Era um dos cidadãos mais idosos de Quelimane, tinha uma memória impressionante. Gabava-se de ter plantado a primeira palmeira em Macuse e conhecia de cor os cinco automóveis que circulavam na
Zambézia na sua adolescência. Era conhecido apenas por duas palavras: velho Palha.
É este cidadão de idade avançada mas de espírito jovem que faleceu recentemente, deixando os quelimanenses em estado de choque.
João Alcântara Tomás Palha, que iria completar 91 anos no próximo mês de Junho, é mais uma biblioteca viva que desaparece, um homem sempre pronto a contar histórias do seu espírito nacionalista, o que deu origem à alcunha de Lumumba, no tempo colonial.
Quelimane chora o desaparecimento desta figura, jovial e sempre aberta a dar conselhos úteis à juventude. À viúva e aos seus seis filhos, o domingo apresenta as mais sentidas condolências.
