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CECÍLIA, A “LUÍSA” DO ANÚNCIO PUBLICITÁRIO: A publicidade revelou o lado que não conhecia em mim

Por Idnórcio Muchanga

A vida é feita de escolhas e cada escolha é uma renúncia. Mas há renúncias temporárias. Aquelas que se fazem por uns instantes.

Algumas ocorrem em momentos de actuação, quando o ser humano se despe da sua natureza e encarna personagens.

"Luísa", interpretada por Cecília Zucula, o rosto do jornal domingo, serve-nos de exemplo. Criada em publicidade com o intuito de massificar a adesão a um determinado serviço por via de telefonia móvel, foi-nos apresentada como uma mulher de ideias difusas, avessa ao mundo das Tecnologias de Informação e Comunicação.

O corolário dessa representação teve o seu impacto ao nível social, mas também, essa “publicidade revelou oladoque não conhecia em mim”, confessa Cecília. A imagem de uma famosa ‘comerciante de bolinhos’, que se movimenta calçada de “sabrinas” e coberta de um simples vestido, assumida por si, mostrou o lado interessante da arte de criar. Criou ilusões, pois de luz e câmaras apagadas e cena cortada aparece-nos outra mulher, de 31 anos de idade, uma estudante trabalhadora, que, contraditoriamente, entende tudo ou quase tudo de tecnologias. Frequenta o curso de contabilidade na Universidade Eduardo Mondlane e trabalha como assistente de loja, “um trabalho semelhante a de agente de venda”, esclarece.

Yhu! Pois é…. Seria desse modo que reagiria a sua personagem após serem desvelados os caracteres que realmente compõem a sua existência. Fisicamente, falamos de uma mulher de formas generosas, que se revelou aos olhos do domingo de calças jeans elásticas, blusa leve de tons suaves e um salto de tamanho estonteante. Exalava uma fragrância suave, hipnotizadora. Quem diria… nem de longe lembrava a simples Luísa – que, diga-se de passagem, bem representa a digna mulher moçambicana: uma senhora madura, perto dos 40, de sorriso maroto, passos titubeantes, desconfiada em relação ao futuro; uma pessoa envolta num diálogo afoito, agarrada aos seus princípios.Foram estas características bem estudadas e representadas por Cecília que embalaram o público, levando-o a identificar-se com o personagem.

Por estas e outras, Cecília Zucula aproveita o ensejo para tecer rasgos elogios à mulher moçambicana: “é batalhadora. Eu respeito, sobretudo, aquela mulher que pratica o comércio, diariamente, na rua, debaixo do sol, para sustentar a sua família”.

Aliás, é esse espírito que a move para cuidar dos seus, afinal ela é mãe de 2 filhos, um de 10 e outro de 12 anos de idade. Divorciada, encontra no actual dono do seu coração alento para levar a sua vida a contento. É que o seu casamento foi violento, o que acabou ditando a separação. “Houve agressão física, mas nunca denunciei esses episódios de violência”. Hoje em dia, já pensa de modo diferente. “Sou a favor da participação dos casos de violência e, inclusive, tenho aconselhado às pessoas nesse sentido”. 

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Texto de CAROL BANZE
CAROL.BANZE@snoticicas.co.mz

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