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DLAKAMA NAS MATAS, SEGUINDO MAUS CONSELHOS

Por admin

“Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se assenta na roda dos escarnecedores” Salmos 1:1

Reza uma sentença breve da língua Txi Txopi que: “Mano a ku hiwa ni ako nawe”. Traduzido para português, significa que: “escute os conselhos dos outros, mas use sempre o teu bom senso”. Por outras palavras equivale a dizer que, por mais sábio que o nosso conselheiro possa parecer-nos, devemos tomar cuidado antes de decidirmos. Devemos pensar nas consequências. Não devemos precipitar-nos. Não devemos vincular automaticamente o seu parecer, só porque ele é expedito. Imaginemos um conselheiro que nos convença que não temos direito de sermos felizes, de sermos honestos, de sermos éticos, de sermos bons. Esse conselheiro é a todos títulos muito MAU. Existem dirigentes, vítimas desse tipo de conselheiros maus, que vivem infelizes porque pensam pela cabeça dos outros, vão para onde os outros mandam, e obedecem a pessoas de quem deveriam afastar-se. Temos um exemplo flagrante conhecido por todos os leitores da Bíblia do grande conselheiro do Rei David, o senhor Aitofel, ou Aquitofel, (II Samuel 15:31), cujos conselhos pareciam vir directamente de Deus.  Mais tarde, aquele conselheiro, antes íntimo, tornou-se traidor e juntou-se a Absalão, filho do Rei David, num golpe contra o Rei. Recordei-me do ditado “Txopi” e da passagem Bíblica por causa da última aparição do vitalício Líder da RENAMO, Afonso Dlakama cujas imagens mostraram-nos: um Dlakama envelhecido, pálido, magro, debilitado, titubeante (movimentos da fala lentos), com o timbre da voz a experimentar dificuldades de atravessar a laringe para ser devidamente articulada pelos lábios e pela língua, obrigando-o a arrastar as palavras. Com as calças a caírem-lhe por estarem amarradas em vez de apertadas com o cinto, (ku phamba di buluku), não reconhecemos nas imagens o habitual Dlakama com uma barriguinha saliente, rei das massas, bailarino arrastador das multidões e prestidigitador. Vimos sim, um Dlakama paciente (doente), em busca de saúde ao pé de um Ndoma/Thempele, Consultório de um trapaceiro e mau conselheiro Médico Tradicional (N´ganga), no meio duma floresta, afirmando que aquele era o único lugar onde se sentia verdadeiramente seguro(!?) Afinal, pode-se estar num lugar seguro quando a morte bater-nos a porta? Porque a nossa vista (pelo menos a minha) não nos enganou, as últimas imagens do Líder vitalício (Wa Muyaya) da RENAMO, foi de uma pessoa doentia a necessitar urgentemente de cuidados de saúde, apesar de continuar a sonhar sempre com as mortes: “Aqui em Gorongosa há muitos desmobilizados de guerra e membros da Frelimo. Não nos custa nada ir à casa dos mesmos e eliminá-los fisicamente”. Palavras de Dlakama aos Jornalistas que o entrevistaram. Só um sanguinário é que mesmo estando nas condições físicas em que se encontra, ainda pensa em tirar a vida a gente inocente. A natural curiosidade dos jornalistas continuou a questioná-lo sobre a sua sucessão, mantendo-se ele no renitente lugar de Líder Vitalício que só a morte o pode substituir: “Não posso indicar ninguém, porque não se trata de poder tradicional. O meu pai, o régulo Mangunde, está a preparar um dos meus irmãos para lhe substituir. Eu fui eleito e o próximo presidente também deverá ser eleito de acordo com os estatutos do partido”. Dlakama tem de ter muito cuidado com os maus conselheiros, que lhe sugerem andar mais de Duzentos quilómetros a pé afastando-o da “civilização” Moçambicana para casar-se com as matas de Gorongosa. Porquê, para quê e até quando? Um ancião doentio como ele mais do que nunca necessita do calor familiar, (mulher, filhos e um lar). Porquê não estão com ele? Não estará alguém (um Conselheiro) interessado em “Txingar” a família do Líder?

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