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Vacina: caminho alternativo

Por admin

Assinala-se hoje, dia 18 de Maio, o dia Internacional da Vacina contra o HIV/SIDA. Uma das formas de controlar a pandemia do HIV/SIDA, seria o desenvolvimento de uma vacina preventiva para os não infectados e de uma vacina terapêutica para os infectados, ou então uma vacina única eficaz para ambos grupos.

 Desde 2011 Moçambique, através do Instituto Nacional de Saúde, está engajado na pesquisa desta solução.

Desde 2011, Moçambique iniciou a sua participação nesta luta para descoberta da vacina contra o HIV/SIDA realizando o primeiro ensaio clínico, denominado TaMoVac (Tanzania and Mozambique Vaccine).

O ensaio teve como objectivo avaliar a segurança de uma vacina preventiva e participaram 24 jovens voluntários. Os resultados deste estudo demonstraram que a vacina usada é segura e tem capacidade de estimular o sistema imunitário humano.

Desde Setembro de 2012 até a data corrente, decorre a segunda fase do projecto Ta MoVac com a participação voluntária de 38 jovens. Estes ensaios clínicos são fruto de uma consórcio internacional que em Moçambique envolve o Instituto Nacional de Saúde e o Hospital Central de Maputo, contando com colaboradores da Tanzânia, Suécia, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos da América.

As vacinas podem ser produzidas usando várias abordagens mas somente algumas delas podem ser aplicadas para o caso da vacina contra o SIDA, devido às características biológicas e moleculares do HIV. Para o desenho de uma vacina eficaz contra o HIV/SIDA deverão ser tomados em consideração alguns aspectos, dentre eles: a diversidade genética do HIV, o modo de transmissão deste vírus e os mecanismos que o vírus usa para causar doença.

Os tipos do HIV que infectam humanos e causam SIDA incluem uma população de vírus geneticamente diversa. Essas populações virais estão agrupadas em regiões geográficas distintas. Essa diversidade genética, implicará a necessidade uma vacina que comporta as características de diferentes tipo de vírus presentes em cada região geográfica.

Sob o ponto de transmissão, a infecção pode ser adquirida por contacto sexual ou pelo sangue, ou ainda como vírus livre ou associado a células. Nesse contexto, uma vacina contra HIV/SIDA deverá estimular mais de um tipo de imunidade para ser eficaz.

Finalmente, uma vacina eficaz contra o HIV deverá prevenir o estabelecimento de uma infecção crónica, pois os níveis de multiplicação do vírus persistem altos mesmo na presença de uma resposta de defesa aparentemente robusta. 

As concepções tradicionais de vacinas incluem vacinas feitas a partir da atenuação ou inactivação do micróbio causador da doença. Estas concepções são altamente efectivas no caso de algumas doenças, como por exemplo a pólio e o sarampo. Para além de vacinas feitas a partir do micróbio inteiro existem também vacinas feitas a partir de pedaços purificados do micróbio causador da doença como por exemplo a vacina contra hepatite B e para prevenção da gripe sazonal.

Os modelos tradicionais de vacinas não são aplicáveis para o HIV devido a alta capacidade de reversão que tem. O modelo de vacina de subunidade foi aplicado para o desenvolvimento da primeira candidata a vacina contra o SIDA testada em humanos.

CENTENA E MEIA DE ENSAIOS

Até o momento mais de 150 ensaios de vacinas contra HIV/SIDA já foram realizados. As primeiras vacinas foram baseadas em proteínas purificadas do vírus, correspondentes a uma porção do HIV denominada envelope. Tal vacina anti-HIV tinha como objectivo estimular a produção de anticorpos capazes de bloquear o vírus. Esta estratégia funciona com outros vírus como para o caso da Hepatite B, papiloma vírus humano e influenza sazonal, contudo não foi eficaz para o caso do HIV, pelo facto do vírus sofrer mutações diversas.

A busca de vacinas preventivas e profiláticas contra o SIDA requer um esforço global. Portanto há uma necessidade destas serem testadas não somente nos países onde elas são desenvolvidas como também naqueles com maior incidência da infecção pelo HIV, particularmente na região subsaariana de África.

De notar que foi em 1999 que iniciou o primeiro ensaio clínico de uma vacina contra HIV/SIDA no Uganda.  

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