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Contrastes duma cidade em constante efervescência

Por admin

Que Maputo é uma cidade de contrastes, ninguém duvida! Há de tudo um pouco para ver, ouvir e contar. Coisas bonitas. Coisas feias e outras que não pendem nem para um nem para outro lado. Ficam ali no meio. Estacionárias. Há coisas para ver e rir e outras para ver e chorar.

Este intróito do Bula Bula vem a propósito de três aspectos que aqui vai contar relacionadas com coisas bonitas, feias e as de fazer chorar.

Coisas Bonitas: Ali na zona de Nwankakana, na Malanga, junto ao mercado informal, andavam na estrada uns buracões de se lhes tirar o chapéu. Os automobilistas chegavam ali, miravam, calculando os ângulos e tomando balanço para vencer os dito cujos. Isso levava a que a fila se alongasse, porque cada um levava o tempo que podia para pensar na melhor maneira de o fazer. Ainda bem que não temos todos o mesmo QI. Trocado em quinhentas, o mesmo Coeficiente de Inteligência. Porém, há dias, gente do Conselho Municipal andou por ali em jornadas de limpeza e descobriu as crateras. Melhor ainda, mandou tapá-las. Agora, o trânsito flui ali à sua maneira e em beleza. Outra coisa bonita, é a existência de agentes da Polícia de Trânsito, nas primeiras horas da manhã, ao longo da EN4, para evitar que gente indisciplinada fure a fila, rodando aos zigue-zagues e ultrapassando os carros enfileirados, pela esquerda.

Coisas feias:Não há bela sem senão, dizem os entendidos. Na Avenida da ONU, ali na zona das barreiras, a partir donde vai nascer a Ponte para Katembe, a coisa já não é assim tão bela, não! Pelo contrário, os buracos nasceram como cogumelos na faixa de entrada para a cidade. São buracos e a água que jorra duma fonte natural ali existente. A dificuldade de ali atravessar, faz com nasçam duas a três filas de carros e os automobilistas, resmungam todos os dias, olhando para as carcaças de máquinas de reparação de estradas existente no parque municipal, no terreno adjacente à estrada.

Bula bula– porque parte desta sociedade – questiona-se: como é possível tamanho descaso justamente ali perto do estaleiro da edilidade? E nem é falar mal, mas vezes sem conta Bula bulapassa por ali e vê trabalhadores às dúzias disputando badjias que algumas vendedoras ambulantes fazem questão de fornecer… e se trabalhassem um pouco mais não eliminariam aquela confusão toda?

Mas, como sói dizer-se, já nem dá para chorar pois isso é igual a pedir ao camelo para tocar flauta!

Assaltos:À moda brasileira, intensificam na cidade de Maputo os assaltos aos automobilistas. São celulares que voam das mãos, quando o automobilista está na fila no engarrafamento e se põe a telefonar. São bolsas das senhoras que são retiradas dos carros, com os veículos em fila, por gente que aparece do nada e desaparece para algures, num ápice. As avenidas 24 de Julho entre a Assembleia da República e a Praça 16 de Junho e a Avenida Joaquim Chissano são as mais notabilizadas nesses acontecimentos. Há vezes, sobretudo à noite, em que os automobilistas, na fila do semáforo, e com vidros abertos ou semi-abertos, e com portas destrancadas, são ameaçados com armas de fogo ou brancas, e a seguir despojados. E não vale a pena perseguir os assaltantes que se metem em becos e ficam invisíveis, pois no meio do labirinto de ruelas, o diabo tece-as… e há o risco de a gente volta de lá pior do que entrou.

Bula Bulaaconselha: sr. Automobilista, tranque as portas do seu carro quando estiver seguindo a sua viagem. Não baixe demasiadamente os vidros. Se puder não abra mesmo os vidros, quando estiver a circular por estas vias. Há gente que já foi roubada, mesmo à frente de outros condutores, que se marimbaram para a cena ou nem sequer se apercebem, de tão rápida que desenrola. O sábio avisou há bastante tempo: “Come verdes os teus frutos, antes que o ladrão os roube maduros.”

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