“Tichanisso ta hina” em português “Nosso Sofrimento”, é o titulo de um disco com quatro temas a ser lançado em Maputo, no próximo mês de Junho pela artista moçambicana Sizaquel Matchombe. Das
quatro faixas musicais, duas são conhecidas, nomeadamenteNikazalile e Taka xai xenhi e as restantes são ainda uma surpresa.
Sizaquel disse que o lançamento faz parte das suas prioridades para o ano em curso: “Trarei esse trabalho para responder à solicitação dos meus admiradores, que me pedem há bastante tempo um disco. Gostava até de lançar um álbum mas agora não será possível.”
No disco a sair brevemente, Sizaquel que já foi premiada no Ngoma Moçambique aborda problemas sociais que apoquentam os moçambicanos e não só.
Actualmente solista e também membro da banda Nkhuvu, Sizaquel tem participado em “shows” nacionais e internacionais.
Questionámo-la se não tem tido problemas para conciliar a sua carreira a solo e a banda. “Procuro respeitar muito os dois lados, quando sei que tenho um concerto com o Nkhuvu concentro-me apenas na banda. E quando é a solo, informo a banda que é para evitar agendar concertos no mesmo dia em que estou ocupada”,disse.
Falando da sua experiência além-fronteiras, Sizaquel revelou-nos que quando apresentam-se na diáspora a recepção e o calor do público têm sido muito fortes, sendo assim, gostaria que o povo moçambicano também passasse o mesmo sentimento.“As pessoas de outros países vibram com o artista, e isso é mágico, pois deixa-nos maravilhados e com mais força de vontade de continuar a apresentarmo-nos”,referiu.
Outro facto que mereceu comentários é a preferência dos produtores pelos artistas estrangeiros, pagando-os muito mais em detrimento dos artistas nacionais.
MÚSICA DE RAÍZ
Sizaquel é uma artista que se destaca pela simplicidade, apostando muito em ritmos moçambicanos e africanos. Ela disse ao nosso jornal que a sua identidade é a cultura moçambicana, pois acredita: “a única maneira de mostrar ao mundo aquilo que sou é fazer música com base em ritmos de nossas raízes”.
De salientar que a corista é mãe e acredita em Deus. Nos seus tempos livres prefere ler a bíblia sagrada e escrever.
Segundo conta, a sua inspiração é divina pois “não programo compor minhas letras, elas apenas me aparecem. Às vezes no meio do sono tenho despertado com uma melodia na mente e trato logo de gravar o som. E para as letras é mesma coisa que acontece.”
Vive completamente de música há mais de 10 anos e reconhece que não é tarefa fácil mas que “o mais importante é saber gerir o tempo. Procuro sempre fazer outras coisas ligadas à música, como é o exemplo de coros, que é para ter dinheiro no meu dia-a-dia.”