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Coisas curiosas nas matas de Muxungué

Por admin

Os moçambicanos passaram o longo fim-de-semana do início de Abril em alta tensão. E não era para menos. As armas voltaram a troar com tons de guerra no país. Bula Bula conta aqui algumas

 coisas curiosas que se passaram nas matas de Muxungué, Chibabava, Sofala.

Alguns ex-guerrilheiros, em Muxungué, e membros do generalato renamista baseados em Maputo, são citados a dizer que os ataques da Renamo dos dias 4 e 6 de Abril corrente tinham sido minuciosamente gizados para ocorrer no dia 7 de Abril, Dia da Mulher Moçambicana. Vá lá o diabo saber o porquê da escolha desta data. A ideia era colocar numerosos grupos de homens armados ao longo do corredor da Estrada Nacional Número Um (EN1), do Rio Save até Inchope, que efectuariam ataques no aludido dia, num cenário que resultaria em centenas de mortes.

A dispersão pela Polícia dos homens da Renamo que estavam concentrados na sua sede em Muxungué terá feito com o plano fosse recozido. Aliás, sabe-se, que nesse dia 7 de Abril, uma senhora identificada como Sandra José Jorge Maxaieie, natural de Chibuto, teria sido raptada nas proximidades de Inchope, para fins inconfessáveis, pelos homens do “pai da democracia”, que até aqui ainda não apresentou a mãe. A senhora vinha na companhia de dois filhos menores e foi obrigado a percorrer mais de 20 quilómetros embrenhando-se naquelas matas. Ela teve que ser internada numa das unidades hospitalares da província de Sofala. Os homens do DHL foi largaram-na quando se aperceberam da movimentação das forças de defesa e segurança na região.

Comerciantes de Muxungué relatam que dois dias antes do ataque da Renamo ao posto policial local movimentavam-se pela vila dois supostos jornalistas, um dos quais de raça branca, andando em cavaqueira com ex-guerrilheiros renamistas, incluindo o falecido comandante Rasta Mazembe. Os aludidos escribas ter-se-iam metido a caminho do local supostamente a convite do líder da perdiz, com o alegado intuito de fazer a cobertura “dum grande acontecimento que teria lugar e que mudaria a vida do país”. Os supostos “homens da pena” foram vistos a oferecer dinheiro para compra de bebidas alcoólicas e outras coisas, incluindo “suruma”, aos ex-guerrilheiros.

Os comerciantes contam que nas hostes renamistas, na véspera do ataque, transmitia-se às pessoas a ideia de que “tudo o que viesse a acontecer era por culpa do Governo que não quer dialogar”. Foi daí que alguns daqueles, temendo algo pior, encerraram o comércio em Muxungué, na tarde do dia 3, e fugiram para bem longe da vila.

Na manhã do dia 4, depois do ataque da Renamo, o aludido jornalista de raça branca foi o primeiro a envolver-se na recolha de dados, opiniões e comentários sobre o acontecimento, procurando saber qual era o impacto desta investida naquela comunidade e afirmando que iria enviar as informações para vários canais de notícias do mundo. Foi visto a tirar as primeiras imagens aos mortos e feridos.

A grande lamentação é o facto de estes acontecimentos dos dias 4 e 6 de Abril corrente terem resultado em perda de cerca de uma dezena de moçambicanos que não mereciam morrer daquela forma.

Esta semana, o matutino “Notícias” noticiou que “a perdiz” mantém desde Janeiro último reféns dois cidadãos no seu “quartel” em Vanduzi, distrito de Gorongosa, não se sabendo porque motivo. Trata-se de Samuel Alberto Gujamo, de 27 anos, e Chico Manuel Filipe, de 34 anos. Jerónimo Malagueta, chefe nacional de informação da Renamo, é citado a dizer que aquilo “é assunto dos chefes”.

Estas são algumas das coisas curiosas das matas sob controlo renamistas. Cada um ajuíze à sua maneira!

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