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Centro de saúde de Tambara funciona sem água nem luz

Por admin

O Centro de Saúde do Bairro Tambara-2, na cidade de Chimoio, na capital provincial de Manica, está funcionar de forma deficitária devido a falta de água potável e energia eléctrica. A situação afecta, sobremaneira, o funcionamento normal daquela unidade sanitária que atende munícipes oriundos dos bairros Vila Nova, Nhamatsane, 16 de Junho, Chizombero, Agostinho Neto e parte de Bloco Nove. 

Apesar de o centro estar provido de rede de canalização, a água não jorra nas torneiras daquele hospital que entrou em funcionamento, pela primeira vez, em princípios deste ano.

Para limpeza da unidade sanitária e outros trabalhos considerados essenciais para um atendimento condigno aos doentes, o pessoal de serviços recorre a torneiras dos vizinhos para encontrar o líquido preciso.

Na enfermaria de maternidade, por exemplo, onde se requer higiene rigorosa, não tem água e tudo está dependente da boa vontade dos residentes daquele bairro, sobretudo proprietários das casas localizadas nas cercanias do hospital.

O problema atinge igualmente pacientes que vão às consultas externas. Muitas vezes os doentes não têm água para beber, recorrendo, amiúde, às casas nos arredores do centro de saúde.

Por outro lado, doentes são obrigados a levar um recipiente com água das suas casas para beber enquanto aguardam pela assistência médica.

As autoridades de saúde a nível daquele hospital desconhecem os motivos que estão por detrás da falta de água .

PARTOS À LUZ DE VELAS

Como se não bastasse a falta de água, o centro debate-se com graves problemas de falta de energia. Alguns aparelhos que dependem da corrente eléctrica para o seu funcionamento estão em desuso e em degradação.

Nas noites, o cenário torna-se mais grave e o hospital quase que fica às escuras. Alguns pacientes que falaram a nossa Reportagem disseram que o problema de falta de energia e água é bastante visível na enfermaria de maternidade.

Alguns partos são feitos à luz de vela ou candeeiros, o que coloca em risco a vida das parturientes e seus bebés. Na opinião destes, deviam ser criadas condições primárias para que a unidade sanitária funcione sem grandes sobressaltos.

O mesmo sentimento foi manifestado pelo líder comunitário do bairro Vila Nova, Gonçalves Bernardo, que reconheceu as dificuldades e referiu que a preocupação inquieta extremamente a população.

Estas inquietações, de acordo com aquele líder, já foram reportadas às autoridades de saúde a nível da cidade, mas ainda não houve intervenção para solução do problema.

O director dos serviços distritais de Saúde, Género, Criança e Acção Social em Chimoio, Flávio Roque, disse que o problema é generalizado e afecta todo bairro Tambara-2.

Segundo o nosso entrevistado, a situação já foi reportada à empresa Electricidade de Moçambique (EDM) que para o efeito disponibilizou uma linha independente de transporte de energia ao hospital.

" o problema já foi reportado à EDM. É um problema generalizado que afecta todo bairro. Quando a corrente oscila, o hospital fica sem energia porque a qualidade fornecida é baixa. O que estamos a fazer é alocar alguns candeeiros e recorrer a outras fontes alternativas enquanto se resolve o problema. O hospital não pode fechar as portas. Vamos continuar a trabalhar até que se encontre uma solução. Mesmo com água temos mesmas dificuldades. Quando o bairro fica prejudicado a unidade sanitária também fica sem água. Também informamos ao Fundo de Investimento e Património de Abastecimento Água – FIPAG. Agora temos alguns reservatórios para conservação da água. Estamos atentos ao problema e pensamos que a medida em que vai se melhorar o fornecimento no bairro, o problema também será ultrapassado", disse o nosso entrevistado.

Domingos Boaventura

mingoboav@gmail.com

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