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Moçambique, Malawi e Zimbabwe aceleram repatriamento dos seus cidadãos

Por admin

Mais de quatrocentos moçambicanos vítimas de xenofobia na África do Sul já chegaram ao país. Alguns dos regressados chegam debilitados precisando de assistência médica.

Comentando sobre a onda de xenofobia, o antigo estadista moçambicano, Joquim Chissano, que está na África do Sul em tratamentos disse que o fenómeno é um problema de educação, cujo combate exige o movimento de todos.

Até agora, três moçambicanos, dois homens e uma mulher foram mortos em Johannesburgo devido à violência xenófoba.

O Alto-Comissário de Moçambique condenou a morte dos três cidadãos e deplorou as condições de segurança na África do Sul.

Já ao mais alto nível, o Presidente da República, Filipe Nyusi, apelou ao governo sul-africano para desencadear uma intervenção presencial e imediata face à onda da violência xenófoba contra cidadãos estrangeiros, sobretudo moçambicanos que se encontram naquele país vizinho.

O estadista, além de exigir a intervenção rápida por parte do governo de Jacob Zuma, exortou aos compatriotas moçambicanos para não retaliarem. “Estes actos tristes e horríveis chocam a nossa consciência colectiva como nação e mostram o total desrespeito pelo valor da vida humana”- repudiou Nyusi.

Por seu turno, o primeiro-ministro Carlos Agostinho do Rosário garantiu a total reintegração social das vítimas de xenofobia.

Do Rosário considerou a xenofobia injustificável e avançou que o que é mau na África do Sul também é mau em Moçambique.

ZIMBABWE

 Já em relação ao Zimbabwe, o segundo grupo de 333 nacionais repatriados da África do Sul devido aos ataques xenófobos em Durban chegaram quinta-feira última ao país numa caravana de três autocarros e um camião.

Trata-se de parte de 2500 pessoas de diferentes países que procuraram abrigo no acampamento de Phoenix a seguir aos ataques contra imigrantes africanos na área de Ntomba, em Durban.

O Cônsul do Zimbabwe na África do Sul, Batiraishe Mukonoweshuro, disse que os documentos de repatriamento tinham sido processados tanto pelo Alto-Comissariado como pelo Departamento sul-africano dos Assuntos Internos. “Processamos documentos para todos eles e gradualmente vão deixando a África do Sul para o Zimbabwe”, disse Mukonoweshuro.

O processamento dos documentos temporários havia sido suspensa pelo Departamento dos Assuntos Internos para fazer a devida triagem dos imigrantes de Moçambique e do Malawi. Estamos muito gratos pela assistência e colaboração que estamos recebendo dos empresários  em Durban e do governo sul-africano no fornecimento de abrigo para o nosso povo”, precisou o diplomata zimbabweano.

Mukonowesho disse que agora a situação era calma em Durban, mas as pessoas ainda estavam cautelosas.

Ele afirmou ainda que alguns imigrantes tinham mostrado vontade em regressar à casa embora alguns tenham indicado que ainda precisavam de receber os seus salários e levar os seus bens.

As pessoas estão realmente animadas em regressar à casa depois de passar vários dias em acampamentos. Foi o mesmo caso com moçambicanos e malawianos”, disse Mukonoweshuro.

O governo do Zimbabwe começou a evacuar os seus cidadãos da África do Sul há cerca de uma semana. O primeiro grupo era constituído por 407 zimbabweanos que estavam no acampamento de Chatsworth.

As vítimas foram transportadas em autocarros alugados pelo governo zimbabweano via posto fronteiriço de Beitbridge, onde são entregues a Unidade de Protecção Civil para posterior integração nas suas casas ou famílias.

Eles também recebem aconselhamento pós-trauma no momento da chegada ao Zimbabwe. Fonte zimbabweana disse que a maioria dos imigrantes sofrem de pneumonia, porque os locais onde estavam alojados na África do Sul não eram habitáveis e com o chão muito molhado.

Enquanto isso, um casal de zimbabweanos que  foi baleado está já fora do perigo. O casal foi baleado em Alexandra, em Johannesburgo.

O tiroteio e a morte de um moçambicano na mesma área forçou o governo sul-africano a mobilizar o exército para as partes voláteis de Johannesburgo e Kwazu-Natal.

Emmanuel Sithole,  foi esfaqueado por quatro homens sul-africanos em plena luz do dia enquanto outros moradores observavam.

Os quatro assassinos já compareceram no tribunal e ainda estão sob custódia. As últimas informações dão conta de que subiu para onze o número de detidos em conexão com o assassinato do cidadão moçambicano.

Os relatórios indicam que pelo menos sete pessoas foram mortas na violência anti-imigrante na África do Sul, tendo como alvo apenas os africanos.

 MALAWI    

Neste número incluem-se dois malawianos  mortos em conexão com a onda de xenofobia na África do Sul, segundo confirmou o governo do Malawi.

As equipas estão igualmente a trabalhar no terreno para determinar se há ou não feridos de nacionalidade malawiana.

Trezentos e noventa malawianos já foram repatriados da África do Sul e posteriormente encaminhados para as suas zonas de origem.

O ministro da informação e porta-voz governamental, Kondwani Nankhumwa, revelou que o número de malawianos afectados pela xenofobia subiu de mil para três mil e duzentos.

Consequentemente o Estado vai gastar para além do que tinha previsto para a operação de repatriamento.

Nankhumwa disse que devido ao aumento do número de malawianos afectados pela violência, o orçamento inicialmente previsto para o processo de repatriamento subiu para cinco milhões de randes.

Este montante destina-se à logística de transporte, prevendo-se o aluguer de sessenta autocarros.

O governo malawiano apelou à calma e assegurou a todos os estrangeiros, incluindo sul-africanos toda a segurança e protecção, desmentindo ainda alegações segundo as quais os sul-africanos são proibidos de entrar no Malawi.

Na sexta-feira última cerca de um milhão de sul-africanos voltaram a marchar contra a xenofobia.

foto de Carlos Uqueio

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1 comment

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