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TELEMÓVEL: UM MAL QUE VEIO POR BEM

Por admin

…e sobre todos os rostos haverá vergonha…” Ezequiel 7:18

Seja-me permitido aplaudir vivamente e de pé, a medida decretada pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MEDH) de proibir o uso de Telemóveis nas salas de aulas. E espero que a mesma se alastre e seja extensiva para os Funcionários e Servidores do Estado que trabalham nos Balcões de Atendimento ao Público, pois são muitos os prejuízos causados pelo uso abusivo do Celular. Por exemplo, é bastante aborrecido chegarmos numa instituição pública e verificarmos que a pessoa que devia atender-nos está ao telefone, a falar durante muito tempo olhando para nós mas não connosco. Só este mês, por três vezes fui obrigado a escutar conversas completamente abstractas ao meu interesse: na primeira, a funcionária estava justificando-se ao seu interlocutor porquê ela não se teria feito presente num certo encontro: “o meu “patrão” voltou cedo e tudo ficou complicado!”, terminou ela; na segunda, a minha atendente transferia a sua ira para o seu interlocutor aos berros: “oiça, meu, eu já estou farta com as tuas promessas falsas; vamos mais é acabar com isto duma vez por todas; no terceiro era um jovem apaixonado que lançava setas do cupido em direcção à sua amada através do telemóvel: “sabes ´my love’, tenho dificuldades de escolher a tua prenda para o grande dia que se avizinha (S.Valetim) ”. Uma especialista brasileira em Saúde Pública explica no seu “Blog”, (Diário online), alguns males resultantes do uso abusivo do Celular que: “Dores de cabeça, exaustão crônica, insônia, ansiedade, problemas cardíacos, flutuações de pressão sanguínea, enfartes, derrames, doenças cerebrais degenerativas, leucemias e tumores malignos são alguns do males provenientes do excesso de poluição eletromagnética que foram comprovados nas pesquisas”,enumerou a especialista. Só para o benefício dos mais jovens, recordar que foi em Novembro de 1997, que a Moçambique Celular, S.A. ou simplesmente “Mcel” introduziu o primeiro Telefone celular. Atrás desse tempo os moçambicanos não conheciam o Celular. A primeira versão de Celulares chegou na cidade de Maputo, duma forma sorrateira, e mediam mais ou menos 15 a 20 Cm com o peso de mais ou menos 150 a 200 Gramas, (Motorola e Nokia), ao que ficaram conhecidos por “Bingo”, pois tinham mais ou menos o mesmo tamanho e feitio daquela marca de Sabão, e tudo começo a complicar-se. Mas os Americanos do Norte “E.U.A.”, já tinham o celular desde Abril de 1973 e media 23cms de comprimento e 13cms de largura e pesava até dois quilos! Um verdadeiro Tijolo! A intenção e o desejo do inventor deste aparelho era o de resolver problemas de comunicação com locais até aí inacessíveis, sendo que com o tempo, para além da sofisticação dos aparelhos, hoje há os de tamanho de um maço de cigarros, e passou a ser visto tido e acreditado como um objecto de consumo indispensável desde as crianças aos adultos. Além dos inconvenientes já enumerados, o celular hoje é causador de outros de natureza social. Conheço dois lares que se desfizeram traídos por celulares. Sexta-feira passada, testemunhei um “desastre Celular” que teve uma recém-enviuvada como protagonista, em plena Cerimónia Fúnebre. A infeliz, na hora de depositar o último beijo na testa do seu defunto ex-marido, o maldito aparelhinho tocou estridentemente! Ela apanhou um susto e caiu sob o corpo inerte do finado, porém, o pequeno aparelho não parou de tocar uma musiquinha verdadeiramente “chata” e monótona, onde a prioridade é o morto. Foi uma vergonha Infernal! Toda gente se interrogou: “quem naquela hora estaria a ligar para viúva!?”. No meio da multidão, um homem destacou-se apressadamente e arrancou o pequeno celular das mãos da recém-enviuvada e precipitou-se para fora do recinto. Era o irmão do defunto chocado com a  triste cena!

Kandiyane Wa Matuva Kandiya
nyangatane@gmail.com.

 

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