A Escola Superior de Jornalismo (ESJ), uma instituição de ensino superior que lecciona cursos de Jornalismo, Relações Públicas, Publicidade/ Marketing e Biblioteconomia/Documentação reuniu
semana finda em Maputo académicos, profissionais moçambicanos e estrangeiros no 1º Congresso Moçambicano de Ciências da Comunicação.
O evento tinha como principais objectivos fazer uma reflexão à volta do ensino e pesquisa em Ciências da Comunicação, bem como proporcionar troca de experiências entre diferentes instituições que ministram cursos ligados àquela área, nomeadamente, a Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane (ECA-UEM); o Centro de Estudos Africanos (CEA); A Politécnica; o Centro de Estudos de Comunicação (CEC); o Instituto Superior de Tecnologia e Gestão (ISTEG), todas nacionais, e a Universidade do Minho, de Portugal; a Universidade Metodista de São Paulo e a INTERCOM, do Brasil.
No evento participaram, também, alguns órgãos de comunicação social, a destacar o semanário domingo, a rádio e Televisão Miramar, entre outros, que deixaram suas impressões sobre o que tem sido o produto da formação dos comunicadores lançados ao mercado.
Na abertura do congresso , o Ministro da Educação, Augusto Jone, começou por se referir à comunicação social como “uma parceira, um aliado a nossa voz”, uma vez que “é através desta classe de profissionais que as realizações do Governo são divulgadas para o conhecimento e acompanhamento de todos os moçambicanos”.
Por seu turno, o Director-geral da Escola Superior de Jornalismo, Tomás Jane, justificou a realização do evento socorrendo-se do facto de “existir a necessidade de uma profunda reflexão sobre as ciências de comunicação em Moçambique”. Para ele, mais do que preencher essa necessidade, era necessário avançar para a criação duma associação de pesquisadores em comunicação, com estrutura própria de funcionamento, de forma a ampliar o número de pesquisas, para além de torná-las mais sólidas.
Destaque-se que, para além do objectivo principal do evento, foram debatidos temas, tais como Ética da Comunicação; Liberdade de Expressão e Liberdade de Imprensa.
ÀS FACULDADES DE JORNALISMO
Editores exigem
formação virada à prática
Editores dos órgãos de informação moçambicanos desafiaram as dez faculdades e escolas superiores de formação em ciências de comunicação e jornalismo a privilegiar a componente prática dos seus formandos, que constitui neste momento a maior lacuna para a maioria dos graduados.
Representantes de direcções editoriais da Televisão de Moçambique, Rádio e Televisão Miramar e dos semanários domingo, Savana e Magazine indenpendente pronunciaram-se na sessão da designada “ Mesa dos Editores” no decorrer do terceiro dia dos trabalhos do 1º Congresso Moçambicano das Ciências de Comunicação.
A audiência, constituída maioritariamente por estudantes superiores de vários ramos das Ciências de comunicação, levantou uma série de questões, entre as quais a relativa ao acesso à informação e ética e deontologia profissional, bem como o papel da Rádio e Televisão Públicas.
O que ressaltou dos debates desta especial sessão é que a liberdade de imprensa em Moçambique está ainda minada pela estranha arrumação de dois instrumentos legais antagónicos, nomeadamente as leis 18/91 (de Imprensa) e 19/91 (sobre Segurança do Estado).
Enquanto a Lei de Imprensa estabelece uma rica plataforma de direitos e liberdades, a subsequente estabelece, principalmente, a prerrogativa de um alto dirigente poder processar um jornal ou jornalista de maneira excepcional invocando a Segurança do Estado, que sai da índole de Direitos Particulares, exigindo actuação da procuradoria mesmo na ausência de queixa formal.