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TETE: Precisamos de melhorar o saneamento do meio

Por admin

Os problemas resultantes do mau uso dos recursos naturais entre outras praticas nocivas ao meio ambiente aponquentam cada vez mais pessoas. No interior do Bairro Sansão Muthemba, em Ulongue, distrito da província de Tete, esta preocupação começa a ganhar as consciências de várias pessoas.

Um pouco por todo o lado existem práticas secularizadas que agora ameaçam a própria integridade dos praticantes. Exemplo clássico é o fecalismo a céu aberto. Outrora, porque fraca a densidade populacional, não oferecia os perigos que agora avultam. Outrossim, a sua prática acontecia em locais distantes das zonas residenciais.

No Bairro Sansão Muthemba, zona densamente povoada, há ainda pessoas que teimam em praticar o fecalismo a céu aberto, não obstante as campanhas de educação cívica promovidas pelas autoridades sanitárias e algumas ONG´s que promovem o uso de lajes em latrinas melhoradas.

Fresa Jeremias, 30 anos de idade, motorista de profissão, residente naquele bairro, contou ao domingo que a vida não tem sido fácil “e parece que a tendência é piorar. Há cada vez mais camiões a circular e isso reduz o volume de trabalho para nós os motoristas. Pouco trabalho, significa poucos rendimentos”.

Apesar de viver sozinho, Fresa tem uma mulher e 5 filhos que vivem na região de Pandula: “Eu estou aqui mas daqui a um tempo a família vai mudar-se para cá. Aqui é perto do centro da cidade e isso facilita os meus movimentos”, justificou-se.

No concernente às condições de vida no seu bairro, deplorou a forma leviana como alguns vizinhos conduzem as suas vidas. Disse que das inúmeras campanhas de educação cívica “ainda há pessoas que se recusam a fazer casas de banho com latrinas melhoradas. Continuam a fazer as suas necessidades biológicas nas redondezas. Isso é mau”.

Fresa acrescenta que, outro motivo de preocupação, é a falta de um posto de saúde no bairro, facto que os obriga a irem a cidade para qualquer tipo de tratamento, agravado pelo facto de não existir uma ambulância para evacuação dos doentes mais graves.

No concernente ao seriado educacional Ouro Negro, Fresa disse “claro que eu gosto. Como motorista, um dos divertimentos que tenho é ouvir a Rádio. Tenho acompanhado sim e gosto muito. Aliás, aqui ouve-se muito a rádio”.

Convidado a comentar sobre o seriado, Fresa disse que há coisas que ainda não percebeu “e por isso sou obrigado a ouvir sempre”. Acrescentou que gosta de ouvir e memorizou o nome e a voz do “Chefe Jambu”.

A este propósito disse que o programa está ajudar a perceber alguns processos de exploração das minas de carvão e também das coisas que acontecem nos países que tem muitos recursos minerais.

UM PROBLEMA

CHAMADO ÁGUA

Em Limbune vive Ernesto Modesto, de 40 anos, casado e pai de 6 crianças. Modesto trabalha na empresa tabaqueira de Angonia. Ele também se manifesta preocupado com as agressões que o meio ambiente está a sofrer.

Vivemos aqui mas também somos os maiores destruidores do meio em que vivemos. Eu que trabalho a terra, vejo como os outros praticam queimadas e acabam destruindo grandes áreas de cultivo. Não pode ser assim”, diz visivelmente agastado.

Questionado se ele mesmo não praticava queimadas, foi peremptório em afirmar que “não. Eu não. Estudei e sei que isso faz mal a terra para além de destruir o mato onde vivem outros animais”.

Modesto lamenta, por outro lado a falta de um centro de saúde em Limbune. Reclama ainda da falta de água canalizada “dado que aqui usamos água dos poços e, quando é muita gente que usa a mesma coisa acaba se estragando. Por outro lado, quando chove alguns poços ficam inundados e não podem ser usados”.

Sobre o seriado Ouro Negro, Modesto diz que “não oiço com a regularidade que gostaria por causa do trabalho. Tem coisas interessantes nesse programa. Gosto mais quando falam da convivência entre as pessoas de diferentes raças”.

Não mencionou nenhum nome específico “porque gosto de todos os que fala. Há uns que fazem rir mas o assunto de exploração mineira é sério. Veja o que aconteceu em Moatize onde as pessoas até tiveram que mudar de casa por causa disso”, rematou.

Retratos da Vidaé patrocinado pelo Ouro Negro, a radionovela produzido pela Rádio Moçambique, PCI Media Impact, PMA e UNICEF.

Texto de Belmiro Adamugy
belmiro.adamugy@snoticicas.co.mz

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