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Apologia da dificuldade

Por admin

O (in)debate político, sim apenas afunilado ao político porque o país, as suas utopias, os seus sonhos, os seus problemas os seus pretensos horizontes tudo isto é omitido pela miopia e estrabismo do "debatedores nacionais".
Sem pudor algum, os "debatedores nacionais" trocam os paradigmas e as paixões, divertem-se, mas eu acho que falam mesmo a sério quando procuram atirar as pessoas umas contra as outras ou denunciam supostos falsos amigos ou alianças que consideram frágeis e sem futuro.
Vive-se um período que se exalta a dificuldade de fazer, ao invés de se aprimorar a ousadia e a capacidade de se tentar. Escalpelizar os erros para aprimorar as tentativas e as hipóteses de se ser bem-sucedido. Fala-se ad nauseum de quem erra e queda-se mudo de quem tenta e suplanta as dificuldades.
Vejamos os seguintes exemplos:
a.) Crise político-militar: ao invés de analisarem os pontos fracos e fortes de cada actor, incluindo a terceira parte "non state actors" divertem-se a elaborar teses apocalípticas que vangloriam o enfraquecimento do estado perante uma grande enormidade política e constitucional que põem em perigo a existência do Estado incluindo a sua própria vida. Todavia concordam que nos EUA, UK e na Europa Dlhakama seria um proscrito;
b.) Pré-candidatos da Frelimo: embarcam nas mais absurdas e abjectas, nem sei como se sustenta isso durante muito tempo, mas sustentam, procurando desacreditar um processo interno, sem serem membros da Frelimo, sob o frágil suporte do "disse que disse" (fontes fidedignas de dentro da Frelimo), confrontados com a possibilidade de analisarem os processos de escolha de candidatos em outros antípodas políticas, assobiam e olham para os lados se não gritarem: G40!!!-
Neste estranho e babélico grupo, encontram-se dois tipos de debatedores e ou correntes, nomeadamente:
Zona de conforto
Os que usam de forma exímia, e com propriedade surpreendente, o ataque pessoal, o insulto, a adjectivação e o assassinato de carácter para sustentar o debate, pejado de meias verdade que fazem circular entre si voltando à origem sob a forma de verdade provada sem ser necessariamente com factos (que não importam muito).
Os assuntos pessoais se transformam em assuntos nacionais, não se gosta de Guebuza porque é "intolerante" esquece-se que foi o negociador-chefe do AGP e a partir daqui tudo se explica, actores sociais começam as suas intervenções com um EU! E a partir daí se privatiza tudo e o debate resulta na descrição de assuntos de alcova e confissões falsas ou descontextualizadas são ingredientes no debate da actualidade, ressuscitam-se os mortos para correr com os vivos, o que se assemelha a bruxedo ou caça às bruxas.
Zona escorregadia:
Área bastante cinzenta e cheia de armadilhas onde pseudo-académicos buscam de forma escusa formas para se afirmarem seguindo, a meu ver, um carreiro orientado por agendas externas, sim a mão externa existe, em toda extensão do continente africano e ela é tão efectiva na medida do cúmplice que lhe abre as portas.
Esta é uma zona escorregadia porquê? Porque aparentemente tem algum sustentáculo, mas se olharmos com seriedade e profundidade é tão insípido e vazio como a primeira. O país é subalternizado e se discute o poder de novo na perspectiva do Centro.
Concluindo: Num país que visivelmente muita coisa melhorou, sem se interromper assiste-se a um debate fratricida quer de ideias, como de pessoas, em tanto umas como outras são atacadas de forma raivosa, viperina e suicida, o afunilamento do debate na esfera do político e extrema as posições quer dos actores políticos numa acção que se estende aos apoiantes daqueles.
Quem perde? O país e o seu futuro que mesmo estando próximo se adia estupidamente

Rafael Shikani

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