Muitos desafios pela frente

A cidade de Manica, província do mesmo nome assinalou na passada sexta-feira passada, 42º aniversário de sua elevação a categoria de cidade. Este ano, a data foi comemorada num ambiente de autêntica festa, mas debaixo de muitos desafios que deverão confluir na melhoria das condições de vida dos munícipes daquela urbe.

Embora os ganhos continuem a ser bastante visíveis, muita coisa deverá ser feita e para tal o Conselho Municipal local é chamado a intervir com mais urgência possível. Muitos projectos continuam parados e os munícipes começam a exigir o redobrar de esforços por parte da edilidade para travar a onda de problemas e dificuldades que, de algum modo, afectam a vida dos residentes daquela cidade. 

Reabilitação das vias acesso, expansão da rede eléctrica para os bairros mais recuados da cidade, abertura de mais unidades sanitárias e escolares, combate a erosão, urbanização, entre outros, fazem parte desses principais problemas que requerem uma rápida ingerência das autoridades municipais de Manica.

Essas preocupações desassossegam sobremaneira os residentes daquela cidade ao ponto de começarem a impor uma acção imediata acabar com esses problemas. Alguns populares ouvidos pelo domingo nas comemorações do aniversário daquela cidade reconhecem os avanços registados nos últimos anos, contudo, admitem haver muitos desafios pela frente.

Filipe Joaquim Cobre, residente de Manica à sensivelmente vinte anos, disse que a degradação das principais ruas deixa alguns bairros intransitáveis dificultando a vida normal dos munícipes. Estes e outros problemas várias vezes foram apresentados a edilidade, mas mesmo assim a situação persiste e sem uma solução a vista.

Filipe Cobre referiu que o município tem feito alguma reabilitação e outro tipo de assistência, o que não tem sido suficiente porque a qualidade das obras não é das melhores. “ Todos anos temos visto a reabilitação das ruas. Eu acho que isso não é suficiente porque só gasta dinheiro. São obras sem nenhuma durabilidade. Quando o trabalho não é de boa qualidade, no ano seguinte tudo destrói-se e muito dinheiro é gasto. Para que isso não aconteça temos que ser mais sérios e trabalha mais”, afirmou Filipe Cobre.

Na opinião deste munícipe, a edilidade devia fazer intervenções profundas, atacando uma rua de cada vez para permitir que tenhamos estradas de boa qualidade e duradoiras. Outro problema apresentado por Filipe Cobre está relacionado com o saneamento do meio. O lixo nos bairros da cidade de Manica continua a deixar os munícipes constrangidos, pois, as viaturas do Conselho Municipal não chegam aos bairros suburbanos. 

“ O lixo é removido somente na zona cimento. Nunca vimos viatura a tirar resíduos sólidos nos bairros mais recuados da cidade. Isso deixa-nos agastados porque também queremos beneficiar dos serviços do município. Espero que essa situação seja revista e ultrapassada com mais urgência possivel”, disse Filipe Cobre.

Tal como Filipe Cobre, o nosso jornal falou com Memore Williamo, residentes daquela cidade há 32 anos. Ela fez menção dos avanços que Manica tem estado a registar nos últimos tempos, tendo destacado também a construção e melhoramento das infra-estruturas.

Contudo, Memore Williamo lembrou que só com mais trabalho é que Manica poderá ultrapassar os problemas que se tem vivido urbe. A população pede mais estradas, saneamento do meio e emprego para os residentes, sobretudo jovens. 

“Há crescimento. Tudo está mudar. Não nos esqueçamos que temos muitos desafios e com muito trabalho é que podemos superar esses problemas. Queremos mais emprego, ruas bonitas e sem lixo porque nós votamos para sermos servidos. Queremos ser governados. O município deve saber nos valorizar, criando condições para que tenhamos uma vida sã para desenvolvermos este país”, disse aquela munícipe.

Aquela cidadã explicou na mesma ocasião que o município deve ter um plano exaustivo para recolha de lixo, expandido o seu raio de acção para outras zonas da cidade. Muitos bairros não beneficiam desta actividade desconhecendo-se até então as reais causas deste abandono por parte da edilidade. 

Intervindo na ocasião, o presidente do município de Manica, Raumundo Quembo, começou por referir-se das actividades desenvolvidas pelo município nos últimos anos, tendo destacado a expansão da rede de abastecimento de água, construção de novas salas de aulas, reabilitação das ruas e colocação de tambores para recolha de lixo nos bairros de Manica.

Perante centenas de munícipes que acorreram em massa para o local do comício que marcou o momento mais alto das festividades, aquele edil disse que para resolver o problema de falta de água foram executadas 695 novas ligações domiciliárias e abertos cinco fontenários públicos beneficiando populares de das zonas mais carenciadas.  

Com abertura destas novas fontes, a taxa total de abastecimento de água potável situa-se na ordem de 89 por cento de cobertura. Ainda na área de infra-estruturas, a edilidade construiu três blocos com nove salas de aulas no bairro Vumba, o que veio a aproximar cada vez mais esses serviços ao cidadão.

Igualmente foram reabilitadas algumas ruas da cidade, bem como colocados vinte tambores para deposição de resíduos sólidos. Os bairros 25 de Setembro e Josina Machel são os que receberam os referidos depósitos que já estão em uso. O próximo lote poderá cobrir outras zonas, de acordo com declarações daquele edil.

Raimumdo Quembo explicou que no plano de actividades do conselho Municipal local estão programadas várias realizações que estão a ser implementadas beneficiando directamente a população de Manica e da província em geral.

A festa de aniversário da cidade de Manica foi antecedida por deposição de coroa de flores na praça dos heróis moçambicanos, seguida de um comício popular. Actividades culturais animaram a festa que foi honrada com a presença de várias personalidades nacionais e estrangeiras.

Domingos Boaventura

mingobov@gmail.com