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Nacala-à-Velha monta fábrica de óleo de lubrificação

Por admin

O distrito de Nacala-a-Velha, província de Nampula, poderá contar brevemente com uma fábrica de produção de óleo de lubrificação de motores de avião. O mesmo será feito a partir de casca de castanha de caju.

Trata-se de uma unidade industrial com capitais japoneses que poderá garantir o emprego de cerca de 350 trabalhadores.

As instalações da nova unidade fabril estão a ser construídas no Posto Administrativo da Barragem, a 30 quilómetros da vila-sede do distrito.

A fábrica destaca-se como um dos investimentos que estão projectados para os próximos tempos naquele distrito, actualmente considerado como a zona económica especial.

Consta ainda do plano a construção de uma central de termo-eléctrica, refinaria, produção de capim elefante, entre outros. Trata-se de projectos que poderão empregar cerca de três mil pessoas, vindos de diferentes pontos do país.

No entanto, ainda não há data sobre o inicio da instalação destes estabelecimentos, visto que os seus investidores são estrangeiros que equacionam as consequências da crise financeira que afectou quase todo o mundo.

Entretanto, naquele distrito, nem tudo está a correr às mil maravilhas. A população está a enfrentar dificuldades de vária índole nos últimos tempos dada a explosão do desemprego, estimulado pela falência de diversas empresas.

Estima-se que na extensão do porto para Nacala-a-Velha cerca de cinco mil trabalhadores, idos de diferentes partes do país, seriam empregues. Contudo, actualmente, apenas mil continuam em actividades nos serviços de apoio, assim como fornecimento de refeições.

O Porto emprega cerca de 745 trabalhadores, destes 664 são moçambicanos.

URBANIZAÇÃO GANHA TERRENO

O Governo do distrito de Nacala-a-Velha está a levar a cabo o processo de urbanização da vila que consiste na abertura de vias de acesso, demarcação de talhões para habitação, serviços públicos primários, assim como para actividades económicas.

O Secretário Permanente do distrito, António Julião, disse que a sua direcção vai demarcar cerca 1600 talhões, nos bairros de Caranta, Napela e Uamualo. Trata-se de locais onde as comunidades desenvolvem a actividade agrícola.

Numa primeira fase, este ano serão demarcados os primeiros 500 talhões. Para o efeito, as autoridades estão a fazer o trabalho de produção de marcos para o inicio do parcelamento.

Já nos reunimos com os líderes locais para explicar sobre o projecto e aconselhamos as comunidades para não plantarem naqueles campos, depois da presente colheita. Acreditamos que a partir do próximo ano, todos os campos estarão disponíveis para prosseguirmos com os nossos trabalhos. Queremos com este projecto inverter o cenário que vínhamos assistindo em que as casas eram construídas de forma desordenada, disse António Julião.

Acrescentou que o projecto vai arrancar este ano no bairro de Uamualo, devendo próximos anos prosseguir nos restantes bairros.

Segundo Julião neste momento o projecto funciona com algumas dificuldades financeiras, sobretudo para o processo de abertura das vias de acesso, onde será necessário a contratação de algumas empresas para a sua efectivação.

O projecto está orçado em cerca de 45 milhões de dólares, repartidos para vários serviços nomeadamente construção de infra-estruturas públicas, abertura de vias de acesso, electrificação, canalização de água. Por exemplo, os trabalhos sobre a demarcação dos talhões, montagem da corrente eléctrica e a canalização de água potável poderão nos custar cerca de 15 milhões de dólares,disse.

O distrito de Nacala-a-Velha conta com cerca de 123 507 habitantes, distribuídos nos diferentes postos administrativos e localidades. Na sua maioria têm a agricultura como principal fonte de sustento e rendimento.

Tal como se verificou noutros pontos do país, o distrito registou dois cenários diferentes: o Posto Administrativo da Sede registou a escassez de chuva, enquanto as dos postos de Kovo-Gerigeri e Barragem tiveram chuva que permitiu boa colheita do presente ano.

FUGA DE CLIENTES

O projecto de construção do Porto de Nacala-a-Velha e da linha férrea que liga os distritos de Moatize e Nacala-a-Velha, Tete e Nampula, respectivamente, impulsionou a entrada em funcionamento dos serviços de acomodação e restaurante.

Actualmente o distrito que até num passado recente não tinha pelo menos uma pensão, tem conta com 3 mil camas, que acomodavam uma parte dos trabalhadores que estavam afectos nos projectos daquele distrito.

Nessa altura a procura era maior, facto que motivou os empresários a instalação destes serviços, mas agora, encontram-se frustrados, pois a clientela desapareceu. Na sua maioria eram indivíduos deslocavam-se para aquele distrito para à procura de emprego, outros são aqueles que tinham colocação nas empresas.

Entretanto, ninguém, na parte dos investidores pensava que aquele cenário era de curta duração. Actualmente, o ambiente é desolador. Os estabelecimentos andam às moscas.

Abibo Selemane
Abibo.selemane@snoticias.co.mz

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