As novas exigências da Renamo, colocadas à mesa do diálogo, para além de inconstitucionais indiciam a sua intenção de continuar militarizada e a matar moçambicanos para lograr ganhos no cenário das conversações com o Governo, ao mesmo tempo que são indicativo da sua incapacidade de se transformar num partido político e de enfrentar as eleições gerais e das assembleias provinciais de 15 de Outubro próximo.
A Renamo não está preparada para o jogo democrático, mas essa situação não deve ser condicionante a que os mocambicanos vivam reféns do terrorismo.
A Renamo não é governo, consequentemente não pode dispor de poder dissuasor à revelia do governo e da constituição para manter sitiados os cidadãos da República De Moçambique. A Renamo tem de ser incondicionalmente desarmada, por ser essa ser a vontade e a razão que falam mais alto que as políticas e exigências de contrasenso emanadas de interesses estranhos à causa dos moçambicanos.
Como havia dito nos anteriores artigos que escrevi, só pode haver diálogo sério com gente comprometida a ter um diálogo sério, algo que não existe nesta liderança da Renamo que apenas quer o poder à a força e à margem da democracia. Não é gente séria e muito menos patritota. O partido liderado por Afonso Dhlakama, sem descaramento exige um recuo ao AGP de há 21 anos. Apenas assim se explica a exigência da paridade na composição da estrutura de comando das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), da Polícia da República de Moçambique (
A organização enfrenta sérios problemas para se enquadrar no cenário político como um partido normal e para fazer valer o seu
As próximas eleições gerais serão as quintas do género no país, desde a introdução do multipartidarismo pela Constituição da República aprovada em 1990. No âmbito do Acordo Geral de Paz (AGP) de 1992, a Renamo mantém activo um contingente residual destinado à segurança dos seus líderes, mas que a organizacao tem usado como um meio de pressão política, como aconteceu agora na sequência do litígio à volta da lei eleitoral.
Estas novas exigências vieram ensombrar o diálogo com o Governo, porque o governo não pode acomodar estas novas exigência porque impossíveis de satisfazer à luz da Carta Magna. Não iremos dar passos atrás em sentido contrário à democracia. Moçambique tem um governo legitimado pela democracia e estamos às portas das quintas legislativas e presidenciais. Por outro lado, constitucionalmente, compete ao Presidente da República determinar a política de defesa e segurança do país.
Estas exigências da Renamo apenas fazem sentido como parte do leque das manobras dilatórias estrategicamente usadas para desgastar a imagem do executivo junto de incautos. Acontecem numa altura em que o Governo já fez muitas concessões, no quadro dos quatro pontos que corporizam a agenda do diálogo, que decorre há um ano e quatro meses em Maputo. O primeiro ponto refere-se à Lei Eleitoral, na qual ela colocava como principal inquietação a paridade na composição da Comissão Nacional de Eleições (
Sobre este ponto sempre discordei do regime de paridade na
Quanto à Lei Eleitoral a mesma foi revista e aprovada pela Assembleia da República por unanimidade e aclamação, acomodando as propostas da Renamo. O segundo ponto é atinente às Forças de Defesa e Segurança, o terceiro à despartidarização do Estado e o último aos assuntos económicos.
Durante as discussões relativas ao primeiro ponto, o partido de Afonso Dhlakama foi colocando à mesa do diálogo questões prévias como a libertação dos seus homens que haviam sido detidos e a retirada das Forças de Defesa e Segurança que protegiam civis das imediações de Santungira, entre outras.
O governo acedeu às questões prévias colocadas pela Renamo, tendo colocado também como questão prévia a cessação dos ataques, a desmilitarização deste partido e integração dos seus homens armados nas instituições e na sociedade. Embora tenha concordado com a cessação imediata dos ataques, a Renamo, nunca pôs fim as suas acções armadas contra populações indefesas, objectivos militares e pilhagens.
Étempo de o governo dizer basta! O governo deve reduzir a zero a política de tolerância para com as intenções da Renamo que tanto fragilizam a imagem do governo e da democracia. Se a Renamo não respeita a soberania e a constituição da República, onde mora a autoridade do governo perante a sociedade para impôr a Lei e a ordem? Não se pode ceder e condescender ao terrorismo e as suas chatangens.
A Renamo deve ser contida na sua intenção pueril de alterar as regras da democracia. Dlakhama diz as eleições presidencias e legislativas de Outubro não se podem realizar sem ele?! Fez o mesmo aquando das autárquicas tentando boicotar em vão e não tendo conseguido.
Ele que venha se recensear como fazem os outros. As eleições de 15 de Outubro irão realizar-se com ou sem Afonso Dlhakama. O resto é conversa fiada. Os diplomatas estrangeiros com as chancelarias em Maputo que vem assessorando a Renamo, devem aconselhar a esta organização a deixar de servir de bloqueio à estabilidade política e governativa no pais; deixar de levantar escolhos à governação e ao funcionamento do parlamento como pivot da democracia em Moçambique.
Se o objectio da Renamo é protelar a finalizacao da discussão dos termos de referência sobre observadores à espera de outra cedência do governo desta vez perdeu o seu tempo. As
Moçambique Rumo ao Progresso