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PIC acusada de assassinar Nelson Benjamim

Por admin

Redacção

A Polícia de Investigação Criminal (PIC) é acusada de envolvimento na morte do pugilista Nelson Benjamim ocorrida no ano passado. A acusação é feita por Zefanias Wate, ora condenado a seis anos de prisão e a cumprir pena nas Celas do Comando da Cidade de Maputo.

A Policia de Investigação de Criminal (PIC) é acusada de ter assassinado no passado dia 5 de Dezembro o antigo pugilista Nelson Benjamim, cujo corpo foi atirado nos mangais da praia da Costa do sol.

O corpo de Benjamim viria a ser localizado dois dias depois, primeiramente suspeitando-se que fosse de um cidadão de origem estrangeira.

No dia anterior à sua morte ele teria se despedido da família afirmando que ia a encontro de pessoas desconhecidas que o haviam contactado. Porém não mais regressou ao convívio familiar.

A acusação foi feita perante a Procurada-geral da Republica, Beatriz Buchili, por Zefanias Wate, ora enclausurado nas celas do Comando da Cidade, durante a visita efectuada, recentemente, pela guardiã da legalidade aos estabelecimentos penitenciários das cidades e província de Maputo.

Segundo Wate, a atitude da PIC visava eliminar a única testemunha por si indicada para depor a seu favor perante ao tribunal. “Perante a actual situação me vejo de mãos atadas “, desabafou Wate.

Ele explicou que foi detido em Novembro de 2014, primeiramente acusado de envolvimento em raptos, mas viria a ser ilibado diante a juíza de instrução.

Prosseguiu dizendo que como a PIC não se conformasse com a decisão tomada pela juíza, adicionou um segundo crime: o de envolvimento em roubo de carros que também segundo disse, não foi fundamentado em provas.

Jurou, de pés juntos, que não havia sido julgado, porém os autos apresentados à Procuradora-geral indicam que foi julgado pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo e condenado há seis anos de cadeia por abuso de confiança.

Buchili prometeu averiguar as informações com as quais foi confrontada pelos 15 reclusos encarcerados nas celas do Comando da cidade de Maputo, exceptuando Anibalzinho que só abriu a boca para dizer boa tarde.

Pelo menos quatro enclausurados solicitaram uma audiência perante a Procuradora-geral para, segundo disseram, passar informações que possuem sobre o envolvimento da polícia (agentes da PIC) nos raptos.

Alguns deles entregaram documentos por si escritos para entidades como a própria Procuradora-geral, o director do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE) e director do Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP),  catalogados como contribuição para esclarecimentos da onda de crimes, com particular realce para os raptos.

Alias, o Comandante da Policia da Republica de Moçambique (PRM) ao nível da cidade de Maputo, informou à Procuradora que um dos reclusos manteve encontros separados com o então Ministro do Interior, Alberto Mondlane, e com o Comandante-geral da Policia, Jorge Khalau, para passar informações em seu poder sobre raptos e crime em geral.

QUEIXAS NO COMANDO DA CIDADE

Na esteira da visita efectuada pela Procuradora-geral da República, Beatriz Buchili, aos estabelecimentos penitenciários da cidade e província de Maputo  foi confrontada por uma série de queixas de reclusos que estão nos calabouços do Comando da Polícia ao nível da capital do país.

Apesar de reconhecer que existe um relacionamento saudável entre eles e a direcção do comando da Policia da Republica de Moçambique (PRM) ao nível da cidade de Maputo, alegam que aquele estabelecimento não é apropriado para o processo de regeneração do recluso.

Eles entendem que a sua transferência da chamada cadeia de máxima segurança (BO) para o comando visa unicamente justificar o esquema do crime organizado perpetrado com conivência e cumplicidade da Polícia.

Citou como exemplo os raptos que segundo eles são montados e dirigidos a partir da Polícia de Investigação Criminal (PIC).

“Assim que nos sentirmos protegidos e seguros forneceremos as identidades desses falsos agentes da PIC que na verdade deviam ser nossos parceiros da cela”, disseram na missiva apresentada à procuradora.

Prosseguiram informando que apesar de o então Procurador-geral da República, Augusto Paulino, ter orientado, em 2012, as autoridades policiais para que transferisse os reclusos para a BO onde cumpririam na integra o processo de regeneração, tal não recomendação não foi acatada.

Existem aqui reclusos que foram declarados livres pelo tribunal, mas a PIC os reteve; outros cumpriram metade das penas, porém o Comando abstêm-se de passar o certificado de comportamento alegando não ser de sua competência”, disseram.

De referir que estão encarcerados no Comando da Cidade 16 indivíduos, dos quais nove condenados a penas de prisão que variam dos seis aos 30 anos de cadeia, sete detidos, entre os quais três relacionados com os raptos.

A Polícia classificou aquele grupo de reclusos como sendo de alta perigosidade, pois alega que mesmo estando na BO dirigiam operações criminosas nas cidades de Maputo e Matola.

As autoridades policiais defenderam que esta é a principal razão que concorreu para a sua transferência para Comando da cidade onde existem condições efectivas de reclusão segura .

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