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Moçambique e Malawi abrem nova página

Moçambique passará a exportar energia produzida na Hidroeléctrica de Cahora-Bassa (HCB) para o Malawi dentro de dois anos, no âmbito de um projecto de interligação eléctrica a ser financiado

 pelo Banco Mundial num montante estimado em cerca de noventa milhões de dólares.

Trata-se de um acordo que era aguardado com grande expectativa pelos malawianos e a sua consagração aconteceu durante a visita de Estado do Presidente Armando Guebuza ao Malawi que terminou sexta-feira última.

A assinatura do acordo foi testemunhada pelos presidentes Armando Guebuza e Joyce Banda, acompanhados pelos ministros do pelouro da energia. Os dois países assinaram ainda três memorandos de entendimento nas áreas de segurança pública e imigração, ciência e tecnologia e inovação, devendo nos próximos tempos rubricar um Memorando na área da Juventude e Desportos.

No âmbito da vista do estadista moçambicano ao país vizinho, Malawi e Moçambique realizaram um fórum de negócios, que juntou empresários malawianos e moçambicanos.

Durante o encontro foi revelado que a balança comercial entre os dois países regista um sinal mais vantajoso para Moçambique. Joyce Banda,  estadista malawiana, disse na ocasião que em 2012, por exemplo, o Malawi importou de Moçambique duzentos milhões de dólares e só exportou vinte milhões.

No termo da visita, o Presidente Armando Guebuza afirmou que deixa o Malawi convencido de que a cooperação bilateral sai cada vez mais reforçada.

Guebuza  expressou este sentimento pouco antes de deixar o Malawi  tendo destacado  a assinatura do acordo de interconexão eléctrica entre os dois países.

O estadista moçambicano sublinhou que as relações entre o  Malawi e Moçambique revelam a vontade dos dois  países em consolidar os laços históricos e culturais que unem os respectivos povos.

 “ O mais importante é que nós concordamos em aprofundar a nossa parceria com impacto para as nossas vidas e para as gerações vindouras, tendo em conta que somos países amigos, disse Guebuza, acrescentando em seguida que estedomingo a presidente Banda completa um ano após  sua ascensão a chefia do Estado e, por coincidência, em Moçambique, o 7 de Abril é o dia da mulher moçambicana.

Por seu turno, a Presidente Joyce Banda destacou a importância da visita do seu homologo ao Malawi e sublinhou que o seu país tem muito a aprender da experiência moçambicana.

 “Moçambique é um país que nos pode ensinar e ao mesmo tempo aprendermos dele, e partilharmos experiências. Moçambique é também um país abençoado por uma boa liderança, desde o Presidente Samora  até a presente data, em que é dirigido pelo Presidente Guebuza. Por isso, Moçambique possui conhecimento que pode ser útil para nós, referiu Banda.”

Num comunicado final divulgado após a visita, os dois países expressaram a vontade de reforçar a cooperação na área da educação, particularmente o envio de estudantes para as instituições académicas dos dois países.

Lê-se ainda no comunicado que relativamente ao comércio e  investimento, os Chefes de Estado do Malawi e de Moçambique instaram os ministros  do comércio dos dois países a continuarem a examinar  as áreas de interesse comum.

Entre essas áreas figuram a implementação do Posto de Fronteira  de Paragem Única, a conclusão de um acordo sobre a promoção e protecção de investimento e sobre o balcão de atendimento único.

Neste contexto, os dois países agendaram uma reunião de equipas técnicas entre Abril e Maio deste ano, seguida de uma Reunião Ministerial de Comércio entre Moçambique e Malawi, a ter lugar em Junho em Maputo.

Os presidentes do Malawi e de Moçambique exortaram as autoridades relevantes dos dois países para acelerar a reafirmação fronteiriça, tendo em conta a demora que se verifica na conclusão do processo.

Importa referir ainda que os dois governos comprometeram-se a disponibilizar os fundos necessários para acelerar o processo com vista a conclusão atempada do exercício em 2015.

Oficiais da polícia, Alfândegas e da Migração dos dois países também foram instruídos a reforçar a interacção e coordenação das suas actividades ao longo da fronteira comum de modo a fazer face aos incidentes que amiúde se tem registado.

Relativamente a pesca no lago Niassa e Chiúta, os dois estadistas  mandataram os ministros responsáveis pelo sector a reúnirem-se urgentemente para definir o modus operandi em relação a questão.

Refira-se que ainda em Agosto deste ano, o Presidente Armando Guebuza estará em Lilongwe para passar a Presidência da SADC para o Malawi.

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