Início » Falta de energia condiciona produção de óleos

Falta de energia condiciona produção de óleos

Por admin

A produção de óleos essenciais (compostos aromáticos extraídos de plantas aromáticas por processos de destilação, compressão de frutos ou extracção com o uso de solventes)ainda não 

começou no Centro de Investigação e Desenvolvimento Etnobotânico (CIDE), localizado em Namaacha, na província de Maputo, devido à falta de energia eléctrica.

Dados disponíveis indicam que a materialização deste projecto está dependente da montagem de rede eléctrica em moldes industriais, o que implica a implantação de um Posto de Transformação (PT).

Segundo a directora do CIDE, Adelaide Agostinho, as máquinas para produção de óleos foram compradas há pouco mais de um ano na China e não estão a ser usadas, correndo risco de avaria e, inclusive, de exceder o prazo de garantia.

Não sabemos se depois de assegurada energia nos moldes industriais teremos outros problemas, pois os chineses estiveram aqui para proceder à montagem e teste do equipamento, mas a nossa energia é muito fraca”, disse Adelaide Agostinho.

Os referidos óleos podem ser usados nas indústrias cosmética, farmacêutica e alimentícia e, em geral, as componentes têm acções terapêuticas. Podem ser extraídos de camomila, eucalipto, rosas, limão, sândalo, entre outros.

Adelaide Agostinho explicou que com a entrada em funcionamento das máquinas de produção de óleos essenciais o CIDE estará em condições de obter rendimentos para financiar diferentes pesquisas. É que, dependendo do tipo de óleo e da sua qualidade, o preço varia entre 150 meticais para dez mililitros até pouco mais de 500.

Se fizermos a extracção de óleo com qualidade, com a grande demanda no mercado, seremos capazes de dar volta à nossa situação financeira. Por isso, apostamos na compra da máquina e com o dinheiro poderemos fazer diversos estudos etnobotânicos”, disse ainda a nossa entrevistada.

Actualmente, o CIDE está a produzir chás e cápsulas, provenientes de plantas nativas alimentares, medicinais, aromáticas e ornamentais. O centro dispõe igualmente de tecnologia para produção de xaropes, tinturas, contudo as condições das instalações ainda não a permitem.

 

CIDE PRECISA

DE TÉCNICOS QUALIFICADOS

Segundo ficamos a saber o CIDE ainda precisa de técnicos qualificados em etnobotânica. Actualmente está a trabalhar com investigadores estagiários formados em química, biologia e outros ramos. O desafio passa por ter técnicos superiores capazes de fazer investigações e conceber projectos.

Agora temos investigadores estagiários e técnicos superiores formados em química e biologia mas têm dificuldades em conceber projectos, apesar do domínio dos trabalhos do laboratório”, referiu Adelaide Agostinho.

Ainda no que diz respeito aos recursos humanos, apurámos que o CIDE possui apenas 51 por cento do pessoal necessário para o pleno funcionamento, sem contar com um investigador principal e o respectivo coordenador.

No que concerne ao orçamento, Adelaide Agostinho sublinhou que tem registado um aumento anual, a título de exemplo, para este ano foi desembolsado um total de 76 por cento do valor pedido.

Esperamos que o Governo entenda que esta é uma daquelas áreas em que se deve investir nos primeiros dez anos e só depois é que se poderá exigir os resultados”, referiu ainda a nossa entrevistada.    

Outro desafio do CIDE passa pela criação de um banco de dados sobre todas as investigações realizadas e as que estão em curso. O banco irá facilitar a troca e/ou cruzamento de informações pois há várias investigações cujos resultados são pouco divulgados. 

Você pode também gostar de:

Leave a Comment

Propriedade da Sociedade do Notícias, SA

Direcção, Redacção e Oficinas Rua Joe Slovo, 55 • C. Postal 327

Capa da semana