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MANIFESTAÇÕES DA RUA: MONTANHA QUE PARIU UM RATO

Por admin

Não julgueis, para que não sejais julgados” Mt 7:1

Esta semana vamos “voltar à vaca fria” e falarmos da “Montanha que pariu um rato”. Esta expressão é usada pelos portugueses para designar alguma coisa que após muita expectativa, ameaça, etc., ocorre apenas algo insignificante. É uma das melhores metáforas para indicar a decepção perante um resultado que frustrou as expectativas. Sem falar dos jovens de hoje, mesmo os do meu tempo, aprendemos no Ensino Primário a definição de uma montanha, como sendo uma estrutura geológica composta por rochas que são agregados de minerais.

Que o Silício é o seu tijolo estruturante e, tal como todas as estruturas minerais, o seu segredo está na estabilidade da sua rede cristalina. E ainda que a ordem e a organização são as suas leis e ninguém espera que uma montanha mude de forma, de cor ou de local por vontade própria. Ninguém espera que uma montanha faça o que quer que seja, a não ser ser erodida pela lenta e inexorável acção do tempo e dos fenómenos do meio ambiente. Por outro lado, sabem que um rato é um ser vivo. Que o Carbono é o seu criador, o seu imperador e o seu destino. Ele (rato) é concebido. Nasce, cresce, reproduz-se e morre. São as leis da mãe natureza. Vem esta longa introdução a propósito da propalada “Gigantesca Manifestação” que seria levada a cabo em todo o país pela “Sociedade Civil” com vista a provocar o “desmoronamento” do poder democraticamente estabelecido. “Fazer cair à força o Governo do dia” foram estas as palavras dos mentores da dita manifestação. Na verdade, o que aconteceu é que os mentores da tal “Gigantesca Manifestação” não olharam primeiro para os seus umbigos. Financiados não se sabe bem (sabendo-se bem) por quem, correram à praça (somente de Maputo), proferindo impropérios e ameaças, sem olharem primeiro para as suas próprias organizações. O número quatro da chamada “Declaração de posição” duma das organizações, que segundo os seus estatutos ela (organização) “é uma plataforma analítica e apartidária”, condena duma forma veemente as “Manifestações e Golpes de Estado”. Como é que o presidente dessa organização apareceu a liderar uma manifestação política e a mobilizar o povo com vista a criar instabilidade no país? E, sobre a presidente da outra organização integrante da manifestação, há dias lemos o seguinte extracto num dos jornais da praça:“…, alguns sectores da sociedade civil e doadores, sem colocarem em causa a competência e a integridade da presidente (…), exigem o seu afastamento da direcção, de modo a que a mesma não se transforme num feudo pessoal…”. A manifestação que teve lugar na cidade de Maputo no passado dia 27 de Agosto, convocada por duas organizações (não pela Sociedade Civil), era claramente política, e visava mobilizar os comerciantes a encerrarem os seus estabelecimentos para criar o caos nas ruas da cidade. Alguns desiludidos dos resultados contaram-nos, na segunda-feira passada, que afinal o grupo dos organizadores desfilou já com um “Governo Sombra”, constituído por um Presidente da República, uma Primeira-ministra, um Ministro de Plano e Finanças e um Ministro de Indústria e Comércio. Ai eh!? Que se saiba, a “Sociedade Civil” não é constituída apenas por duas organizações, cujos dirigentes (PCAs) sejam vitalícios, mas por um conjunto de várias organizações voluntárias. Quando no fim da marcha nos dizem que nunca será como dantes, o que mudou na prática como influência da vossa manifestação!? Porque não se empenham na vossa organização interna e na mobilização do vosso “Patrão”, o presidente vitalício da RENAMO, de quem se inspiram, para parar com as matanças do povo inocente e devolver-nos a PAZ que a merecemos. Aprendam com as lições do filho do carpinteiro de Nazaré, ensinadas há mais de dois mil anos mas válidas até hoje. Ele disse: “E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmãoMt 7:1-5.

 

Kandiyane Wa Matuva Kandiya
nyangatane@gmail.com

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