Os ponteiros dos relógios giram vagarosamente no calendário do tempo, aproximando o dia em que pontifica o 25 de Junho, dia de todos nós.A chama da unidade foi acesa, e já sinto o pulsar do peito aberto de gentes, a gritar pelo chamado da Pátria amada.
Respiro os campos, o vento, confundo as vozes das crianças com o canto de pássaros e aves,colorindo com o seu canto o azul imaginário à vista nua;oiço o canto das mulheres moçambicanas de capulana adornada com criança às costas, a semear o milho,o arroz, o algodão,o chá, e o amanhã;danço o mapico,nhanbaro, xingombela, marrabenta,e outros ritmos que me pertencem; bebo sumo de cajú,ukanho, uputso, e sinto na boca o gosto da massala, mapfilua, mapsinxa, manga, ananaz , tangerina de Inhambane;oiço o canto dos galos, o correr incansável da nossa fauna animal, e dos rios,sinto o fogo chegar ao cume dos Libombos, com todo o explendor de quem aos 40 anos celebra a história, de gente simples, lutadora, e coração nobre.
Gente que combateu anos sem fio, para que a dignidade da raça, do povo de uma Nação inteira fosse reconhecida na bandeira.
Moçambique terrra do meu pai , mãe de minha mãe, da ancestralidade, e do porvir;
Com o 25 de Junho à porta,vejo a lua em harmonia com o Indico, sinto o verde, o preto, o branco, o vermelho, e o amarelo,das cores da bandeira africana, …E tremendo, orgulho de ser Moçambicano.
Um símbolo da unidade e sacrifício dos vivos,e dos que tombaram para que a morte fosse uma página na história; bandeira de heróis anónimos, e outros consagrados em mausoléus eternos, despontando como espíritos insepulcros no olhar dos jovens, e daqueles de olhar patriótico, esgrimindo energias de sabedoria, segurando o estandarte chamegante, esculpindo a riqueza e o orgulho nacional.
Povo de profundo sentir patriótico, unido as FDS sob lideranca do presidente Filipe Nyusi , contra a subversão da soberania e da democracia, contra distorções à carta Magna, assinada na raiz com o sangue das nossas línguas faladas e cantadas.
40 anos é a idade de um jovem, quanto mais de Nação de gente destemida, de forte convicções, coração límpo e aberto;gente que escuta o murmúrio do Indico, e respeita o conselho dos anciãos, das mulheres, dos pobres da cidade, e do campo, das raças ao credo religioso, e que por vezes entende que o trabalho liberta o homem da ociosidade, da ignorância, e do domínio dos nhanhas, com os seus tinlholos adivinhos,e a sua sabedoria secular.
Moçambique Pátria amada , viverás sempre no infinito do amor delirante de muitas vidas,nas flechas que consomem a saudade dilacerada, e sem limites.
Presa a distâncias que não encurtam o tempo,nem apagam o rasto da endemias,
com o seu rasto de mortes e doenças ,num dia que amanhece e o poeta acontece…
No olhar de todos, com o desfraldar da bandeira nacional.
Inácio Natividade