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Renamo à procura de milandos

Por admin

Numa democracia representativa, quando o partido do governo goza de uma maioria confortável, os contornos dessa maioria devem ser usados ao longo da legislatura de capital político gerador de 

 

diálogos com vista a um alargamento de consensos. No plano democrático moçambicano, com a excepção da Renamo, o quadro é harmonioso, podendo-se equilatar que o essencial numa democracia foi assegurado, incluindo diálogo com os partidos extraparlamentares sem assento no parlamento.

O pluralismo político é consolidado quando os quadros políticos partidários se compenetram a adquirir conhecimentos dos mecanismos que permitem contextualizar e relacionar os fenómenos sociais e políticos no funcionamento do sistema.

Dessa forma adquire-se a noção de que as diversidades políticas e ideológicas subalternizam-se a um enquadramento jurídico-legal e com dependência hierárquica onde o parlamento é expressão máxima. Ao contrário do que tem sido veiculado de sectores retrógrados, hostis ao partido do governo em Moçambique, a democracia não é propriedade de qualquer partido político, mas dos moçambicanos. As leis no parlamento vêm sendo aprovadas com votos favoráveis da Frelimo e  do MDM, com Renamo praticamente  a leste, porque empenhada em fazer uma oposição destrutiva. A sustentabilidade da democracia moçambicana não depende do ‘agreement’ de aprovação de uma Renamo cada vez mais preocupada em fazer valer o seu umbigo, praticando terrorismo político e militar; balançar a sua existência política entre o limbo e o inferno, o que poderá pressupor que os actores políticos podem prescindir de contar com a Renamo militar.

 

O sistema moçambicano pretende um voto de qualidade e não de partido em constantes atropelos à lei e ordem na voz do seu presidente, com as constantes batucadas de apelo à guerra. Não pode haver um sistema que possa acomodar a barbárie ou condescender com a chantagem como pressão às concessões políticas e económicas de qualquer partido. As atitudes da Renamo e do seu líder há muito pisaram o risco que separa o bom senso do civismo. Os anticorpos antidemocratas que caracterizam a sua essência, não mereciam ter qualquer assento cativo no parlamento, e muito menos como maior partido da oposição.

A Renamo, assim como o seu líder que vive obcecado com o culto de personalidade, vêm há muito buscando milandos; ora os milandos compram-se, provocam-se, mas o prevaricador acaba sempre por pagar. Quem provoca milandos, normalmente, acaba pagando mais do que deve. Dura lex sed lex, a lei é dura mas é lei. O assassinato pela Renamo de cinco membros da corporação policial em Muxúgue, o ferimento de outros 10 não pode ficar impune. Para que a Renamo não se engane. Esta foi mais uma demonstração de fraqueza e não de força; mais uma demonstração de irresponsabilidade política de quem não sabe nunca soube estar em democracia.

Foi indecoroso ver os deputados da Renamo abandonarem um debate que elege os membros da Comissão Nacional de Eleições. Têm sido, igualmente, indecorosas as constantes bravatas de musculosidade gratuitas do seu líder e apaniguados mais próximos, como esse Bissopo, que é o Secretário-geral, ou o tal Mazanga, que é o porta-voz, mas muito pior, muito pior mesmo, é o ódio destilado exibido nas ameaças em impedir, pela força, os pleitos eleitorais (autarquias), atacando órgãos eleitorais deste ano e as gerais de 2014.

É o cúmulo!..Num país médio avançado, um partido como a Renamo não teria espaço de existência, muito menos assentos parlamentares e militantes. Este é o contratempo a definir uma democracia evoluída em sociedades com noção de cultura democrática e daqueles num patamar abaixo.

Esta é a lacuna que a democracia moçambicana deve necessariamente preencher, a todo custo, e a resposta está na sociedade civil, partidos políticos e não nas armas.

Com esta postura Dhlakama e aqueles que o criaram e o manietam como marionete, julgam terem desferido o golpe fatal à democracia, contudo não contam com a firmeza dos moçambicanos em prosseguir com a democracia que escolheram. Afinal Moçambique é demasiado rico a ponto de fazer com que aqueles que puseram a Renamo na mesa do AGM, desejarem alterar os termos do acordo. Esta é a aberração política trazida da Renamo e seus patrões da direita reaccionária que têm um ódio visceral ao partido Frelimo e ao processo de descolonização das ex-colónias portuguesas. São esses saudosistas do colonialismo que olham para este período de reconstrução da economia nacional, como uma oportunidade de reanimar a Renamo para um confronto com o Estado moçambicano. Julgam o momento favorável por o executivo viver concentrado na erradicação da pobreza, promovendo o crescimento económico sem olhar para a defesa e segurança do Estado.

Esta leitura dos acontecimentos da parte dos inimigos da independência de Moçambique, tem o seu quê de ingénuo, ou por não conhecerem o partido Frelimo ou por subestimarem a chefia do Estado moçambicano.

Se a Renamo é um empecilho à estabilidade política e democrática, o momento que se vive pode muito em significar o fim da Renamo. De forma alguma os moçambicanos irão recuar ao AGP que foi inserido e resta na Constituição da República.   

 

 

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