Julius Malema ‘urina’ na mesa dos jornalistas numa festa
A política é um jogo complicado que exige atenção, cuidado, respeito e dose de coerência, apesar de admitir mentiras pelos seus praticantes.
Eu já disse a muitos colegas e políticos que nem morto não gostaria de ser político. É que uma das minhas virtudes é ser realista e verdadeiro 24 horas por dia.
Julius Malema é um jovem sul-africano de 34 anos de idade instrumentalizado pelos praticantes activos de política e tornou-se viciado, sem atenção, cuidado e respeito. Diz-se que a culpa é dos seus mentores.
Em plena conferencia de imprensa de celebração da vitória política contra o seu antigo ídolo e agora principal inimigo, Jacob Zuma, na batalha de Nkandla, Julius Malema descuidou-se e ‘urinou’ sobre jornalistas.
Malema disse que jornalistas trabalhando para órgãos de informação do grupo da poderosa família Gupta, de origem indiana, não são bem vindos para cobertura dos eventos do seu partido político, EFF.
Foi mais longe dizendo que a família Gupta deve abandonar África do Sul imediatamente, porque promove corrupção no Pais com conivência e cobertura de J. Zuma.
O pivot, lead ou intro da estória mudou rapidamente nas redacções. Todos os membros do quarto poder uniram-se e condenaram com vários títulos nos seus órgãos de comunicação social a atitude do autoproclamado Comandante-Chefe dos Combatentes de Liberdade Económica. O ataque a jornalistas do jornal New Age e do canal televisivoANN7, propriedades da família Gupta, foi rapidamente considerado um verdadeiro atentado contra toda a classe dos profissionais da comunicação social.
Malema e companhia perderam muitos pontos que acabavam de somar com a capitulação do Presidente Jacob Zuma no caso do escândalo financeiro de Nkandla.
Alguns jornais e canais de televisão recuperaram reportagens sobre Malema a expulsar jornalista da BBC de uma conferencia de imprensa na sede do ANC, a denigrir a figura e obra do respeitado pai da Nação Arco-íris, Nelson Mandela, numa recente visita ao Reino Unido.
Toda a imprensa descreveu Julius Malema como extremista populista e perigoso para um estado de direito.
A sua falta de atenção, cuidado e respeito acontece num ano crucial das eleições municipais para as quais ele anunciou que vai concorrer ao cargo de Presidente do município de Polokwane, província do Limpopo, nas mãos do ANC, partido que lhe formou e depois lhe expulsou.
Na Pátria Amada, de Armando Guebuza, quando líderes políticos atacam jornalistas de um determinado órgão de informação, outros profissionais abrem champanhes e festejam. A classe está profundamente dividida e sem identidade profissional sólida. São ecos da pobreza e do desenvolvimento mundial a duas velocidades. (x)
Simião Ponguane
