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FACIM fervilha a caminho das “bodas de ouro”

Por admin

Encerra hoje a 49ª Edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM) que vem decorrendo desde a segunda-feira passada no recinto de Ricatla, no distrito de Marracuene, província de Maputo, 

sob o lema “Expandindo horizontes dos seus Negócios e Optimizando as Sinergias”. Com um novo vigor, a FACIM deste ano serviu de antecâmara da celebração dos 50 anos de existência desta célebre montra da economia nacional.

A primeira edição da FACIM foi inaugurada a 24 de Julho de 1965 e tinha por objectivo demonstrar a vitalidade económica do país pelo que levou o nome de Feira Agro-Pecuária, Comercial e industrial de Moçambique, do qual se produziu a sigla FACIM. Aquela edição, segundo dados em nosso poder, decorreu na baixa da cidade de Maputo, numa área de escassos 50 metros quadrados e, mesmo assim, contou com a participação da África do sul e do Instituto do Café de Angola.

Na terceira edição, realizada em 1967, o número de participantes nacionais e estrangeiros mais do que duplicou pois passou de 130 para 300 empresas e aqui aconteceu a primeira exposição e leilão de gado bovino. Conta-se que a edição de 1967 foi visitada por mais de 90 mil pessoas e a participação mais assinalável terá sido a da Itália que comparecia pela primeira vez.

Em 1969 os Estados Unidos da América (EUA) fizeram a sua primeira aparição na FACIM, que já ia na quinta edição, e acredita-se que o número de visitantes terá atingido históricos 120 mil tendo em conta que as infra-estruturas tinham sido ampliadas e a qualidade da organização da feira consolidada.

Ainda de acordo com dados em nosso poder, em 1970 dois novos países aderem à FACIM, nomeadamente a Alemanha e a Swazilândia e o número de expositores já atingia 600 empresas o que conduziu a um aumento da área em cerca de 20 por cento, tanto mais que a exposição e venda de gado tinha crescido a ponto de serem exibidas e leiloadas cerca de 500 cabeças.

A euforia da realização deste tipo de feiras é evidenciada no certame de 1971 quando são confirmadas as participações de 1735 empresas e países como a Itália, Japão, França e Inglaterra se juntam ao projecto e são criados pavilhões exclusivos para a exibição do sector industrial.

 

Com a conquista da Independência Nacional, em 1975, é realizada a Feira da Independência que congrega 16 países, parte dos quais até então excluídos, nomeadamente a Argélia, Tanzânia, Gana, Jugoslávia, Zâmbia, União Soviética (URSS), Nigéria, Roménia e Paquistão. Consta que para esta edição foi visitada por mais de 140 mil pessoas.

Registos em nosso poder indicam que o apogeu da FACIM foi registado em 1978 quando o certame foi visitado por mais de 403 mil pessoas, 866 expositores foram distribuídos por 120 pavilhões nacionais e 40 internacionais, dos quais 25 países e 15 empresas individuais. Para acomodar esta demanda, a organização do evento recorreu a instalações arrendadas nas cercanias no recinto.

 

RESGATAR A MÌSTICA

Apesar destes números parecerem estratosféricos, há indicações claras de que o Instituto para a Promoção de Exportações (IPEX) procura investir em Ricatla para resgatar os tempos áureos da Feira Internacional de Maputo, e o exemplo tem sido a profissionalização da organização, investimento em infra-estruturas, entre outros.

Na edição deste ano, que soube a prelúdio da 50ª FACIM, que terá lugar no próximo ano, participaram 20 países, número bastante considerável quando comparado com o das edições anteriores mais recentes que giravam em torno de 15. Mas, o elemento mais cintilante relaciona-se com o número de visitantes previstos que poderá atingir as 94 mil pessoas tendo em conta a azáfama verificada deste o arranque dos preparativos e durante a semana que hoje finda.

Ainda no que se refere à organização da feira, fontes do IPEX referem que de terça a sexta-feira foi possível realizar 23 seminários e um total de sete bolsas de contacto, que contaram com a participação de cerca de 700 pessoas. Nestes encontros foram divulgadas as potencialidades do país e os interesses particulares das empresas nacionais no que se refere ao estabelecimento de parcerias com empresas locais e estrangeiras.

Para o Chefe de Estado, Armando Guebuza, “A FACIM constitui num importante marco do nosso desempenho, tendente a diversificar os canais das nossas potencialidades e de criação de um ambiente crescente para a afirmação de parcerias entre os expositores moçambicanos e os seus pares estrangeiros”.

Regozijado pelo que lhe foi dado a observar no dia da inauguração deste evento, o Presidente da República referiu que a FACIM providencia ao visitante e ao expositor informação sobre o que se produz internamente e no exterior, sem contar que viabiliza as ligações entre os produtores e os compradores.

Visitamos vários expositores e congratulamo-nos com a excelente qualidade dos produtos existentes no nosso mercado e não só, ficamos contagiados com os trabalhos dos expositores e pela esperança que irradiam de firmar parcerias para expandir e diversificar os seus negócios”, afirmou Guebuza.

Outro aspecto que chamou atenção do Presidente da República foi o crescimento do nível de organização dos próprios pavilhões, assim como a ordenação por área de interesse dos expositores. Estes factores tornam a feira mais informativa, formativa e agradável de se visitar.

Notamos com satisfação o crescimento da nossa montra nacional, a sua expansão bem como a respectiva diversificação. Muitos produtos nacionais já se apresentam devidamente embalados, facto que os torna mais atractivos, apetecíveis e competitivos”.

Guebuza acrescentou que a demanda por mais espaço na FACIM que tem sido superada anualmente é um outro indicador de que, como Governo, deve se acelerar a construção do espaço definitivo para as exposições, o que passa por avançar dos desenhos e plantas para acções tangíveis em resposta a essa procura.

Com efeito, e conforme aludiram alguns expositores contactados pela nossa equipa de Reportagem, nota-se um esforço crescente de melhoria de organização da feira e de qualidade dos produtos expostos, com particular destaque para os produtos nacionais que até há poucos anos denotavam deficiências de processamento e, sobretudo de apresentação de embalagens. 

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