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O que mudou foram as moscas

Por admin

Onúmero de mortes na estrada, nas estradas de Moçambique, causado por acidentes de viação não pára. Cresce. Aumenta. Na sua edição do passado dia 9, reportando sobre o que sucedeu no Niassa, o “Notícias” titula a toda a largura da primeira página: 

Quinze pessoas morrem num acidente de viação. E, escreve que Quinze pessoas perderam a vida em consequência de um acidente de viação ocorrido na madrugada do último sábado no posto administrativo de Meluluca, no distrito do Lago, província do Niassa, e outras 15 contraíram ferimentos, entre as quais quatro em estado considerado “muito grave”. Segundo o matutino De acordo com Moisés Matande, porta-voz do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique, que forneceu esta informação, o sinistro ocorreu na ponte sobre o rio Meluluca, depois que o camião em que se faziam transportar caiu e de seguida capotou, causando a morte imediata, no local de 15 dos seus ocupantes. Mais adiante pode ler-se que um dos sobreviventes explicou que a ponde sobre o rio Meluluca é suportada nas duas margens por cimento, sendo que na parte central por ferro e chapas que se movimentam quando sobre ela passa um veículo, o que se mostra perigoso. E mais: O “Notícias”soube que o motorista do veículo acidentado encontra-se sob custódia policial no Comando Distrital do Lago para onde igualmente foram recolhidos o camião e a respectiva mercadoria. E para que não restem dúvidas sobre a dimensão do problema Anualmente registam-se em todo o país em média quatro mil acidentes de viação resultando em mais de duas mil vítimas, entre mortos e feridos (…). Já no dia 12, igualmente na primeira página, o matutino titulava que Acidente mata na EN4. E escrevia que Um aparatoso acidente de viação causou a morte de quatro pessoas e ferimentos em uma na noite de terça-feira, em Moamba, província de Maputo (…).

Sem margem para muitas dúvidas, as causas de tantos acidentes de viação são muitas e as mais variadas. Entre outras, a falta de carta de condução. Ou a existência de cartas de condução falsificadas. Não sendo este um problema novo, vale pena ler o que escreve o “Notícias” no último referido dia. Igualmente da primeira página e com o título Funcionários do INATTER em julgamento na Beira. Logo a seguir, o matutino informa que Seis funcionários do Instituto Nacional de Transportes Terrestres (INATTER) delegação de Sofala, acusados da prática de diversos crimes, com destaque para corrupção passiva e falsificação de cartas de condução, estão a ser julgados na cidade da Beira. Para os factos em análise pouco importa as contradições entre os arguidos, surgidas em julgamento. O que parece necessário dizer é que este sucessor do INAV não passa de um nado-morto. Ou, por outras palavras, o que mudou foram as moscas.

Luís David 

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