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Circulação do gado continua interdita em Mapulanguene

Por admin

A venda ou circulação do gabo bovino do Posto Administrativo de Mapulanguene, distrito Magude, para os restantes pontos do país continua interdita devido a febre aftosa que afectou aquele ponto da província de Maputo. Contudo, a Direcção Distrital dos Serviços Económicos local está a trabalhar nas comunidades com vista a vacinar os animais que ainda não foram atacados pela doença.

O Governo aprovou recentemente a medida que proíbe a venda ou a circulação do gado bovino, banana e citrinos daquele distrito para as restantes partes do mundo. A mesma visa conter a propagação da febre aftosa que afectou o Posto Administrativo de Mapulanguene, distrito de Magude, desde o passado mês de Maio.

De referir que o distrito de Magude conta com cinco postos administrativos e destes, apenas um, o Mapulanguene é que foi diagnosticado com surto.

Passados dois meses, as autoridades da Direcção de Actividades Económicas do distrito de Magude continuam a trabalhar naquelas comunidades que ainda não foram afectadas.

Neste momento foram vacinadas bovinos dos postos administrativos de Mahele e Panjane e brevemente os trabalhos serão estendidos para Motaze.

Eduardo Tembe, director do Serviço Distrital de Actividades Económicas de Magude, disse que nos locais onde a doença não foi detectada estão em curso acções de sensibilização visando a exposição dos seus animais. Os criadores são recomendados ainda para darem as suas crias o sulfato de cobre e antibióticos.

PREJUÍZOS

O surto da febre aftosa está a trazer prejuízos enormes no seio da comunidade do Posto Administrativo de Mapulanguene.Dados fornecidos pelo chefe daquele posto, Luís Castigo, dão conta que desde que o vírus afectou aquelas zonas já morreram cerca de 30 cabeças.

Pelo menos 90 por cento dos seus criadores têm problemas com as suas crias. De entre os prejuízos está o baixo nível de produção e falta de comercialização dos animais. 

A situação é mais preocupante ainda porque o cenário verifica-se no período seco, altura em que não há nada nos seus celeiros.

Noutros anos para conseguir o sustento e resolver os seus problemas as pessoas vendiam uma parte dos animais, facto que não se verifica actualmente.

Entretanto, em conversa com alguns criadores, ficamos a saber que maior parte destes tem dívidas nas diferentes barracas que funcionam naquelas comunidades onde levam diversos produtos alimentares e de limpeza.

Os mesmos referem que estão preocupados porque não sabem quando é que este fenómeno será ultrapassado. Mais preocupante ainda é facto de alguns proprietários das barracas já começarem a rejeitar alguns pedidos.

Para safar-se da fome alguns tentam durante a noite saírem através da mata com o seu gado, mas estes sempre são surpreendidos pela segurança ou são denunciados pelos populares. Existem outros que tentam convencer técnicos veterinários da Direcção Distrital de Actividades Económicas para lhe passar guia que os permite sair do distrito.

Para controlar melhor a saída dos animais naquele posto foram montados três postos de controlo. Nestes locais os carros que chegam são observados com cuidado, para além de pedir algumas explicações aos seus  ocupantes .

Gonçalves Ubisse, um dos residentes daquele posto administrativo disse que a vida tornou-se muito difícil nos últimos meses. Conta que tem 49 cabeças de gado bovino e nenhum destes foi diagnosticado com febre aftosa. Mesmo assim está a passar mal porque a medida do Governo também o abrange, uma vez que mora no raio do surto.

Estamos a sofrer. Imagina a ginástica que fazemos dia a dia para garantir sustento de seis pessoas que vivem comigo em casa. O nosso sustento depende da nossa criação, disse Ubisse.

Por sua vez, Calany Chirindza diz que tem mais de 270 animais, destes seis foram atacados pela febre aftosa.Já estão a melhorar, porque comprei um produto meti na água que bebem, referiu.

Amosse Ngovene, outro criador, classificou a situação de preocupante. Ressalvou que na falta de animais para comercializar, a população tem falta de dinheiro até para comprar comida.

Fotos de Jerónimo Muianga 

Abibo Selemane
habsulei@gmail.com

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