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Falta água no novo lar dos reassentados

Por admin

Cerca de 60 famílias reassentadas no bairro de Zimpeto, próximo ao Hospital Psiquiátrico do Infulene, vítimasdas últimas enxurradas que assolaram o país nos meses de Janeiro e Fevereiro,

 queixam-se da falta de água potávele manifestam o seu descontentamento por causa das longas distâncias que têm de percorrer para ter acesso ao precioso líquido.

 

Quando foram estabelecidas naquele local, o Conselho Municipal da Cidade de Maputo “despachou” três tanques com capacidade para aproximadamente 500 litros de água, consumo que durou apenas uma semana.

Por tal, as vítimas das cheias foram obrigadas a recorrer ao recinto do Hospital Psiquiátrico do Infulene para se servirem de água, só que, a partir de um dado momento, foram inibidas de o fazer, sem aviso prévio.  

Assim sendo, aquele grupo de pessoas consome água turva do poço aberto no recinto de reassentamento, usado pelos pequenos agricultores daquela zona para irrigação das suas machambas.  

Outra preocupação tem a ver com o incumprimento da promessa do Conselho Municipal da Cidade de Maputo de transferir seus filhos para as escolas próximas do local onde vivem actualmente.

Durante a ronda efectuada pela nossa Reportagem constatámos que as crianças não estudam, desde Janeiro último. A justificação para tal é que “neste local estamos de mão atadas, devido à falta de dinheiro para arcar com as despesas de transporte. Há quatro meses que os nossos filhos não vão à escola. Por exemplo, os meus filhos ainda são pequenos e precisarão, inclusive, de um acompanhante durante uma semana até conhecerem o caminho que os leva à escola”, disse António Mbongolo, pai de quatro filhos, que residia no bairro de Laulane.

 

AINDA HÁ FAMÍLIAS NOS CENTROS

DE ACOMODAÇÃO

 

Um total de 559 famílias continuam acomodadas em nove centros na cidade de Maputo, enquanto o Conselho Municipal identifica uma área nos distritos de Marracuene e KaTembe para reassentá-las.

Trata-se dos centros de Magoanine “A”, “B1”, “B2”, “C”, Inhagóia “A”, Andu, Solidariedade, Força do Povo e Mahotas.

Segundo a Vereadora de Saúde e Acção Social do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, Nurbai Calú, há uma área disponível no Distrito Municipal de KaTembe, onde decorrem trabalhos de limpeza para posterior parcelamento. Em paralelo, decorrem negociações com as autoridades de Marracuene para a concessão de parcelas. 

“Esta semana ainda vamos reassentar, no bairro de Zimpeto, mais de 1200 famílias, disse Nurbai Calú, tendo acrescentado que quatro centros de acomodação foram encerrados na semana passada, nomeadamente, Costa do Sol, Matchikitchiki, Maxaquene e ADPP em Chamanculo.     

 

 

Kitsde instalação precisam-se

 

Algumas famílias ainda esperam que o município de Maputo disponibilize o ‘kit de instalação’, composto por 12 chapas de zinco, dez sacos de cimento, dois colchões, duas mantas e comida correspondente a trinta dias.

Entretanto, outros há queconstroem as suas residências num espaço de 10/30 metros disponibilizado pelas autoridades municipais, recorrendo a chapas de zinco que conseguiram recuperar durante as enxurradas.

 António Changala, pai de seis filhos, disse à nossa reportagem que o Conselho Municipal prometeu fornecer okitna semana passada, coisa que não aconteceu. “As lonas que nos ofereceram não são à prova de água, receamos que esta chuva que vem caindo na cidade de Maputo penetre e molhe os nossos pertences.”

 

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