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Polícia desmantela fábrica de armas caseiras

Por admin

A Polícia da República de Moçambique (PRM) desmantelou, há dias, uma fabriqueta de armas caseiras, no distrito de Matutuine. Na incursão foram recuperadas 20 armas de calibre 12, para além, do material que era usado no fabrico das mesmas, nomeadamente, serrote, limadura, catanas, quadro de bicicleta, berbequim, entre outros.

A fabriqueta pertencia a um cidadão de 56 anos de idade, Zaqueu Zunguza, natural de Inhambane, o qual encontra-se foragido. A existência da fabriqueta foi denunciada pela população.

A denúncia resultou dos apelos levados a cabo pelas autoridades policiais nas comunidades sobre o combate a caça furtiva naquele distrito que tem uma das maiores reservas com diferentes espécies de animais no país, com maior destaque para impala, zebra, gazela, girafa.

De referir que aquele distrito recebeu da África do Sul, no ano passado, cerca de 2500 animais de diversas espécies bravias.

Relatos populares dão conta que as armas fabricadas naquele distrito eram vendidas cada uma a 5 mil meticais, para os caçadores furtivos locais.

Conta-se que Zunguza trabalhava sozinho, na sua fabriqueta que funcionava longe da sua residência. Acredita-se que esta é a razão que contribuiu na demora da descoberta da sua existência. Tudo era feito a partir de material de sucata.

Neste momento os secretários dos bairros estão a levar a cabo trabalhos de sensibilização junto das comunidades para entregarem voluntariamente as armas. A iniciativa vem na sequência das informações dadas pela polícia segundo as quais aquele equipamento para além de ter a potência de matar os animais, pode também tirar a vida de pessoas.

Em resultado deste apelo, na última sexta-feira, foram recuperadas mais três armas, no bairro Indane. Acredita-se que ainda há mais armas no seio da comunidade.

Aliás, da lista feita pelos secretários de sete bairros residenciais dão conta que existem 21 armas que ainda não foram recuperadas e que estão nas mãos da população.

O Porta-voz da Polícia da República de Moçambique, Emídio Mabunda, disse que a corporação está a fazer diligências no sentido de capturar o proprietário da fabriqueta.

Já temos alguns dados da sua proveniência, estamos a trabalhar nesse sentido para que seja capturado e responsabilizado pelos seus actos,disse.

Entretanto, a PRM recuperou durante o ano passado 95 armas de fogo, sendo 12 AKM e 37 pistolas. Estes dados foram tornados públicos no Conselho Provincial realizado, na semana passada no Município da Matola.   

Compravam sem saber do perigo

– Francisco Laice, secretário do bairro Indane

O secretário do bairro Indane, Francisco Laice, mostra-se preocupado sobre as consequências que pode trazer no seio das comunidades, visto que maior parte das pessoas compraram aquele armamento sem saber do seu perigo.

Estamos a dizer as pessoas para devolverem as armas. Estamos satisfeitos porque sentimos que há colaboração. O mais difícil é denunciar porque quando você denuncia alguém depois guarda rancor e não sabemos o que a pessoa é capaz de fazer. O nosso trabalho daqui em diante é procurar todas armas e impedir a pessoa que acusam de fazer as armas, disse Laice.

Segundo Francisco Laice, no meu bairro Indane foram recuperadas três armas, algumas dessas armas vem de Bela Vista.

ROUBAVAM NA FÁBRICA

Três jovens de 17 a 20 anos de idade encontram-se encarcerados nas celas do Comando distrital de Matutuine. Os mesmos dedicavam-se o roubo de material de construção como varão e cimento na nova fábrica de cimento local onde eram igualmente trabalhadores.

Na altura da sua detenção foram apanhados com PC duma crua e três teodolitos, sendo um electrónico e dois manuais.

Falando para a Reportagem do domingo os três indiciados assumiram do seu envolvimento do caso, os quais revelaram que roubaram em Novembro do ano passado.

Saímos para roubar ferro e cimento na fábrica mas antes de entrar vimos um contentor aberto que estava fora. Revertemos os nossos planos, entramos e levamos este equipamento,disse Francisco Panhele.

Acrescentou que quando levaram o equipamento foram esconder numa das matas daquele distrito, enquanto procuram um cliente para vende-lo.

Entretanto, neste momento foi aberto um processo para serem responsabilizados pelo crime que cometeram. O equipamento recuperado será devolvido ao proprietário.

Abibo Selemane
habsulei@gmail.com

Fotos de Inácio Pereira

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