, fizeram de Nyusi um dos símbolos da Unidade Nacional e conhecedor da realidade e dos meandros dos corredores mundiais.
Moçambique tem uma soberana oportunidade de colocar na Chefia do Estado um Engenheiro Mecânico de profissão, que começou como operário nas oficinas Gerais dos Caminhos-de-Ferro, em Nampula, onde viria a ocupar os cargos de Director Ferroviário e, mais tarde, de Director Executivo do CFM Norte. Mais tarde ainda passou a exercer, em Maputo, as funções de Administrador Executivo da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique. Como é bom de ver, não estamos a falar de um outsider, que do nada chega a candidato.
Por outro lado, sempre que foi chamado para dar o seu contributo na edificação da Nação Moçambicana e em prol do bem-estar do Povo, o Engenheiro Nyusi sempre esteve presente e, com brio e dedicação, demonstrou ser um homem que ama o povo e com ele trabalha e pretende trabalhar, a avaliar pelos resultados alcançados. Assim é que ao assumir o cargo de Ministro da Defesa Nacional com o zelo, criatividade e responsabilidade que sempre o caracterizaram, o Engenheiro Nyusi permitiu elevar o prestígio que as Forças Armadas de Defesa de Moçambique voltaram a ter, explicado, em parte, pelos relatórios, reportando o cumprimento de metas do recenseamento militar pelas províncias e pelo aumento do número de voluntários que se querem filiar nas nossas Forças Armadas. do incremento do caudal de formação. Nesse particular, garantiu o aumento do número de instituições de formação militar, impulsionou a reabilitação das infra-estruturas e melhoria de condições de trabalho e pemitiu o re-equipamento dos três ramos das Forças Armadas de Defesa de Moçambique.
Sintentizando e citando o Engenheiro Nyusi: “eu sou um operário que virou gestor e depois político, filho da FRELIMO, com perfil adequado para ser o candidato a Presidente da República de Moçambique, neste Novo Tempo Político, com toda a dinâmica de crescimento.” O Candidato da Frelimo congrega os resultados da estratégia seguida pela Frelimo, a de formar, hoje, jovens, incluindo camponeses como ele, para dominarem a ciência e a técnica, tendo em vista serem os quadros do amanhã, servindo fielmente o Povo e a causa nacional. É, por outro lado, o investimento da Frelimo na juventude, um princípio constante e estruturante, simbolizando, por isso, a atenção que ela dedica a esta camada da nossa sociedade, ontem, hoje e sempre.
Com este exercício histórico a Frelimo pretende satisfazer a vontade de milhões de moçambicanos: deveolver ao povo o seu filho, um operário que nasceu no povo, vive com o povo e trabalha para o povo.
E, sendo a Frelimo um partido de massas, da análise à trajectória do Engenheiro Nyusi, defendo, com suficiente musculatura, que estamos em presença do verdadeiro Homem Novo, materializado no sonho dos jovens de 25 de Setembrod e 1962 e galvanizado pela epopeia libertária.
Ai está, o Operário e Engenheiro do povo.
