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Abaixo o terrorismo viva a democracia!

Por admin

Existe uma evidência mais do que comprovada de que a Renamo de Afonso Dlhakama e o seu bando de assassinos armados não querem ser parte da paz nem da democracia, mas parte de uma guerra longa de desgaste com objectivo de mudar o regime. Ao condicionar o desarmamento dos seus homens a uma exigência de paridade sem nexo nas forças de defesa e segurança a Renamo reconheçe por outro lado que a democracia foi uma imposição conjuntural de Roma e não uma opção política voluntária.

A Constituição da República (CR) e as demais legislações emanam que o estado ou administração pública organiza-se com regras não partidárias. A própria Renamo exige num dos pontos a despartidarização da função pública. A Renamo vai ao ponto de dizer que o comandante deve ser da Renamo, chefe de estado-maior das forças armadas, também da Renamo. Isso é uma aberração.Concordo com o ministro de Transportes Gabriel Mutisse que é ao mesmo tempo o vice do governo no diálogo com a Renamo, quando este diz que os moçambicanos nunca pensaram em transferir o comando da tropa governamental para a Renamo. Entregar o comando das FDS à Renamo é o mesmo que entregar o comando ao Boko Haram ou aos talibãs. Discutir os motivos que levam Dlhakama a optar 21 anos depois do AGP, por escalabrosos e vergonhosos caminhos numa estratégia de insucesso garantido, pode-se concluir que o dinheiro e regalias recebidas das Nações Unidas aquando do AGM e do governo de Moçambique acabaram.

Em Moçambique enquanto o governo trabalha cenários macroeconómicos, práticas sustentáveis numa economia com as mais recentes perspectivas do BM para Moçambique a apontar para um crescimento do PIB de 8,1% para 2014 e de 8,6 porcento para o próximo ano, num cenário marcado por fortes investimentos na economia do país, a Renamo mata.

No meio de tudo isto existe um ruido enorme à revolta, contra esta atitude belicista de um grupo com assento no Parlamento, com todas as mordomias dadas aos seus deputados e outros sentados no Conselho do estado, CNE e STAE.

O cidadão comum olha incrédulo para esta incongruência e vê que algo não está bem. Por outras palavras está tudo errado. Como é que o estado pode sustentar representantes de uma organização política que mata moçambicanos, e comporta-se como bandidos e age à revelia do estado recusando desarmar?

Moçambique é um estado democrático, mas num estado democrático de direito. A legalidade institucional e mesmo a governação está subordinada à constituição.

Afonso Dlahakama aproveitou-se da conjuntura económica para reactivar o tradicional papel de testa de ferro de interesses estrangeiros para ganhos políticos e económicos. Esta é no fundo a percepção unanimista de alguns analistas políticos e diplomatas ocidentais e africanos com quem falei. Foram mais longe ao afirmar que o Dlhakama de tanto procurar reacender velhas discórdias, reactivou antigos laços ideológicos com promessa de uma partilha de dividendos. Dlhakama que se considera pai da Democracia moçambicana, afinal nunca passou de um terrorista miserável que mata os nacionais por dinheiro. A sociedade civil tem razão quando diz que “O terrorismo não tem o direito de vir a desfazer o caminho para a democracia traçado pela vontade do povo moçambicano”

Eles «estão a atacar cidadãos indefesos no trajeto Rio Save-Muxungue, região centro, com vista a tentar instalar um clima de insegurança para inviabilizar a realização de eleições gerais em Outubro próximo». Está também no horizonte de Afonso Dlhakama internacionalizar o diferendo como governo (com a potencial vinda de mediadores estrangeiros) para que volte a fazer valer o estatuto de subscritor do AGM. Essa é a verdadeira natureza da Renamo. Sentem que a democracia fragilizou a organização, e tentam tecer novas teias conspiratórias com apoio de algumas chancelarias estrangeiras com representação em Maputo. A Renamo não detém zonas de influência política, o que acontece é que estrategicamente foram colocando bandidos armados em certas zonas remotas de Sofala para dar essa impressão ao estrangeiro.

Há tanta hipocrisia dita e escrita. Os Estados Unidos da América sempre adoptaram uma linha coerente e dura de não diálogo com terroristas, e eu apoio essa política.Quando um país é vitima de terrorismo como acontece com Moçambique, os verdadeiros estados amigos estão do lado do governo. Não se limitam a comunicados políticamente correctos, e nem buscam meios de mediar o irremediável. Apoiam o governo, dão o seu apoio moral e material às vítimas, e condenam o terrorismo. Na era do multipartidarismo realizaram-se 4 eleições, e em todas elas os moçambicanos delegaram ao partido Frelimo o papel dirigente do país. A normalidade institucional nunca foi posta em causa, e graças ao papel dirigente do governo, Moçambique é dos países de maior crescimento económico em Africa, gozando da confiança no mundo de investidores, e de instituições financeiras internacionais de renome.

A recente confirmação de mais descobertas de gás natural, petróleo, areia pesada e rubis tem aguçado o apetite de sectores ideologicamente mais retrógados, ligados à direita conservadora ocidental; um sector que nunca olhou com bons olhos o passado revolucionário e combatente anticolonialista e anti -fascista do partido Frelimo. O partido Frelimo mudou tal como o mundo. Hoje é partido social- democrata moderno engajado em instituir formas democráticamentelegimitadas de participação dos cidadãos, enquanto os outros continuam agarrados a convicções intemporais. Essas forças nunca se conformaram nem nunca viram com bons olhos uma mutação tão radical do espectro político liderado do partido do poder. A democracia moçambicana em estado de maturação firmou-se como seus próprios cativos políticos, esgrimando diferenças de opinião no Parlamento, e se a situação para Afonso Dlhakama já estava empinada e sem saída estratégica, a ruptura com a paz tende a sair-lhe cara. Os africanos desejam a democracia, mas o ocidente parece desejar impôr à Africa uma democracia limitada; um tipo de democracia fragilizada em que o ocidente possa intervir sempre que o desejar, e os seus interesses estejam em jogo.

Não existe país algum da África Austral interessado em pôr em causa a paz e a tranquilidade económica regional obtida. Todos países estão interessados na consolidação dos regimes democráticos depois de muitos anos de guerra, movida precisamente pelo regime do apartheid que era o principal suporte financeiro, político e material da Renamo. Infelizmente para os povos terceiro mundistas há quem ainda pense que os africanos continuam filhos de Deus menor.

Moçambicanos e não membros do MDM, partido Frelimo, Pasomo ou outro partido político nacional estão sendo mortos por querer viver em democracia. Afonso Dlhakama dá ordens para serem mortos ao mesmo tempo que entretêm a Nação dizendo que o governo quer matá-lo, ou que vai dividir o país em dois. Dividir o país como se este fosse dele…que despautério?!

Não desejamos ter partidos políticos armados, e a Renamo se pretende ser actor político não é uma excepção à regra. Se para desarmar a Renamo o estado tiver de recorrer à força das FDS, terá sempre o apoio incondicional de cidadãos íntegros e orgulhosos de ser moçambicanos.

O recenseamento do líder da Renamo foi uma farsa política mal ensaiada, por na realidade omitir o sentir psicológico da organização, neste momento céptico sobre uma eventual participação no próximo escrutínio eleitoral de Outubro; para eles uma participação nas urnas poria em causa a sua sobrevivência política por o cenário actual ser- lhes extremamente desfavorável.

Moçambique Rumo ao Desenvolvimento

Inácio Natividade

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