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Bem-vindo, 2017!

Por admin

Estamos em 2017, motivo de alegria pela chegada do novo ano, mas também de reflexão sobre o que ele vai representar tendo em conta a situação em que actualmente vivemos.

Moçambique é um país potencialmente rico, em recursos humanos e naturais. O potencial agrícola, energético, turístico, bem como a sua localização geoestratégica, fazem do nosso país um verdadeiro e natural ponto de atenção e de atracção de investidores. Precisamos de trabalhar com o pensamento de que só nós mesmos podemos colocar o país num patamar mais alto e sairmos do buraco em que nos metemos.

E 2017 dá-nos estas esperanças. É que o novo ano representa, até certo ponto, um corte psicológico em relação ao anterior. É esse corte psicológico que leva as pessoas a perspectivarem melhor o que querem que aconteça no ano seguinte, propiciando, assim, alguma reflexão sobre a sua vida, a vida das suas organizações e a vida da sociedade e neste caso, a vida do país.

Como dizem em gíria desportiva e nós adoptámo-la aqui, digamos que o novo ano pode funcionar como uma espécie de chicotada psicológica, no sentido de que o que lá vai, lá vai. Vamos recomeçar com coragem e ânimo novos. Enterremos o passado e dominemos o futuro, embora, como dizia alguém, o futuro acabe por ser o passado ultrapassado, passado esse que nunca é passível de enterro, embora seja possível corrigir-lhe a orientação com a mudança de algumas agulhas.

Em termos gerais, 2016, como o próprio Chefe do Estado o classificou no seu informe sobre o Estado Geral da Nação, foi um ano “adverso e difícil”. Iniciámos mal o ano com uma seca severa, sobretudo no Sul, os ataques armados no Centro e depois a crise das chamadas “dívidas ocultas” e consequente corte do apoio ao nosso orçamento por parte dos parceiros programáticos e das instituições financeiras internacionais.

Já quase no fim do ano, fomos abalados pela tragédia de Kaphirizange, em Tete, que saltou para as primeiras páginas dos jornais no mundo inteiro, com a explosão de tanques de combustível que ceifaram dezenas de vidas humanas.

Mas tudo isso não parece ter afectado a nossa convicção de que podemos fazer melhor pelo nosso país em todas as áreas. Podemos e queremos fazer melhor. Por isso, estamos convictos de que 2017 vai ser também o ano das grandes concretizações em várias áreas, tanto económicas, como sociais.

Neste 2017, o nosso pensamento vai também para os nossos leitores e anunciantes. Uns e outros justificam o nosso trabalho. Os primeiros são a razão de ser, os segundos, sustentam, em parte substancial, as tarefas onerosas que devemos levar a cabo para mantermos informado quem nos lê.

Quem nos lê, há-de verificar que hoje o domingo tem um novo preço de capa. Subimos o preço para nos aproximarmos um pouco mais dos verdadeiros custos de produção deste jornal. É que com a crise, todas as nossas matérias-primas, que são importadas, subiram muito durante o ano passado, sobretudo por causa da derrapagem do Metical. Cada vez mais precisamos de mais meticais para comprarmos as mesmas quantidades de matérias-primas que comprávamos antes da crise.

De facto, não é tarefa fácil fazer um jornal, mas é um trabalho exaltante. Quando o fazemos, movidos unicamente pelo desejo de informar, estamos plenamente conscientes que só o Homem informado é que é um Homem livre. O primeiro pressuposto da liberdade é o conhecimento, ninguém quer aquilo que não conhece, ninguém luta pelos seus direitos se não souber que tem esses direitos.

Continuaremos a lutar pela independência noticiosa e pelo pluralismo na informação. Independência significa não submissão a poderes exteriores ao jornalismo no acto de fazer a notícia, contar a estória, fazer a análise, criticar e fazer rir, ou, simplesmente, sorrir. Somos, apenas, dependentes da verdade, que, enquanto conceito, é facilmente definível, mas enquanto concretização sofre as vicissitudes da personalidade que apreende o que se passa fora de si, para, depois, o transmitir. Isto quer dizer, em termos simples, que a verdade, enquanto juízo oral, passa pelo interior de cada um, mimetizando-se com maior ou menor requinte.

Consciente desta situação humana a que nenhum mortal consegue escapar, o domingo bate-se pela ética e deontologia na captação e exposição das estórias que vai contando ao longo do ano, traduzidas em sã metodologia de investigação. Reafirmar aqui que o domingo continuará em 2017 a fazê-lo com a mesma determinação de sempre, porque há regras universais que apontam os deveres da profissão.

 Desejamos a todos um próspero ano novo.

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