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Uma edição com sabor latino americano

Por admin

A cidade do Cabo – Cape Town juntou semana última milhares de espectadores provenientes de várias partes do mundo. Objetivo: 14ª edição do quarto maior festival de Jazz do mundo que fez 

desfilar em cinco palcos, cerca de quarenta bandas de jazz, fusão, kwaito, música latino-americano e ritmos tradicional.

Um dos marcos do festival reside no facto de desde as três últimas edições comportarem a componente inovação. Isto é, não desfilam pelos palcos apenas compositores de jazz clássico, puro, há uma miscelânea de ritmos. Uns com pendor para o jazz e outros meramente tradicionais. Funk , rumba, e  outros ritmos têm estado a imprimir um dinamismo diferente e atractivo ao festival.

Jill Scott, cantora e atriz norte-americana foi a figura de cartaz da presente edição. Teve a oportunidade de estar em palco cerca de hora e meia.  Sábado estava também agendada a actuação de Jimmy Dludlu, compositor e intérprete moçambicano que exímio guitarrista faz a mescla dos ritmos moçambicanos com destaque para a Marrabenta, com o Jazz. Ele conquistou ano passado o prémio de melhor álbum de jazz através do disco Tonota.

Cheikh Lô,  músico de Senegal, é considerado como presença inédita no festival, visto que a sua linhagem é puramente tradicional. Influenciado por ritmos cubanos, Chekh conquistou muito cedo um espaço musical no Senegal. Flamenco, Samba e Rumba são ritmos que perfumam seus discos que o fizeram conquistar vários prémios musicais em África.

A tripla BWB – Norman Brown, KirkWhalum e Rick Braun emocionou a plateia do  Mannenberg Stage ao revelar uma vez mais a cumplicidade entre eles e instrumentos por eles tocados com Norman a manejar a guitarra, Kirk no saxofone e Rock Braun a tocar trompete e fulgure Hurn.

Para a noite de sábado, Kirk estava programado a subir ao palco, fazendo-se acompanhar do seu irmão,  Kevin Whalum, como vocalista.

A marca sul-africana foi muito bem representada pelos Mafikizolo, a jovem promissora Pu2ma, os rapazes da moda, Mi Casa, Zonke, Louis Moholo, JonatanRubain& Don Vino, TrentonFree& Radical.

Nota dominante é igualmente a presença de bandas americanas  tais como Steve Turre Quintet, Brother Ali, Jill Scott, Gregory  Porter, Robert GlasperExperimentfeat MF Doom.

Durante os intervalos da mudança de uma banda para outra, os DJ’sAzuhl,  Raiko, MrMo,  Das Kapital, entreteram as plateias nos cinco palcos, tocando música universal. Lembrar que os palcos permanentes do festival Internacional de Jazz de cape Town têm os nomes Kippies, BasilManenbergCoetze, Rosies, MosesMolelekwa, Bassline.

 

CATALIZADOR DE TURISMO

 

Se os amantes da música, em especial o jazz, se deslocam anualmente em Março ou Abril  saciarem as suas vontades, ouvindo e vendo os executores, o Governo sul-africano, em especial o de Cape Town, alegra-se com o fluxo de turistas que escalam aquele ponto do país, contribuindo substancialmente para a colecta de fundos.

Jacob Zuma, Presidente sul-africano disse a propósito do festival o seguinte: “O festival de jazz não se tornou num ícon de experiências musicais ao vivo, como também é um meio de contribuição para economia sul-africana, assim como para o turismo e indústria musical. Ano passado o evento contribuiu com cerca de  498 milhões de randse criou 2700 postos de trabalho. E estou certo de que o festival vai continuar a ser o maior veículo de atracção aos visitantes internacionais que desfrutam do sol e brilho de Cape Town”.

O Ministro da Arte e Cultura,  Paul Mashatile, disse que o governo embarcou no festival projectando a construção de infra-estruturas, monumentos, estátuas e museus em honra aos heróis sul-africanos que garantiram a liberdade.  E o festival enaltece o turismo sul-africano. Encorajamos a continuidade do festival que é impulsionador  para o treinamento e desenvolvimento dos nossos artistas principiantes nas suas carreiras. “

Uma vez mais ficou a  marca da organização. A máquina que produz e organiza o festival é maior e profissionalizada. Tem em frente um directoractivo e atento, Rashid Lombard que comanda centenas de colaboradores responsáveis por diversas e distintas actividades. Desde as creditações dos jornalistas, recepção dos músicos à coordenação dos testes de som, venda de produtos com marca do festival, acessos ao Convection Centre, tudo é feito ao pormenor. Dominante é o factor tempo, cuja tolerância é mínima. As actuações começam a horas marcadas. Aliás, os bilhetes esgotaram um mês antes da data da realização do festival.

 

 

PERFUME CUBANO NO PALCO PRINCIPAL

 

A 14 edição teve o condão de juntar no Convection Centre executores de vários instrumentos, desde os mais experimentados aos principiantes. Buena Vista Social Club, proveniente de Cuba, foi um dos pratos principais, a par de Kirk Whalum, Norman Brown e Jill Scott.

Os experimentados e já maduros Buena Vista Social Club espalharam o perfume cubano no Kippies, o principal palco.  Aliás, sua actuação foi programada para os dois dias do festival. Sendo que no sábado, estavam agendados para proceder o fecho do festival , também no Kippies das 23h15 até aproximadamente 24h30. Salsa, Flamenco, Rumba, foram os ritmos dominantes na primeira actuação da banda cubana que rejuvenescida tem como líder vocal  OmaraPortuondo que facilmente encaixou sua voz na banda. Sua actuaçãotrouxe para o palco um Buena Vista Social Club novo e activo.

 

HOMENAGEM A VICTOR NTONI

 

O continente africano, África do Sul em particular, e o jazz perdeu um dos maiores compositores, Maestro e grande arranjista,  Victor Ntoni que faleceu mês passado. Ele estava agendado para actuar na presente edição.

Nascido no ano 1947, ele começou a sua performance musical no ano 1963 em Durban. Mais tarde foi estudar em Boston. Teve várias colaborações e das actuações memoráveis há o destaque para  The Millennium Concert na  Union Building,  Tributo a Oliver Thmbo.

Em sua homenagem estava programada a actuação de vários músicos no palco Rosies.

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