Cerca de trinta líderes de organizações sem fins lucrativos que operam em Moçambique e em alguns países da África Oriental e Ocidental participaram há dias, em Maputo, numa formação intensiva subordinada ao tema “Mobilização de Recursos, Planeamento de Projectos e Elaboração de Propostas de Financiamento”, a qual foi organizada pelo Mozambique Institute for Health, Education and Research (MIHER), em parceria com a Regional Partnership for ResourceDevelopment (REPARED).
Durante cinco dias os participantes tomaram contacto com ferramentas teóricas e conhecimentos relevantes que irão dotá-los de capacidade para conceber e elaborar projectos, incluindo a respectiva mobilização de recursos financeiros para a sua implementação sustentável e acederem aos recursos que, apesar de escassos, estão disponíveis junto de alguns doadores nacionais e internacionais.
Segundo revelou ao domingo Fameti Taero, assessor de comunicação e marketing do MIHER e coordenador do referido curso, existem organizações com projectos interessantes mas que têm dificuldades profundas para conceber e elaborar uma proposta para angariação de fundos ou financiamento para poderem implementar as actividades desejadas.
Em África, por exemplo, apenas um por cento de organizações públicas, privadas e não-governamentais é que consegue aceder aos recursos que estão disponíveis junto dos doadores, apesar de este ser um dos continentes mais necessitados em recursos para investir em áreas como a saúde, educação e desenvolvimento do capital humano. Isto deve-se ao facto de não haver muito domínio das regras e procedimentos requeridos para aceder aos fundos,elucidou Fameti.
A referida capacitação foi facilitada pelo queniano, John Chikati, especialista em mobilização de recursos e Coordenador Regional da Regional Partnership for Resource Development (REPARED), o qual entende que este treinamento tem como principais alvos os líderes ou gestores de organizações não-governamentais sem fins lucrativos e que desta vez teve a oportunidade de ser realizado, pela primeira vez, num país falante de português (Moçambique) com o objectivo de prepara-los a serem auto-sustentáveis.
É filosofia da REPARED assegurar que através deste tipo decapacitações reduzamos ao máximo a dependência das organizações sem fins lucrativos de doadores externos através de mobilização de recursos dentro do país porque isso vai eliminar a mentalidade de pedintes e vai induzir a elevação da capacidade de auto-sustentabilidade dos projectos das organizações e instituições africanas, disse Chikati no final do curso, que contou com a participação de representantes da Rede de Jornalistas Parlamentares de Moçambique (REJOPAM), Rede de Comunicadores e Amigos da Criança (RECAC), OXFAM, SAVE THE CHILDREN, ALDEIAS SOS, SEKELEKANI, Associação Moçambicana dos Jornalistas Judiciários, entre outras organizações.
José Sixpence