Foi ontem oficialmente inaugurada a Fábrica de Processamento de Milho de Ulónguè, no distrito de Angónia, província de Tete, num acto que foi presidido pelo Chefe do Estado, Armando Guebuza. Trata-se de um empreendimento de vital importância na dinamização da produção e o circuito de comercialização agrícola, particularmente na parte leste daquele distrito cuja construção e apetrechamento está avaliado em cerca de 7 milhões de dólares norte-americanos.
Aquela unidade fabril, localizada ao longo da Estrada Nacional 340, iniciou as suas actividades em fase experimental em finais de 2012 e tem uma capacidade para processar pouco mais 4 toneladas de farinha de milho por hora e um total de 100 toneladas por dia.
O Presidente da República, Armando Guebuza, inteirou-se do funcionamento daquela fábrica, que conta ainda com uma linha de processamento de ração (com capacidade para 5 toneladas) que tem sido vendida no mercado local principalmente para os avicultores.
Segundo soube domingo junto de Sidónio dos Santos, Director Geral do Instituto de Cereais de Moçambique (ICM), a instalação daquela fabrica em Ulónguè visava impulsionar o aumento da produção de milho no seio dos produtores locais bem como a criação de postos de emprego e “em pouco tempo de actividade já despontam bons resultados”.
O impacto social provocado pelo estabelecimento desta fábrica já é visível, quer em termos do incremento dos níveis de produção do milho por parte dos agricultores do sector familiar, principalmente, assim como da redução da quantidade de milho bruto que era escoado para fora do distrito, por falta de indústria de processamento, disse Sousa.
A filosofia do governo ao decidir instalar a fábrica em Ulónguè visa igualmente incentivar aos grandes agentes e intervenientes na comercialização agrícola para evitarem tirar o milho em bruto deste ponto para outros para permitir que seja agregado valor a este cereal por via do seu processamento.
A referida fábrica, ainda de acordo com o Director Geral do ICM, vai r ligar-se a alguns programas já existentes ao nível da província, tais como o estabelecimento de Parques Agrícolas com a assistência de extensionistas para garantir o incremento da produção e produtividade.
Para além disso, está prevista ainda a montagem de um Centro de Transferência de Conhecimentos na Produção Agrícola o qual na fase piloto irá beneficiar cerca de 2000 pequenos produtores que se desenvolvem a sua actividade agrícola no distrito de Angónia.
UNIZAMBEZE
IMPLANTA-SE EM ANGÓNIA
Ainda na tarde de ontem o PR inaugurou a Faculdade de Ciências Agrárias da UNIZAMBEZE, uma instituição de ensino superior com sede na cidade da Beira, província de Sofala, cuja construção decorreu de 2011 a 2012.
Aquele estabelecimento de ensino foi construído com base em fundos do erário público na ordem dos 90 milhões de meticais e compreende 10 salas de aulas, duas das quais foram convertidas em laboratórios, e uma multiplicidade de compartimentos e áreas para serviços afins, incluindo um campo de produção com uma área de 48 hectares.
Falando em exclusivo ao domingo Nobre Dos Santos, Reitor da UNIZAMBEZE, explicou que a Faculdade de Ulónguè é composta por 23 docentes (20 nacionais e 3 cubanos), 345 estudantes de um universo de 6 807 em todas as 6 faculdades que compõem aquele estabelecimento de ensino superior público.
Entretanto, Dos Santos revelou que a UNIZAMBEZE irá graduar, em Agosto próximo, os primeiros estudantes ali formados num total de 316 estudantes inscritos nos diferentes cursos ali leccionados. Deste número 25 são provenientes da Faculdade de Angónia.
Mas a partir de 2015 vamos deixar de funcionar com “currículo bietápico” (vulgo Sistema de Bolonha) na sequência de uma avaliação efectuada na qual se concluiu que os nossos cursos não estão a ser muito bem recebidos. Apesar disso não ter sido determinante recebemos também pressão da sociedade civil e de algumas entidades empregadoras.
Conforme fez questão de referir o Reitor da UNIZAMBEZE a abolição não significa que a qualidade do ensino é baixa pois temos um corpo docente de alta qualidade, afirmou Nobre Dos Santos, que se mostrou preocupado com o facto de haver menos de 5 por cento de estudantes naturais de Angónia a frequentar naquele estabelecimento de ensino.
No entanto, o Presidente Armando Guebuza vai dirigir amanha no distrito de Marara a cerimonia de Homenagem aos Herois Nacionais, por ocasião do 40º aniversario da morte da morte da heroína nacional, EmíliaDausse. Já na terça-feira próxima o PR irá igualmente presidir a cerimónia de galardoação da expressão cultural “Nyau”, que já foi proclamada Património da Humanidade pela UNESCO.
SEM PAZ NÃO HAVERÁ NOVAS CONQUISTAS
– Armando Guebuza, exortando a população da província de Tete para promover a cultura de paz a partir do seio familiar e noutros momentos da vida social
O Presidente da República, Armando Guebuza, reiterou nos seus comícios de despedida à população dos distritos de Chitima, Marávia e Angónia, na província de Tete, que qualquer espectro de ameaça a paz conquistada com muito sacrifício deve constituir preocupação para todos os moçambicanos. Guebuza transmitiu reiteradamente esta mensagem à população com a qual interagiu nos diferentes comícios populares que orientou no âmbito da sua visita à província de Tete, enquadrada na derradeira edição da Presidência Aberta e Inclusiva, salientando que a paz e a unidade são elementos que devem ser reforçados continuamente por todos moçambicanos, desde os dirigentes até ao mais comum dos cidadãos, “porque só dessa maneira se pode enfrentar desafios e alcançar novas conquistas”.
Para Guebuza, os moçambicanos devem preocupar-se sempre com o reforço da unidade nacional como povo, como nação e ter sempre presente nas suas mentes que este valor, que começou a ser utilizado em 1962, como estratégia para vencer inimigos e desafios e a ser parte integrante da cultura dos moçambicanos teve como percursor Eduardo Mondlane “que soube identificar que os moçambicanos tinham um inimigo comum que era o colonialismo português mas que até então não conseguiam vencer por falta de unidade”.
Por isso, as diferenças socioculturais dos moçambicanos podem ser usadas para reforçar a unidade e superar desafios e até inimigos que possam parecer muito fortes. A unidade é uma conquista colectiva dos moçambicanos e nos coloca numa situação de comungarmos dos mesmos direitos e deveres e, sobretudo, de podermos assumir qualquer província deste país como nossa terra, independentemente de termos nascido ou não neste ou noutro ponto, afirmou o Chefe do Estado. Para quem“ninguém pode jogar a paz contra outro moçambicano porque todos temos direito à paz”.
Na interacção com populares dos três distritos visitados, até ao fecho da nossa edição, Guebuza voltou a comunicar que está em fim de mandato e agradeceu o apoio que lhe foi concedido pelo povo durante os dez anos da sua governação, tendo explicado que ao nível do seu partido ( Frelimo) foi escolhido Jacinto Filipe Nyusi para o substituir e, por isso, “quero vos pedir para que o concedam o mesmo nível de apoio que deram a mim.
Nos quase dez anos do meu mandato vocês me apoiaram bastante. Aconselharam-me em encontros deste género e de outros formatos. E foi com base nos vossos conselhos que orientei a minha acção governativa e conseguimos conjuntamente alcançar estas conquistas e realizações que vocês enumeraram nas vossas mensagens e mesmo em jeito de canções. Muito obrigado pelo vosso apoio, disse Guebuza de forma recorrente à população dos diferentes pontos da província de Tete ora escalados.
No entanto, importa referir que o distrito de Chitima, sede do distrito de Cahora Bassa, foi o ponto de entrada do Presidente da República, Armando Guebuza, na sua derradeira visita à província de Tete no âmbito da Presidência Aberta e Inclusiva.
A população local recebeu de forma vibrante o estadista moçambicano e na sua mensagem enalteceu os feitos alcançados durante a sua liderança de entre os quais destacaram a reversão da Hidroelétrica de Cahora Bassa para o Estado moçambicano.
Conforme reconheceu ainda a população sob forma de cânticos, poemas ( xithokozelo) e mensagens lidas na véspera do comício, “Armando Guebuza foi um verdadeiro obreiro das transformações que o país registou nos últimos dez anos”.
Para elucidar a plateia foram citados os casos da introdução do segundo ciclo do ensino geral, elevação de Chitima para a categoria de sede de distrito de Cahora Bassa, construção da Ponte Armando Guebuza, asfaltagem da estrada Chitima-Mágoè, “7 milhões”, construção da segunda ponte sobre o Rio Zambeze na província de Tete….
Entretanto, no prosseguimento da sua actividade de Presidência Aberta o PR vai escalar na próxima quarta-feira a província de Manica, tendo como ponto de entrada o distrito de Tambara, onde, para além de comício popular, irá orientar outros encontros com as estruturas locais ao nível do governo e do partido no poder.
José Sixpence, em Tete
