Ninguém tem mandato para representar antigos jogadores

Nicolau de Sousa (Nico) ou, simplesmente, “Danger- Man”, diz estar a acompanhar atentamente a movimentação que se faz no país no âmbito da procura de melhor pessoa para suceder Feizal Sidat no cargo de presidente da Federação Moçambicana de Futebol (FMF). Ainda não tomou posição, mas deixa claro que apoiará o candidato que lhe pedir ajuda.

Quisemos saber de Nico por quem morria de simpatia, Manuel Chang ou Alexandre Rosa (Chandó). O antigo internacional de Moçambique disse “por enquanto ainda não me identifico com nenhum deles.

Explicou que “sou um antigo jogador de futebol que os dois bem me conhecem. Sabem que representei clubes, fui campeão nacional pelo Têxtil do Púnguè e pelo Matchedje de Maputo, representei Moçambique por várias vezes, participei na primeira qualificação do país ao CAN, realizado em 1986, no Cairo, Egipto, e marquei muitos golos vestido da Bandeira Nacional. Quem vier me pedir apoio fique seguro que contará com a minha ajuda. Portanto, não sou desconhecido de Chang nem de Chandó.”

Se não se sentia incluso nos antigos jogadores que apoiam a candidatura de Manuel Chang e de Chandó, Nico não hesitou em afirmar que “ninguém tem mandato de me fazer representar junto de qualquer que seja o candidato às eleições da FMF. Eu o farei sozinho. É bom que existam grupos de desportistas a apoiar as candidaturas. O que não é bom é haver indivíduos que se fazem de representantes de antigos jogadores de Moçambique. Eu não conheço nenhum sindicato nacional de antigos jogadores. Se existe, então não funciona ou eu não faço parte. Há muitos problemas que afectam os antigos jogadores que podiam ser minimizados se esse sindicato existisse. Não acredito que tenhamos um sindicato a funcionar só para apoiar candidaturas.”

Nico disse recear que as pessoas que aparecem como representantes de antigos jogadores quando chegarem à FMF se esqueçam dos outros como já se assistiu no passado.

E é preciso que fique dito que há antigos jogadores que já não precisam de futebol para viver, há os que lutam para se servirem ainda mais do futebol e há aqueles que vivem na total desgraça depois de terem servido seus clubes e o país. Há antigos jogadores que negam dar serviço nas suas empresas aos antigos colegas de futebol. Portanto, não deve ser por ânimo leve que alguém apareça a dizer que é representante de antigos jogadores. Quais antigos jogadores? Contam connosco que vivemos no estrangeiro ou acham que já não pertencemos ao futebol moçambicano?,questionou.

“Danger-man” sustenta que “se queremos caminhar juntos, então organizemo-nos melhor e tenhamos conferências nacionais regulares para melhor procura de soluções dos problemas do antigo jogador e do futebol nacional. Nada de emoção eleitoral. Existem muitos antigos jogadores como eu que dizem nunca terem sido contactados sobre eleições na FMF.”

Quanto a homenagem que mereceu do actual elenco da FMF, Nico, que vive em Nelspruit, na África do Sul, disse ter sido dignificante.

“É sempre bom saber que ainda somos recordados de termos feito muito pelo futebol do país. Estou satisfeito. Os meus irmãos da igreja gostaram da notícia de eu ter sido reconhecido no meu país. Espero que da próxima a lista seja maior, porque somos muitos que demos tudo por este futebol, que nos quarenta anos de Independência Nacional ficou marcado com a primeira qualificação para o CAN, facto que orgulhou bastante ao Pai da Nação, Samora Machel.” 

Manuel Meque