Nacional

Município encerra oficinas ilegais

O Conselho Municipal de Maputo mandou encerrar oficinas ilegais que operam em diversos lugares na urbe, incluindo espaços públicos, fazendo valer um dos requisitos importantes da Postura de Transportes e Trânsito que estabelece regras muito claras sobre o uso de espaços comuns.

Ao nível da cidade, espaços públicos, parques de viaturas nos prédios e casas de alvenaria foram ocupados para a reparação de viaturas em clara desobediência às posturas municipais e à Lei dos Condomínios.

“Prometemos uma forte acção. Não haverá contemplações. Temos de acabar com a ocupação ilegal dos espaços públicos. Vamos aplicar multas aos prevaricadores e encerrar oficinas ilegais ”, disse, ao domingoCarlos Diante, director municipal de Transportes e Trânsito.

O nosso entrevistado lembrou que em Novembro passado foi feito um convite públicoaos proprietários de oficinas da cidade para regularizarem as suas actividades, actualizando os respectivos alvarás. Entretanto, o período concedido para o efeito expirou em Maio último, tendo se verificado fraca adesão.

O Conselho Municipal de Maputo tem registado no seu cadastro 196 oficinas, mas estima-se que o número de operadores, entre legais e ilegais, esteja muitos furos acima dos números oficiais. De notar que, por lei, aos conselhos municipais cabe o licenciamento de oficinais de segunda e de terceira classes.

“Não temos outro

lugar para trabalhar”

Na oficina “Auto Mangueira”, localizada no bairro da Malhangalene-B, o ambiente é de desespero e o futuro de meia centena de trabalhadores é de completa incerteza.

Cremildo Nhaningue  disse ao nosso jornal que à medida que a edilidade está a implementar “é boa”, mas as pessoas que trabalham naquela oficina não têm outro lugar para desenvolver a sua actividade.

Nhaningue acrescentou que a oficina funciona naquele lugar ao ar livre desde 1975 e a maior parte das pessoas que ali trabalham dependem da reparação de viaturas para a sua sobrevivência.

“Nós queremos condições para trabalhar. Podemos ir para onde nos indicarem. Sempre ocupamos este lugar. Muita gente, incluindo moradores deste bairro, recorrem aos nossos serviços”, disse.

“Será uma tragédia

fechar esta oficina”

Jaime Cossa, electricista na “Auto Mangueira” há quase 30 anos, não escondeu o desespero dos trabalhadores daquela oficina face à medida que o Conselho Municipal de Maputo está a levar a cabo.

“Para mim será uma tragédia encerrar esta oficina. Muita gente irá para o desemprego. Nós gostaríamos que nos indicassem um lugar onde pudéssemos desenvolver o nosso trabalho, mesmo funcionando nos moldes de uma associação”, frisou.

“Aqui está o nosso ganha-pão”

Manuel Matavele, mecânico-auto numa oficina que funciona na Praceta Largo da Ilha de Moçambique (ex-Largo Alentejo), na Malhangalene, reconheceu que a perspectiva de encerrar oficinas ilegais é legítima, mas fará com que muitas percam as suas fontes de sustento.

“A medida está certa porque há pessoas que não organizam os lugares onde trabalham. Este lugar podia ser um jardim bonito, mas é aqui onde está o nosso ganha-pão”, afirmou o entrevistado.

De referir que naquela praceta da Malhangalene trabalham mais de 30 pessoas, entre pintores, electricistas, mecânicos, bate-chapas e fibradores.

Edilidade penaliza abandono

de viaturas na via pública

O abandono de viaturas ligeiras, bem como de plataformas de grande tonelagem, dará lugar a penalizações após aprovação pela edilidade de competentes dispositivos.

Presentemente está em curso o processo de selecção de um parceiro que passará a remover da via pública viaturas cujo estacionamento seja de forma irregular ou que obstrua uma determinada artéria da urbe.

De notar que em muitas vias têm sido reportados casos de plataformas de camiões de grande tonelagem estacionadas durante muitos dias, condicionando o trânsito.

As Avenidas de Moçambique e de Angola têm sido palcos privilegiados para a prática do estacionamento irregular por parte de camionistas.

Benjamim Wilson

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