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A justificação de uma acção militar cirúrgica

Por admin

Em primeiro de tudo e de forma a não criar uma leitura dúbia dos acontecimentos,vou tentar ser conciso, na apreciação que faço, em relação aos últimos acontecimentos da vida política nacional.

Nem sempre a busca do diálogo é a solução  política adequada, quando o interlocutor recusa o diálogo, como parte de um plano estratégico, de um jogo de forças, em que  pretende cedências do governo, para atingir o que pretende.Uma coisa é certa, a Renamo não vai governar um palmo que seja de terreno em Moçambique, à força e à revelia da constituição.As FDS tem poder de dissuadir agressões e de estimular soluções negociadas.E por outro lado as forças residuais da Renamo devem desarmar e integrar-se conforme manda a Lei.

Moçambique e os moçambicanos preferem viver em paz, ver a sua economia crescendo, sustentada nos imensos recursos naturais existentes, mas Afonso Dlhakam julga-se com poder de impôr-lhes um permanente estado de guerra psicológica.Sinceramente acho que o líder da Renamo deveria ter a dignidade de se retirar,e com ele toda a mediocridade, sem causar danos a ninguém nem a ele próprio, deixando a política para aqueles que sabem viver em democracia.  

Os moçambicanos desejam desfrutar a paz e o desenvolvimento, sem necessidade de coexistir de forma simultânea, com alguém que nutre sentimentos de ódio aos parceiros políticos e ao poder constituído.Em democracia não existem inimigos, mas adversários, e nesse contexto, Dlhakama tem sido uma peça redutora , com o seu jogo psicológico de desafio ao estado de direito e à paciência dos moçambicanos.

Dlhakama ao tentar preservar uma milicia armada hipotecou a componente politica, passando o elemento militar a sobrepôr-se ao politico.Assim se explica a dificuldade da Renamo em lidar com  parceiros politicos e com o poder constituido no pais.

Quem criou o estado não pode nunca sentir-se vulnerável, mas sempre escravo e defensor da razão e da Lei. Abu Musab al-Zarqawi também cometeu muitos desmandos no Iraque, mas acabou morto como todos os terroristas deveriam ser.

Por limitações óbvias a Renamo não tem capacidade militar para derrubar o governo de Moçambique, e mesmo em tempos em que gozou do apoio logístico do regime do apartheid, alguma vez teve. E se ele ao romper com a ordem se encontra escondido em Sandjundira, de onde manda recados, as FDS têm mobilidade em todo o território nacional, e podem muito bem ir caçá-lo,como já aconteceu no passado

O que Dlhakama sempre pretendeu foi usar a crise política por ele inventada,de forma a internacionalizar o diferendo.Os pressupostos batuques de guerra  soam a falso, como um eco de frustração virado para o exterior, em busca de auxílio.Lembro aqui a EMOCHM, já extinta, criada com fundos do governo a pedido da Renamo, para nada.O que Dlhakama pretendia com a presença da EMOCHM, militares estrangerios, não era desarmar, mas  provocar um possível caos que permitisse uma intervenção estrangeira.Ninguém virá socorrê-lo, nem os seus devotos conselheiros ex-colonialistas, acoitados ao deus dará, vestidos de empresários ou turistas, em part-time em Moçambique.

Afonso Dlhakama e a sua segurança devido aos seus mais recentes pronunciamentos, podem tornar-se  em alvo da justiça,ou no mínimo alvo militar legítimo em larga escala das FDS.

O seu manifesto de tentar separar as FDS  dos moçambicanos não é novo, tendo origem em organizações sinistras com quem mantém ligação.Vem usando a premissa, esquecendo que as FDS são o povo moçambicano armado, e que ele e os seus seguranças, se encontram  do outro lado da barricada.

O presidente Filipe Nyusi num ano fez o que esteve ao seu alcance para consolidar a paz e o crescimento económico, mas ele tem a noção de que desarmar a Renamo, coercivamente ou não, ou um desmantelamento total das forças residuais da Renamo que recusam desarmar, poderá significar a consagração da paz definitiva, e passo gigante para a consolidação da paz  e democracia. É que a ninguém terá passado despercebido de que Dlhakama tem conspirado com o exterior, contra o estado e a democracia.

Construímos uma democracia pluralista, abrangente a todas as sensibilidades ideológicas, e forças político partidárias.Desde o seu início que Afonso Dlhakama no seu estilo tirano, demagogo e populista perigoso e fora da lei,mostrou dificuldades em lidar com o sistema.Na antevisão do processo julgava poder governar, bastando para isso fazer rufar os batuques do tribalismo e do sectarismo.Desde 1994 após 5 eleições presidenciais vivídas, continua a lançar farpas de desafio, e vem insultando os diversos executivos, desde Chissano , passando por Guebuza, até ao actual presidente.Na verdade ofende e insulta-nos  a todos nós moçambicanos, e à nossa inteligência.Mas sabemos qual a origem dessa cortina de palavras e o que pretende.

Os moçambicanos estão sendo geridos por aqueles que elegeram .Uma escolha assumida civicamante,de acordo com as normas e princípios d e uma democracia parlamentar.

Dlhkama  é uma aberração política,e a negação da sociedade moçambicana em movimento progressivo, quando refletida ao espelho que desconhece o sentido da ética.

O seu ódio ao partido Frelimo apenas encontra paralelo no ódio de saudosistas do colonialismo, esses mesmos que lhe dão o seu apoio, moral e financeiro,esperando reaver a antiga colónia.O problema de Dlhahama é que ele já nem pode contar com um asilo político em Portugal.Portugal é governado por uma esquerda moderna e progressista.

Do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Indico, a conjuntura  exige de todos nacionais um elevado grau de vigilância.Devemos correr com aqueles empresários duvidosos, que estão em Moçambique, apenas para criar problemas.Alguns deles fizeram parte daquele grupo que se dedicou à sabotagem económica, e atividades subversivas.

Dlhakama  gaba-se de que apesar dos acordos assinados, ter enganado a todos, para mantêr a sua milícia armada.Eu ignoro até que ponto ele pode levar ávante esse jogo de mentiras, como parte da política de  subversão contra o estado.Infelizmente Dlhakama não vai conseguir vergar o  presidente Filipe Nyusi, que é o principal defensor de uma constituição, que jurou honrar e respeitar, nem enganar os moçambicanos.

Mas uma coisa é certa, Dlhkama continua a ser um factor de distracão, quando o governo debate questões concretas, como a crise económica, e a questão da exclusão social, que é um problema que afeta um grande número de pessoas, que vivem em pobreza extrema.

Não sei se é verdadeira a informação veiculada de alguma mídia, de que a Renamo anda a recrutar jovens para fins militares, mas a ser confirmada, o governo tem toda a legitimidade para dar inicio a uma acção militar preventiva, com vista a pôr fim à ameaça constituída por Afonso Dlhakama, e os seus à segurança do estado.

Inacio Natividade

Ps:. Um grande homem e amigo de Moçambique nos deixou.Refiro-me ao Dr.Almeida Santos, um jurista, democrata e socialista de eleição, que deixou uma obra, e muitos amigos  em Moçambique.Para a família enlutada os meus sinceros e profundos pêsames.

 

 

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