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A última loucura de Teodorín Obiang

Por admin

O mais esbanjador filho do presidente que governa a Guiné Equatorial gastou milhões no carnaval de Rio de Janeiro. É o costume – apesar dos seus problemas com a Justiça.

Teodororo Obiang Mangue, ou Teodorín, vice-presidente da Guiné Equatorial e filho primogénito de Teodoro Obiang, que governa o país com mão férrea há 36 anos, continua igual a si próprio.

Agora, no carnaval de Rio de Janeiro, patrocinou com três milhões de euros a escola de Samba Beija-Flor, e levou consigo uma comitiva de 40 pessoas, que se hospedou nos dois últimos andares do luxuoso Copacabana Palace. Mas não só: Teodorín desembolsou quase 167 mil euros, por noite, pela reserva de sete suites na cobertura daquele hotel.

O que é isso, contudo, perante os 276 milhões que, entre 2004 e 2011, gastou nos EUA, em propriedades e bens de luxo, os 110 milhões que lhe custou uma mansão, em París, perto do Arco do Triunfo? É verdade que as autoridades americanas e francesas lhe caíram em cima, por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro. Teodorín virou-se, de imediato, para outras paragens, como o Brasil (é dono de luxuosas casas em São Paulo, no Rio e em Salvador, e, até, duma ilha).

Convém habituarmo-nos a esta personagem. A Guiné Equatorial foi admitida, em Julho último, na Cimeira de Díli, como membro de pleno direito da CPLP.

Nos anos 1990, foram descobertas no pequeno país do Golfo da Guiné vastas reservas de gás e petróleo que fizeram a família Obiang entrar no restrito clube dos ricos de África. A Guiné Equatorial (onde quase ninguém fala português – trata-se duma ex-colónia espanhola) ocupa o terceiro lugar na produção de petróleo na África subsariana (atrás de Angola e da Nigéria) e possuiu um dos maiores PIB per capita do continente. Mas estima-se que 77 por cento dos seus 740 mil habitantes vivam com menos de dois dólares por dia, e organizações como a Humam Rights Watch não poupam acusações de “cleptocracia” aos Obiang.

Indiferente ao clamor internacional, o regime está a construir de raíz uma nova capital, Oyala, com o envolvimento de ateliês de arquitectos portugueses.

Teodorín, esse, segue formoso e seguro. Em 2012, o pai declarou-o o seu sucessor, nomeando-o vice-presidente. Mas parece que era a inerente imunidade diplomática para o primogénito que estava mais na cabeça do presidente Teodoro.

Cadastro de luxo

Teodorín Obiang é alvo de processos-crime em França e nos EUA, por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro. Confira os bens e propriedades que lhe foram congelados.

2012

As autoridades francesas apreendem a Teodorín Obiang 17 automóveis de luxo, entre os quais dois Bugatti Veyron. Um Aston Martin, um Ferrari Enzo, um Ferrari 599 GTO, um Rolls-Royce Phantom e um Maserati MC 12. Também são encontrados um relógio de 3,2 milhões de euros, cinco esculturas de Rodin e uma colecção de vinhos no valor de dois milhões de euros. A tempo, em 2011, uma mansão de 110 milhões de euros em París, perto do Arco do Triunfo, foi vendida à Guiné Equatorial.

2014

A Justiça americana confisca a Teodorín uma mansão em Malibu, na Califórnia, avaliada em 26 milhões de euros, um jacto privado Gulfstream e uma colecção de objectos relacionados com Michael Jackson, no valor de 1.7 milhões de euros, incluindo a luva de cristais que o cantor usou na digressão do álbum Bad, em fins dos anos 1980. No total, as autoridades americanas afirmam que Teodorín gastou, entre 2004 e 2011, 276 milhões em propriedades em bens de luxo que adquiriu nos EUA.

In Visão

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