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Defensores da pátria em festa rija

Por admin

Texto de Jaime Cumbana e Fotos de Inácio Pereira

Literalmente, as actividades quotidianas do país pararam para dar lugar à semana comemorativa do 50º aniversário do desencadeamento da Luta Armada de Libertação Nacional, assinalado na passada quinta-feira. As cerimónias centrais tiveram lugar no Estádio Nacional do Zimpeto (ENZ) e foram dirigidas pelo Presidente da República, Armando Guebuza, na qualidade de Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança (FDS).

O evento teve réplicas um pouco por pouco por todo o país com destaque para a cidade de Maputo que acolheu uma exposição das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) em que estiveram expostas as principais actividades da instituição militar, desde a logística de produção, saúde militar, fotografias e vídeos que ilustram a caminhada das forças armadas desde o desencadeamento da luta armada até aos dias de hoje.

A par da exposição, teve lugar um torneio quadrangular de futebol, envolvendo equipas dos três ramos das FADM e do Serviço Cívico.

A Marinha de Guerra fez uma exibição naval na baia de Maputo mostrando o que melhor possui para a defesa da costa moçambicana.

Quarta-feira passada, oficiais generais e superiores das FADM foram saudar o Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança, Armando Guebuza, e manifestar a total e completa obediência ao comandante e à Constituição da República.

25 de Setembro é resposta

estruturada à dominação colonial

O 25 de Setembro de 1964 foi uma resposta estruturada à recusa obstinada das autoridades coloniais de reconhecer o direito inalienável à liberdade e independência dos moçambicanos, segundo referiu, quinta-feira última, o Presidente da República, Armando Guebuza, no Estádio Nacional do Zimpeto.

O Presidente da Republica e Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança, Armando Guebuza, disse que os moçambicanos souberam dar uma resposta firme aos massacres com o colonialismo português  respondia ao clamor contra as injustiças, a humilhação e a exploração desenfreada dos moçambicanos.

Armando Guebuza fez questão de lembrar que o 25 de Setembro de 1964 foi protagonizado por um grupo de cerca de 250 guerrilheiros número que multiplicou-se porque defendiam a causa do povo moçambicano.

Guebuza falava nas comemorações do 50º Aniversário do Desencadeamento da Luta de Libertação Nacional assinalado sob o lema “Forças Armadas de Moçambique: celebrando 50 Anos, Inspirados na Unidade Nacional, Patriotismo, Paz e na Heroicidade da Geração do 25 de Setembro”.

“Tratava-se de guerrilheiros disciplinados, patrióticos e sempre amigos do povo e claros de quem era o seu inimigo. As então Forças Populares de Libertação de Moçambique, de arma em punho, foram avançando em diferentes frentes, desferindo golpes mortais ao inimigo e fazendo sangrar a sua máquina de guerra até 7 de Setembro de 1974, o dia da vitória”, realçou o estadista.

O Chefe de Estado sublinhou que o que faz do 25 de Setembro de 1964 empolgante é o facto de a insurreição geral armada ter constituído o momento em que os moçambicanos consolidaram a consciência de comunhão de destino.

“Com a sua auto-estima, determinação e sentido patriótico, esses homens e mulheres nacionalistas recusaram o que a história colonial lhes tinha pré-destinado, juntando-se, sob a liderança do arquitecto da Unidade Nacional, Eduardo Mondlane, como um só povo, uma só força, para contrariar o roteiro que a implacabilidade da opressão e da humilhação colonial impunham aos moçambicanos”, referiu Guebuza.

Nessa ocasião histórica, o presidente Eduardo Mondlane, patrono da nacionalidade disse, “o nosso combate não cessará senão com a liquidação total e completa do colonialismo português e reforcemos continuamente a unidade, a união de todos os moçambicanos do Rovuma ao Maputo”.

Segundo o comandante- em-chefe, a insurreição armada teve lugar porque a administração colonial subestimou a decisão, o clamor e vontade de liberdade e independência, recusando colocar ponto final ao problema colonial.

O estadista moçambicano ajuntou que o 25 de Setembro de 1964 deu lugar a essa resposta estruturada à recusa obstinada das autoridades coloniais de reconhecer o direito inalienável à liberdade e independência dos moçambicanos.

Guebuza referiu que o 25 de Setembro de 1964 foi um importante passo na mudança dada pelos moçambicanos no rumo da história do país. Nessa

data, ficou vincado de forma audível, perante África e o mundo, a vontade e determinação de sermos uma nação livre, independente e soberana.

Segundo Guebuza foi durante o processo da Luta de Libertação Nacional que as então Forças Populares de Libertação de Moçambique consolidaram as relações de amizade com outros combatentes da região e de outras latitudes, aprofundando assim o seu sentido de solidariedade com a luta desses povos, à semelhança do que se fazia na Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas (CONCP).

O Presidente da República destacou o facto de, sob a égide da FRELIMO, as então FPLM terem desenvolvido relações de amizade com os guerrilheiros nacionalistas do ANC, MPLA, SWAPO, ZANU e da ZAPU e, mais tarde, com as forças progressistas do Uganda, dirigidas pelo actual Presidente da República, Yoweri Musseveni.

“O 25 de Setembro 1964 foi, nestas circunstâncias, a decisão que viabilizou o 25 de Junho de 1962, o projecto de Estado que se consumou a 25 de Junho de 1975 com o desfraldar para sempre, da nossa bandeira multicolor”, defendeu o Presidente da República.

Às ordens, comandante-em-chefe

Oficiais superiores das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) renovaram, quarta-feira última, perante o Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança (FDS), Armando Guebuza, a sua prontidão de defender firmemente a Nação e o seu povo, reiterando a fidelidade à Constituição da República.

A saudação enquadra-se nas comemorações do 50º Aniversário do desencadeamento da luta armada de libertação nacional assinalado no passado dia 25 de Setembro.

Segundo o Chefe do Estado Maior General, o General do Exército Graça Chongo, o jubileu das FADM comemora-se sob signo de homenagem aos jovens da geração 25 de Setembro, dai o lema “Forças Armadas de Moçambique: celebrando 50 Anos, Inspirados na Unidade Nacional, Patriotismo, Paz e na Heroicidade daqueles jovens”.

A 25 de Setembro de 1964, o povo moçambicano, traduzindo todo o seu esforço secular de resistência anti-colonial, pegou em armas e fez vincar a vontade colectiva de todos os moçambicanos terem uma pátria e uma bandeira, resgatando, desta forma, o seu direito à auto-determinação e à independência”, afirmou Chongo.

Galardoados veteranos

de luta de libertação nacional

Cidadãos moçambicanos que se destacaram em diferentes frentes de luta, foram condecorados durante as comemorações do 25 de Setembro, recebendo medalhas atinentes à “Ordem “Eduardo Chivambo Mondlane”, “Samora Moises Machel” e “Militar 25 de Setembro.

A “Ordem Eduardo Mondlane” foi atribuída a Filipe Samuel Magaia, Bonifácio Gruveta, Oswaldo Tazama e Daniel Polela, todos a título póstumo.

Eduardo da Silva Nihia, actual assessor do Presidente da República para assuntos militares, recebeu igualmente a “Ordem Eduardo Chivambo Mondlane”.

A “Ordem Samora Machel” foi atribuída a Joaquim Chissano, Marcelino dos Santos, Alberto Chipande, Raimundo Pachinuapa, Sebastião Marcos Mabote, o último a título póstumo.

Importa referir que estas figuras já haviam sido condecoradas com a mais alta distinção da República de Moçambique, a “Ordem Eduardo Mondlane”.

Receberam a “Ordem Militar 25 setembro” um conjunto de guerrilheiros que se destacaram pela bravura e entrega à causa nacional. Trata-se de Amândio Rafael Chongo, António Rafael Ibraimo, Fernando Pires Guizimane, Filomena Nachuque, José Soares Alcolete, Lourenço André Cumbe, Miguel Ambrosio Kumomashuvi Makwaju, Olímpio Victorino Vaz, Rafael José Rohomoja, Simião Lyaule Mbomela e Simão Virgílio Mingas. Foram igualmente condecorados, a título póstumo, Ernesto Pires Cuvelo e José Afonso Maguni.

Luta de libertação

nacional retratada em livro

No decurso das comemorações do 50º aniversário das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) foi lançada uma obra literária intitulada “História da Luta de Libertação Nacional, Vol. 1”.

Trata-se de uma obra que relata a epopeia protagonizada por homens e mulheres moçambicanos, amantes emblemáticos do povo, pátria, paz e progresso.

Segundo o Presidente da República, Armando Guebuza, as cerimónias de lançamento desta obra demonstra que o longo caminho da construção do Estado moçambicano é rico em ensinamentos de amor ao povo, à pátria moçambicana, à paz e ao nosso progresso.

O estadista sublinhou que estes ensinamentos devem ser resgatados, preservados, promovidos e perpetuados para as novas e futuras gerações.

“Por isso, com o lançamento desta obra e com a galardoação de alguns dos Veteranos da Luta de Libertação Nacional estamos a exaltar a nossa capacidade de fazermos a nossa própria História, uma História que escrevemos como epopeia desde o dia 25 de Junho de 1962, o dia em que decidimos que seríamos nós, os moçambicanos, os heróis da nossa própria libertação da dominação estrangeira e donos do nosso próprio destino”, disse o Chefe de Estado.

Segundo o coordenador do livro, Joel das Neves Tembe, este é o primeiro de três volumes que serão lançados versando sobre a luta de libertação nacional, destacando depoimentos de guerrilheiros, pesquisa sobre o espólio da Frente de Libertação Nacional, entre outros.

Show aéreo no

jubileu das Forças Armadas

O jubileu das Forças Armadas foi marcado por parada militar, show aéreo e paraquedismo.

Foi um verdadeiro show aéreo assistido na última quinta-feira no Estádio Nacional do Zimpeto (ENZ) com os malabarismos do Mig 21, AN 26 e aeronaves que exibiram vários números acrobáticos que levaram os perto de seis mil presentes à euforia.

Outro momento marcante foi o salto de pára-quedas a uma altura de 15 mil pés, equivalente a cinco mil metros de altura. Os pára-quedistas conseguiram calcular nas alturas a direcção e intensidade do vento. Um deles conseguiu acertar em cheio no grande círculo.

Várias especialidades das FADM, nomeadamente Exército, Marinha, Serviço Cívico, marcharam perante centenas de moçambicanos que marcaram presença no Estádio Nacional de Zimpeto.

Marinha de guerra

com nova musculatura

A Marinha de Guerra está mais reforçada para a defesa e protecção da costa moçambicana.

Desta forma o país está em melhores condições para combater a pesca e imigração ilegal, a pirataria marítima e outros males ao largo do Oceano Índico.

O reforço ficou vincado na última quarta-feira com a apresentação pública de novos barcos que doravante fiscalizarão a costa marítima moçambicana.

A cerimónia de apresentação dos barcos foi feita na Baía de Maputo, tendo contado com a presença do Presidente da República, Armando Guebuza, Chefe do Estado Maior General, Graça Chongo, e alguns membros do Governo moçambicano.

O evento, bastante concorrido, marcou igualmente a celebração dos cinquenta anos das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).

Em show marítimo, desfilaram pelas águas da Baía de Maputo, o DV15, um barco especializado na fiscalização marítima e perseguição de piratas do mar;  o w18, também dotado capacidade de perseguição a embarcações.

Na ocasião desfilaram também os cinco primeiros barcos da EMATUM – Empresa Moçambicana de Atum, adquiridos recentemente pelo Estado moçambicano.

Em processo de fabrico estão outros para perfazerem 24 unidades.

Dados disponíveis indicam que junto à Marinha de Guerra de Moçambique foi montado um sistema de vigilância por satélite. Uma sede de controlo, equipado com radar, recebe sinais quando há suspeita de uma embarcação pirata ou não autorizada navegando águas moçambicanas.

Por outro lado, um drone fiscaliza e faz fotografias aéreas, facilitando a identificação e localização de barcos suspeitos.

 

 

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