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O teatro é o lugar da liberdade perfeita!

Por Idnórcio Muchanga

Não faço teatro para o povo, mas faço teatro em favor do povo. Faço teatro para incomodar os que estão sossegados. Só para isso faço teatro–Plínio Marcos

A arte, segundo Loinello Venturi, alimenta-se de ingenuidades, de imaginações infantis que ultrapassam os limites do conhecimento; é aí que se encontra o seu reino. Toda a ciência do Mundo não seria capaz de penetrá-lo. Não poderia ser mais acertado este pensamento… até porque estamos em Março, o mês do teatro!

Essa arte –o teatro –muitas vezes condenada e incompreendida, noutras vezes vista como ferramenta de libertação do homem, de modo geral, continua sendo um tema candente quando se discute a função social da Arte. Milenar, o teatro, infelizmente, continua o parente pobre das nossas manifestações artísticas culturais. É duro mas é verdade. Para o teatro escasseia quase tudo, desde salas até mecenas.

Só não falta a vontade de fazer as coisas acontecerem. Fernanda Montenegro disse, a propósito, que fazer teatro é um destino. Destino doloroso bastas vezes. Os actores para se fazerem ver sofrem o diabo. Tudo tem de ser improvisado. Não há garantias de nada exceptuando-se a vontade férrea de continuar a fazer a arte. Os actores e os encenadores têm de encontrar espaços alternativos para mostrarem os seus trabalhos, afinal –contra tudo e todos –mais do que o cinema, literatura ou outras expressões artísticas, o teatro reclama a presença do homem diante de outro homem.

Realmente o teatro tem uma vida própria que desafia o espaço e o tempo. As peças que fazemos e vemos hoje alimentam-se dos êxitos construídos ao longo dos séculos. Os trabalhos mais antigos podem ganhar novas cores e serem continuamente representados. O teatro tem esta extraordinária capacidade de reinventar-se a partir das suas próprias cinzas tal como uma Fénix, sorvendo, absorvendo, nutrindo-se das suas fundações; é assim que sobrevive. Alimenta-se dele mesmo. Claro que nos referimos às peças que realmente discutem a condição humana. Que ultrapassam o puro divertimento.

Por Belmiro Adamugy
belmiro.admugy@snoticias.co.mz

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