Na Psicopedagogia fala-se muito da adolescência, com o intuito de preparar os futuros professores, sobretudo de classes inferiores, a lidar com as crianças com que estarão em constante contacto, algumas das quais na fase de transição de criancice para o crescimento. Há o receio estratégico de se chamar fase adulta, nascendo quase a despropósito o termo sublinhado na primeira linha do primeiro parágrafo.
Em formação gostávamos muito desse capítulo. Não sei se o professor Nguyen Va Ngoc, o vietnamita que muito nos marcou, ali na EFEP de Chibututuíne, se terá apercebido, nos cada vez mais longínquos 1981/82/83.
Dito doutra maneira: a adolescência, sendo a fase de transição, caracteriza-se por alterações a diversos níveis do foro físico, mental e social, tal que o indivíduo estando no processo de distanciamento de formas comportamentais e privilégios típicos da infância e de aquisição de características e competências que o podem tornar capaz de assumir os deveres de adulto, o capítulo fala de coisas mais ou menos íntimas, como a puberdade, a alteração da voz, entre outras que os próprios beneficiários do processo estranham.
Como os professores estrangeiros recorriam mais a exemplos, por dificuldades de língua, no capítulo sobre a adolescência até pediam que levantássemos os membros superiores para ver se os sovacos já alojavam pêlos ou não, ou que na casa de banho cada um fosse ver se o púbis trazia, igualmente, pêlos. Estes e outros exemplos aparentemente indizíveis acalentavam o ambiente das turmas e todos rezavam que o capítulo não fosse ultrapassado.
