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OUA/UA: 53 NOS DEPOIS, COMO É QUE ESTAMOS HOJE?

Por admin

 

“…Senhor, salva o Seu Povo, e abençoe a sua herança…”Sl 28:9

No passado dia 25 deste mês que termina depois de amanhã, o nosso muito rico e cobiçado Continente Africano, também chamado de Continente Negro, (não me perguntem o porquê de Continente Negro, porque não sei), por sinal o terceiro mais extenso da terra, atrás da Ásia e das Américas com cerca de 30 milhões de quilómetros quadrados e o segundo mais populoso atrás da Ásia, com cerca de 900 milhões de Almas viventes, (54 Países e 9 territórios, sendo o menor Pais as Seychelles, por sinal o mais rico), dizia eu, o Continente parou para comemorar os 53 anos da criação em Adis Abeba, Capital da Etiópia de um Movimento que durante mais de quatro décadas, ficou conhecido por Organização da Unidade África “OUA”, hojeUnião Africana “OU”, cujos objectivos infelizmente ainda não foram alcançados na plenitude, pois apesar de ter conseguido erradicar todas as formas de colonialismo, falta ainda alcançar um dos mais importantes desideratos que o imperador Hailé Selassié e os seus contemporâneos Kwame Nkrumah, Modibo Kéita e Gamal Abdel Nasser entre outros, almejavam: o de coordenar e harmonizar as políticas dos Estados membros nas esferas política, diplomática, económica, educacional, cultural, da saúde, bem-estar, ciência, técnica e de defesa. O maior “Calcanhar de Aquiles” dos Países Membros da hoje UA, são os conflitos internos. Cada País, vive as suas próprias “guerrinhas intestinais”. Espreitando para o “nosso Umbigo” por exemplo, concluiremos que um dos maiores promotores de conflitos e motivo de grande preocupação, é a ambição desmedida de muitos actores, pois isso divide o nosso tecido social e cava a coesão e a unidade nacionais. É por isso que assistimos a uma corrida desenfreada para a proliferação de Partidos (em número de 61),com o objectivo de levar-lhes ao poder político. Mas  em seguida assistimos a sua fragmentação, pois muitos só aparecem em momentos de eleições para beneficiar dos chamados “trust fundo” popularmente apelidado de “triste fundo”. As vezes ficamos sem saber se alguns dos intervenientes que nos aparecem nas Redes Sociais particularmente nas Televisões, falam em seus nomes pessoais, em nome dos seus Partidos ou como Lideres Religiosos, pois conseguem fazer-se presentes em todas esferas da sociedade. Abusando do gozo dos direitos consagrados na nossa Constituição (CRM), de cada um poder criar um partido, aderir ou fundar uma Seita, ou ONG, desde que os torne visíveis, muitos deles viraram verdadeiros “bailarinos Político-Sociais”, ou politicamente falando “Predadores de Fundos Públicos”. Ser Presidente dum Partido, PCA de uma ONG ou ser líder religioso ao mesmo tempo, não é tarefa fácil. Mas, como diz um ditado Changana: “Ximinta matsengele xitshemba nkolo” (quem engole Matsengele – uma fruta do mato – confia na sua goela). A esfera religiosa também não é a menos agitada, pois também está cheia de gananciosos, daí igualmente a proliferação de religiões e ou Seitas. Antes da nossa Independência Nacional por exemplo, o Catolicismo Romano, o Islamismo, as religiões cristãs não-católicas e algumas outras religiões chamadas nesse tempo de  “Religiões Indígenas”, eram as únicas que estavam presentes. Hoje, o Instituto Nacional de Estatística “INE” (2015), diz que, a Igreja Católica Apostólica Romana continua a ser aquela  que tem maior número de adeptos, ocupando por isso o primeiro lugar com 28,4% de praticantes; o segundo lugar é ocupado pelas tais “Religiões Indígenas” ou os sem religião com 18,7%; os Islâmicos/Muçulmanos, vão em terceiro lugar com 17,9% de praticantes; a religião dos chamados “Maziones”, ou mais civilizadamente Igreja Sião/Zione, ocupa o quarto lugar com 15%; os Evangélicos Pentecostes estão em quinto lugar com 10%; as outras seitas com vários nomes ocupam sexto lugar com 6,6% e finalmente os Católicos Anglicanos estão em último lugar com 1,6%.  São estas adversidades, conforme os dados fornecidos pelos “Cadernos do Terceiro Mundo”, que têm sido dramáticas não só para o nosso Pais como para o resto do Continente. É caso para dizer que a União Africana “UA” ainda é uma miragem, um devaneio ou uma utopia. “Deus abençoe África!”

Kandiyane Wa Matuva Kandiya
nyangatane@gmail.com

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