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HOMENAGEM À MULHER BATALHADORA MOÇAMBICANA

Por admin

“Levantai-vos, mulheres que estais em repouso…”Isaías 32:9,

No mês de Abril comemoram-se acontecimentos de vária índole. Em Latim, Abril deriva da palavra “aprilis” ou “aperire”, referência à abertura das flores, já que, nesse período, é primavera no hemisfério norte. Abrilseria também uma homenagem a Afrodite, deusa do amor, a quem o mês era consagrado. Actualmente o dia um (1) é tido como Dia da Mentira; o dia dois (2), Dia Internacional do Livro Infantil; o dia sete (7) além de para nós ser Dia da Mulher Moçambicana é igualmente Dia Mundial do Jornalismo e Dia Mundial de Saúde. Por isso e para nós, por ocasião da comemoração do quadragésimo quinto (45º.) aniversário da morte da activista e guerrilheira Moçambicana Josina Abiatar Muthemba (Josina Machel), infortúnio acontecido no fatídico dia7 de Abril de 1971, em Dar es Salaam, na Tanzania, ela que se estivesse viva hoje, seria uma linda e meiga anciã de 71 anos (nascera a 10 de Agosto de 1945), eu, como moçambicano patriota, sinto-me na obrigação de rabiscar algumas garatujas em sua memória e por extensão em saudação a toda a mulher moçambicana batalhadora em diversas frentes, particularmente àquela mulher que pelo seu valor, tenacidade, contumácia e perseverança, contribuí de diferentes formas para o combate ao maior problema da actualidade no mundo: a pobreza. É exemplo disso, a viúva do meu falecido pai que depois de contribuir colocando três gerações de moçambicanas e moçambicanos, hoje, aos noventa e quatro anos, continua teimosa, levantando-se diariamente cedo do seu pobre catre (às quatro da manhã), e, munida da sua inseparável companheira de longos anos, a enxada de cabo curto, com a qual de mãos enrugadas, insiste em esgravatar o chão da sua também cansada machamba, para, como costuma dizer, não estar sempre de mão estendida para ninguém, mesmo sabendo que dela pouca coisa ou nada para o seu sustento sairá. Mulheres de fibra como ela, Josina Machel, Marina Pachinuapa, Deolinda Guezimane, Verónica Macamo Ndlovu, e tantas outras anónimas, servem de espécies de farol,fontes luminosas na qual outras mulheres buscam inspiração para fazer frente aos vários desafios que o dia-a-dia os apresenta. O poeta e escritor brasileiro Carlos Drumond Andrade, dedicou a esse tipo de mulheres um dos seus lindos poemas com o título Para Sempre: “Por que Deus permite/que as mães vão-se embora?/Mãe não tem limite,/é tempo sem hora,/luz que não apaga/quando sopra o vento/ e chuva /Morrer acontece/com o que é breve e passa/sem deixar vestígio./Mãe, na sua graça,/é eternidade/Por que Deus se lembra/-mistério profundo-/de tirá-la um dia?/Fosse eu Rei do Mundo,/baixava uma.lei:/Mãe.não.morre.nunca,/mãe.ficará.sempre/junto.de.seu.filho/e.ele,velho.embora,/será.pequenino/feito grão de milho./”. Foi em homenagem às conquistas de Josina Machel que em 1977, o antigo hospital Maria Pia em Luanda, Angola, foi rebaptizado com o seu nome. E, foi igualmente em reconhecimento às suas conquistas que no Bairro de Bangu na cidade Brasileira de Rio de Janeiro o seu nome foi atribuído a uma Rua, para não falar de várias infra-estruturas que a nível interno ostentam o seu nome. É mister pois, que nós os homens rendamos-lhe a devida homenagem. Porque como disse o meu poeta eleito hoje, Carlos Drumond Andrade: “Os homens distinguem-se pelo que fazem; as mulheres, pelo que levam os homens a fazer”.Bem haja a Mulher Batalhadora Moçambicana.

Kandiyane Wa Matuva Kandiya
nyangatane@gmail.com

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